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24 DE JUNHO DE 1999 3515

Quatro anos depois, nem um único metro de caminho-de-ferro foi construído; a modernização da Linha do Norte está vários anos atrasada e até o comboio na ponte, obra projectada, adjudicada e iniciada pelo governo anterior, foi adiado para, só agora, convenientemente, em calendário eleitoral, estar em fase de inauguração!

Vozes do PSD: - Muito bem!

Protestos do PS.

O Orador: - Mas os portugueses sabem ver!

Vozes do PS: - Pois sabem!

O Orador: - Só anuncia para o futuro quem não soube fazer no passado.

A Sr.ª Maria Celeste Correia (PS): - Viu-se nas europeias!

O Orador: - Este Governo faz hoje muitos anúncios porque a realidade é que não tem obra para apresentar.
Mas o que dizer da anunciada paixão das paixões: a educação? Onde está a universalização da rede de educação pré-escolar que, segundo os números oficiais, não cresceu, afinal, mais do que 11%?

Protestos do PS.

Onde está o cumprimento da escolaridade obrigatória quando, em 1997, segundo os mesmos dados oficiais, pelo menos, 30 000 jovens não terão cumprido o mínimo de nove anos de percurso escolar?

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - E onde está a justiça de um ensino superior como o que temos hoje, que chega a obrigar alunos com classificações, às vezes, de 18 valores e mais a irem procurar em Espanha lugar para continuar os seus estudos? Ou, então, a comprarem, a trocarem ou a venderem as vagas que lhes cabem no ensino superior português?

Risos do PS.

O Sr. José Magalhães (PS): - Qual é a sua proposta?

O Orador: - Uma educação assim não serve nem Portugal nem os jovens portugueses.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas aquilo que mais nos preocupa é a ausência, em toda esta política, de uma ideia estratégica para Portugal.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - A sensação que nos fica é a de que deixámos fugir um tempo que não se repete e que não se aproveitaram todas as oportunidades oferecidas por um ciclo que era, de facto, favorável.
Durante estes anos, não se vislumbrou uma visão de conjunto, uma estratégia determinada, um objectivo mobilizador.

O Sr. José Magalhães (PS): - Esteve fora!

O Orador: - Governou-se sempre «à vista», mais preocupado com a política, com a política imediata, com o efeito fácil, do que com o verdadeiro, real e permanente interesse do País.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Enquanto o Partido Socialista e o Governo se comprazem com balanços artificiais ou em verdadeiras fugas para a frente, a realidade é que, em larga medida, se perderam quatro anos, deixando escapar uma oportunidade única para modernizar Portugal. Os avanços que o País registou durante estes últimos anos não aconteceram graças ao Governo mas apesar do Governo. Este não foi o acelerador mas o travão do desenvolvimento nacional.

Aplausos do PSD.

Há uma evidente contradição entre o discurso optimista do Governo e a posição de real vulnerabilidade - ainda agora bem demonstrada - em que o País se encontra. É estranho quando vemos em governos de países por essa Europa fora, com muito mais potencial, muito mais desenvolvidos e com uma muito maior agressividade na economia do que o nosso, os primeiros-ministros e chefes de governo preocupados, dando às sociedades respectivas um sinal de mobilização; pelo contrário, em Portugal, temos este sinal de conformismo, de resignação, de auto-convencimento, de completa e mais ilusória absoluta demissão!

Aplausos do PSD.

Hoje, este Governo não é factor de solução; é, cada vez mais, uma fonte de problemas. E por isso não hesito em dizer: o que se torna verdadeiramente necessário é mudar, e mudar já, o Governo de Portugal.

Aplausos do PSD.

Acredito que é possível fazer diferente e fazer melhor. Acredito que Portugal não está condenado a ser um país de segunda. Acredito que os portugueses são tão capazes como os outros

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O problema não está na capacidade, na mobilidade, na flexibilidade, na vitalidade da sociedade portuguesa; o problema tem estado, isso sim, na incapacidade deste nosso triste Governo.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O governo que quero constituir será um governo diferente, um governo que decida com coragem, que olhe para o futuro com esperança e não com resignação;...

O Sr. Ministro da Administração Interna: - Não sabe é quando!

O Orador: - ... um governo em que se assumirão sempre as responsabilidades da governação, porque não

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