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3834 I SÉRIE-NÚMERO 105

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados e Srs. Jornalistas, o som desta sala passou a ser também digital, o que significa que passa a ser também sensível aos telemóveis que estão ligados - e penso que alguns estarão, neste momento. Assim, peço a todos o favor de os desligarem, caso se tenham esquecido disso.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Silvio Rui Cervan.

O Sr. S7Nio Rui Cervan (CDS-PP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Partido Popular, quero associar-me também a este voto, que tem hoje, aqui, dois objectivos bem distintos. 0 primeiro é, efectivamente, de congratulação e, como voto de congratulação, lembro que ele só é possível hoje, dia 1 de Setembro de 1999, na Assembleia da República de Portugal, porque em Timor Leste houve quem resistisse. Portanto, é fundamental que possamos lembrar, com um sublinhado muito especial, todos os timorenses que compõem a resistência e a igreja católica timorense.

Vozes do CDS-PP: - muito bem!

O Orador: - Temos de ter plenamente a consciência de que sem a resistência em Timor Leste e sem a igreja católica timorense todo este trabalho não teria o desfecho que, neste momento, julgamos previsível e possível.
Quero deixar também uma palavra de preocupação. Desejamos que Timor Leste recupere a normalidade, mas a normalidade em Timor, hoje, dia 1 de Setembro de 1999, foram mais dois mortos da parta da manhã. E como não é esta a normalidade que desejamos para Timor, preocupação tem também de ser uma palavra cone um sublinhado. Morreram hoje, em Timor Leste - hoje, como ontem e como anteontem -, mais dois timorenses.
Se queremos ajudar Timor Leste - e queremos certamente, pois houve um amplo consenso na Comissão de Acompanhamento da Situação em Timor Leste, houve um amplo consenso em toda a Assembleia da República, houve um amplo consenso em toda a opinião pública portuguesa, houve um amplo consenso entre quase todos os portugueses à volta da questão de Timor -, hoje, isso significa duas palavras, que têm unta necessidade muito específica. São elas as palavras "reconstrução" e "reconciliação". Ora, reconstrução e reconciliação só são possíveis, hoje, em Timor Leste, se estiverem associadas a compreensão e a perdão em relação a um conjunto de coisas com as quais muitos de nós também não concordamos, também não compreendemos, também verberamos, mas que, a partir de hoje, e a confirmarem-se os resultados que temos a expectativa que venham a ser francamente favoráveis à independência do povo timorense, têm de ser palavras presentes em toda a actuação do Estado português, em toda a actuação dos órgãos de soberania portugueses e, portanto, em toda a actuação da Assembleia da República portuguesa.
Uma última nota, para que Portugal saiba assumir as suas responsabilidades. Ora, aqui, assumir responsabilidades representa, em relação a Timor Leste, corrigir erros graves que tivemos noutro tipo de processos, para com povos também amigos, também irmãos. Assumir as nossas responsabilidades em relação a Timor Leste é saber receber e é saber dar, é saber dar e é saber receber.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Octávio Teixeira.

O Sr. Octávio Teixeira (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, também quero manifestar a nossa total adesão e concordância com o voto de congratulação, subscrito pelo Sr. Presidente da Assembleia da República, pela grande vitória que os timorenses obtiveram pelo facto de terem conseguido fazer este referendo, a grande vitória que obtiveram por, depois de 24 anos de resistência e de luta, quer no interior, contra o invasor indonésio, quer no exterior, contra a incompreensão e os interesses da mais variada índole - interesses políticos, económicos, militares - que em boa parte do mundo se levantaram, durante muitos anos, contra a opinião e contra a vontade dos timorenses.
Foi também uma vitória porque os timorenses conseguiram ultrapassar essas incompreensões e esses interesses que, durante muito tempo, se levantaram contra os seus desejos e contra aquilo que eram as suas aspirações à manifestação da sua autodeterminação.
Foi ainda uma vitória porque estes quase 100% de votantes que se registaram no passado domingo significam também a vitória contra a intimidação que durante os últimos dois menos, pelo menos, se fez pesar sobre o povo timorense, tentando afastá-lo das urnas.
Mas como já aqui foi referido, Sr. Presidente e Srs. Deputados, também nós entendemos que os riscos e os perigos persistem. Todos os temos visto nos últimos dias e, nesse sentido, a par da congratulação, teremos também de suscitar, perante o povo português e perante a comunidade internacional, a necessidade de ninguém baixar os braços para que esses perigos e esses riscos possam, também agora, ser vencidos e para que, depois de serem ultrapassados, depois da declaração dos resultados - e julgo que todos nós esperamos que eles sejam no sentido da manifestação do desejo da independência de Timor Leste -, Portugal continue a assumir, se possível ainda de forma mais forte, as suas responsabilidades perante Timor Leste e os timorenses, responsabilidades a todos os níveis, em termos de apoio político, diplomático e técnico, em várias áreas, mas também com aquilo que muita falta fará para o inicio do novo destino do povo de Timor Leste, a sua independência, ou seja, o apoio económico e o apoio financeiro.
Portugal não pode, de forma alguma, recusar ou pôr em causa, minimamente, qualquer um desses tipos de apoio.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Em nome de Os Verdes, quero exprimir todo o nosso apoio a este voto, que é sinónimo de algo que todos, nesta Câmara, partilhamos, como, seguramente, todos os portugueses partilham: a comoção de ter visto um povo, que durante anos e anos lutou, quase sem armas, isolado, ao fim de 24 anos, exprimir unia vontade da forma como o fez, com a emoção com que o fez, com a firmeza e o entusiasmo com que o fez. Julgo que, porventura, talvez nunca antes tenha sentido a importância e como pode ser belo o acto de um voto, um voto dando sinal de uma mudança, que, julgo eu, é muito importante compreender no seu exacto significado,

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