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3514 I SÉRIE - NÚMERO 97

O Orador: - E o que realmente me choca é que tudo isto afecta, sobretudo, os mais fracos, os que não têm dinheiro para recorrer a uma clínica privada, em Portugal ou no estrangeiro.

O Sr. Luís Marques Mendes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Este é o Governo que se reclama da consciência social, mas que não tem escrúpulos em agir, na prática, com a maior insensibilidade e injustiça social.

Aplausos do PSD

Esta inconsciência social tem manifestações preocupantes noutras áreas. A droga é, seguramente, uma delas. Por mim, não farei nunca da questão da droga um tema de combate partidário.

O Sr. Rui Namorado (PS): - Está a ver-se!

O Orador: - Mas a verdade é que foi o actual Primeiro-Ministro que erigiu a droga, há quatro anos, como o «inimigo número um» do seu Governo.

A Sr.ª Maria Celeste Correia (PS): - E fez bem!

O Orador: - Com inimigos destes, a droga pode continuar «descansada»!

Aplausos do PSD.

Quatro anos depois, o que as pessoas sentem e sabem é que o consumo de droga aumentou. A droga deixou de ser um flagelo das zonas urbanas e suburbanas para ser, hoje, um drama que se vive em todo o País, incluindo nas zonas rurais até há pouco tempo imunes a essa praga.

A Sr.ª Natalina Moura (PS): - Já lá estava, no tempo do vosso Governo!

O Orador: - O Governo passou anos a debater estratégias, a elaborar planos, a dar sinais contraditórios, mas foi incapaz de concretizar uma estratégia nacional que faça realmente frente a esta chaga social.

Aplausos do PSD.

O Orador: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Os agricultores foram o parente pobre da política deste Governo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Porque este Governo, pura e simplesmente, esqueceu a agricultura e, na realidade, desprezou os agricultores.
Durante estes quatro anos, o rendimento dos agricultores caiu a pique: 14%, em 1997, e mais 12%, em 1998. O rendimento médio de cada família agrícola não ultrapassa, hoje, 60% do salário mínimo nacional e o número de jovens agricultores que todos os anos se instala diminuiu 75%.
Em Bruxelas, nas negociações agrícolas, sucederam-se os fracassos.

Risos do PS.

E, como não bastasse, foi com este Governo que Portugal passou pela suprema humilhação de um embargo total à exportação de carne de vaca portuguesa.

Aplausos do PSD.

Ouvimos, há vários anos, o Primeiro-Ministro vangloriar-se do «tu cá, tu lá» com muitos chefes de governo da União Europeia. Ora, o País não teria nada a perder com menos intimidades, mas teria tudo a ganhar com maior firmeza do Primeiro-Ministro e do Governo para defenderem, em Bruxelas, os interesses da agricultura portuguesa.

Aplausos do PSD.

Isto são factos. Os mesmos que não deixam margem para dúvidas quanto - não hesito na palavra, peso bem a palavra - ao caos em que este governo deixou o sector das obras públicas!

Aplausos do PSD.

É confrangedora a incapacidade do Governo neste domínio. Acho mesmo que se alguém tentasse fazer pior, dificilmente o conseguiria!

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Foi o actual Primeiro-Ministro que prometeu ter concluído, no ano 2000, todos os itinerários principais e 50% dos itinerários complementares.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Aqui, nesta Assembleia!

O Orador: - Quatro anos depois, nem a promessa se cumpriu, nem o Governo, como se viu hoje, teve sequer a humildade de reconhecer, ao menos, que aqui tinha ficado aquém do seu objectivo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - A auto-estrada para o Algarve...

O Sr. Ministro da Administração Interna (Jorge Coelho): - Outra vez!

O Orador: - ... era para construir até 1999. Estamos em 1999 e a auto-estrada nem vê-la!
A via do Infante está exactamente no local onde a deixou, há quatro anos, o governo do PSD. Nem mais l cm construído!

Vozes do PS: - Olhe que não!

O Orador: - A prometida duplicação do IPS, de Aveiro a Vilar Formoso, está hoje como estava há quatro anos. Ou seja: em promessas, mais promessas, sempre mais promessas, só promessas. Chega de promessas, Sr. Primeiro-Ministro!

Aplausos do PSD.

E a alternativa socialista ao betão - que era a anunciada aposta no comboio e no crescimento ferroviário - saldou-se em mais um fracasso.

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