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31 DE MAIO DE 1996 2531

à falta de coerência entre a firmeza nas palavras e nos discursos e a falta de firmeza nas atitudes, nas acções e no resultado.

O Sr. Carlos Coelho (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Consideramos que, relativamente a esta nova diplomacia ao berros que foi instituída, isto se tem saldado em maus resultados para Portugal, em «entradas de leão e saídas de sendeiro», em autênticas decisões que não têm valorizado e defendido os interesses nacionais.
Foi isto o que o líder do meu partido disse, não em qualquer reunião estrangeira, não perante as instâncias comunitárias, não a qualquer comissário da União Europeia, mas numa entrevista a uma rádio portuguesa para ser transmitida em Portugal e em coerência com aquilo que sempre temos dito. Na verdade, só horas depois, apenas ontem às 20 horas, hora de Lisboa, se encontrou com o Presidente da Comissão Europeia, onde, então, como também já foi dito, defendeu interesses de Portugal, defendeu e secundou interesses e posições do Governo português, ou seja, numa postura institucionalmente correcta.
Consideramos, por isso mesmo, e digo-o, a finalizar, Sr. Presidente, de alguma forma inadmissível que a respeito de uma situação que é totalmente correcta se tivessem produzido declarações, mais declarações, conferências de imprensa e mais conferências de imprensa, tentando insinuar falta de patriotismo da parte do líder do meu partido, o que não corresponde minimamente à verdade, é totalmente falso, como ontem já tínhamos dito.

O Sr. Presidente: - Sr. Deputado, queira terminar.

O Orador: - Termino já, Sr. Presidente.
É algo tão inaceitável quanto isto: a Câmara não tem culpa, mas não posso deixar de aqui lavrar o meu protesto. Na véspera, terça-feira, o líder do meu partido reuniu-se com o Presidente do Governo espanhol e, nesse dia, nem sequer a televisão pública, num único noticiário, transmitiu uma imagem, uma declaração de um facto que era importante para o PSD mas também o era para Portugal.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para uma interpelação à Mesa, tem a palavra o Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares (Alberto Costa): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Pacheco Pereira, sabe que pessoalmente tenho admiração por si e, portanto, nada do que vou dizer porá isso em causa. Mas gosto muito de falar claro e aquilo que o Sr. Deputado acabou de fazer só tem um nome na língua portuguesa: atacar pelas costas. E. isso é um acto de cobardia.

Vozes do PSD: - Ah!...

O Orador: - O Sr. Deputado, ontem, fez aqui uma acusação ao Sr. Ministro Alberto Costa, afirmando que este teria dito «esta não é a minha polícia». O Sr. Ministro Alberto Costa considerou essa imputação uma infâmia e desafiou-o a dizer onde é que ele o tinha dito. O Sr. Deputado, nessa altura, disse que ele o tinha dito a várias televisões. O Grupo Parlamentar do PP, a quem o Sr. Deputado tinha dito que estava a produzir afirmações falsas sobre o líder do seu partido, encostou V. Ex.ª «às cordas» e requereu a suspensão dos trabalhos, para que V. Ex.ª pudesse produzir na Câmara a cassette com essas cenas televisivas que dizia ter em memória. O Sr. Deputado beneficiou, nessa altura, da habitual solidariedade parlamentar, que é prática nesta Câmara, de que quando um Deputado está «encostado às cordas» é-lhe dada a generosidade de poder sair e, por isso, a Câmara não lhe concedeu a suspensão dos trabalhos requerida pelo PP.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD, batendo com as mãos nas bancadas.

O Sr. Deputado Pacheco Pereira, ao repto do Sr. Ministro da Administração Interna, «encolheu-se», porque o Sr. Deputado Pacheco Pereira não teve coragem de, na cara do Sr. Ministro da Administração Interna, dizer alguma coisa de concreto para além da falsidade que disse da tribuna.

Aplausos do PSD.

O Sr. Deputado Pacheco Pereira não teve a coragem de enfrentar o Sr. Ministro da Administração Interna nem a de não se refugiar na solidariedade que a Assembleia lhe concedeu.

Protestos do PSD.

Mas o Sr. Deputado Pacheco Pereira, hoje, fez pior. Sabendo que hoje não está presente o Ministro da Administração Interna, veio...

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, voltamos ao mesmo. Peço-vos que façam silêncio.

O Orador: - O Sr. Deputado Pacheco Pereira, sabendo que hoje não tem aqui na sua frente, cara a cara, o Sr. Ministro da Administração Interna, vem exibir...

Protestos do PSD.

O Sr. Presidente: - Sr. Secretário de Estado, queira terminar.

O Orador: - Sr. Presidente, terminarei assim que me for possível.

O Sr. Presidente: - Assim que for possível, não. Tem de respeitar o tempo que lhe é concedido.
Srs. Deputados, estão a prolongar a intervenção do Sr. Secretário de Estado. Há limites de tempo a respeitar, pelo que vos peço que façam silêncio.

O Orador: - O Sr. Deputado Pacheco Pereira veio hoje exibir uma fotocópia que diz ser da edição do Expresso do dia 9 de Março, e eu concedo que não fabricou a fotocópia.

Protestos do PSD.

Agora, o que é que o Sr. Deputado Pacheco Pereira exibe? Exibe uma entrevista ao Sr. Ministro da Administração Interna? Não! O Sr. Deputado Pacheco Pereira exibe uma declaração recolhida ao Sr. Ministro da Administra-

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