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21 DE MAIO DE 1999 3167

mesmo tempo enleante, que tem adormecido os portugueses.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Sejamos claros: apesar da situação económica excepcional que herdaram e que, devido à conjuntura internacional, se tem mantido, o Governo socialista do Sr. Eng.º António Guterres pouco mais tem feito do que dar continuidade às obras e iniciativas do anterior governo, que estavam projectadas, a maioria iniciadas e que, felizmente, com maiores ou menores dificuldades, se vão acabando e inaugurando com pompa e circunstância.
Onde estão as novas obras de raíz, quais as iniciativas que foram tomadas e as reformas realizadas por este Governo? No capítulo da capacidade de decidir, as questões ainda têm sido mais graves. Pouco ou nada se decide porque há o receio da impopularidade ou há mesmo a incapacidade generalizada dos nossos governantes!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Criam-se milhentas comissões e grupos de trabalho, promete-se tudo e nada se faz!
Alguns sectores da nossa população parecem anestesiados, mas já se vai notando que muitos milhares de portugueses estão acordando desta letargia em que tem estado mergulhado o nosso País.

A Sr.ª Natalina Moura (PS): - É a cassete!

O Orador: - Estou, de facto, desgostoso com a política e com muitos políticos e isto leva-me a abandonar a vida política activa, pois nem temos sido capazes de dignificar a Assembleia da República e os seus Deputados, que, perante a opinião pública, não são respeitados, por nossa culpa e, principalmente, por culpa deste Governo, que, quando as coisas correm mal ou não funcionam, se desculpa totalmente com a Assembleia da República, com a oposição e com os Deputados!...

A Sr.ª Natalina Moura (PS): - Não é nada disso!

O Orador: - Ainda ontem isto se viu nas palavras do Sr. Primeiro-Ministro!

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Sr.ª Natalina Moura (PS): - Nada disso!

O Orador: - Estou, de facto, farto, mas, antes de me despedir dos Srs. Deputados e de V. Ex.ª, Sr. Presidente, nesta minha mais que provável última intervenção na Assembleia da República, gostaria de lembrar ao Governo e lamentar o que se tem passado com o meu Algarve, que me elegeu e a quem devo uma palavra de lamento e de revolta pela situação a que se chegou nestes últimos quatro anos.
É um facto que o Governo anterior não fez tudo o que o Algarve merecia, mas fez, pela primeira vez, justiça a uma região que gera, por ano, centenas de milhões de contos em divisas para Portugal, riqueza que se reflecte positivamente em todo o País.
Até 1985, repito, até 1985, o Algarve estava habituado a que os Srs. Membros do Governo visitassem a região, fizessem muitas promessas e, depois de passarem a serra do Caldeirão ou chegando aos seus gabinetes, tudo esqueciam e nada ou pouco realizavam. De 1985 a 1995, foram os anos de ouro do Algarve. Em investimento público, com apoio ou não da Comunidade, o distrito de Faro passou do tradicional 3.º ou 4.º lugar a contar do último para o 3º ou 4.º lugar a contar do primeiro, em verbas do PIDDAC e comunitárias.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Arrancámos com importantes obras estruturais, algumas das quais ainda hoje estão em curso (abastecimento de água ao Barlavento e Sotavento, a universidade e o hospital do Barlavento), estando outras, infelizmente, quase paradas (caso Via do Infante), mas que criaram as condições para um desenvolvimento sustentado da região.
Hoje, temos um Ministro que no Algarve é conhecido pelo Sr. Eng.º João «Promessas», que já disse que a auto-estrada para o Algarve estava pronta em 1999, depois em 2000, depois em 2002,... mas, por este andar, não estará pronta antes de 2005 a 2006.
Há poucos dias, foi posto a concurso um troço de pouco mais de 30 km para construir em 21 meses, que, gastando mais 9 ou 10 meses para aprovação das propostas, análise das mesmas, adjudicação, visto do Tribunal de Contas, etc., etc., não estará pronto antes 2002 ou 2003. E os restantes 90 km que ainda vão faltar e que são os mais complicados em termos de construção? Serão mais seis anos para os construir?
E o SCUT para a Via do Infante, Alcantarilha/Lagos? Quando é o concurso? Quando avançam as obras? Como se resolvem os problemas ambientais pendentes? Onde está a vontade política deste Governo? O Algarve, realmente, sofre!...
Na área da saúde, ou seja, da Sr.ª Dr.ª Maria «Sorrisos», o caos é .total. Ninguém se entende! Os centros de saúde funcionam mal, o Hospital Distrital de Faro já mudou de administrações e vai de mal a pior! O novo hospital do Barlavento está aparentemente pronto mas não avança, e à noite, para enganar o pagode, está devidamente iluminado - até parece que está a funcionar!...
Um amigo meu, turista inglês de muitos anos, há poucos. dias encontrou-me e disse-me: «Parabéns, Cabrita Neto, finalmente, há um grande hospital, bonito e belo, em Portimão. Só há uma coisa que estranho: é que está iluminado, parece que está a funcionar, mas não vejo automóveis a não ser os da segurança. Será que têm um estacionamento subterrâneo, que evite a estadia de automóveis à superfície e ao lado do hospital?».
Na área do ambiente, ou melhor, no sector dirigido pela Dr.ª Elisa «Verde», as coisas vão de mal a pior, tendo o Algarve perdido milhões de contos que estavam destinados à recuperação da ria Formosa e a diversos concelhos

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