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4094 | I Série - Número 105 | 18 de Julho de 2001

 

intenções do Ministro Jaime Gama foi, tão-só, mais uma «gaffe diplomática»?

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - É provável!

O Orador: - Vai ou não o Governo avançar com a tão anunciada reforma do património?

A Sr.ª Maria Celeste Cardona (CDS-PP): - Não!

O Orador: - Ou vamos assistir, uma vez mais, a um projecto de reforma que, tal como outros, está destinado a ficar numa gaveta de um qualquer gabinete do super-ocupado Palácio de São Bento?
É que, Sr.as e Srs. Deputados, a política exige coragem, verdadeira coragem, para tomar decisões. E este Governo, na sequência de mais uma recauchutagem, continua a não inspirar credibilidade. Nem mesmo alguns dos mais destacados militantes socialistas acreditam na capacidade deste Governo e chegam mesmo a desejar, de boca bem aberta, como vimos hoje, eleições antecipadas.
Num dia, em plena discussão sobre o estado da Nação, o Primeiro-Ministro brinda-nos aqui com um discurso pretensamente à esquerda. No outro, concretiza, aos soluços, uma remodelação pretensamente à direita.
Quando destacados dirigentes e autarcas do Partido Socialista procuram demarcar-se do Governo, esse é o sinal mais claro da falência deste poder socialista e da incapacidade de liderança deste Primeiro-Ministro.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Como vai Portugal vencer o atraso em que se encontra em relação aos seus parceiros da União Europeia?
Que soluções tem este Governo para nos retirar a todos nós da cauda do desenvolvimento na Europa?
Quais são, afinal, e em definitivo, os grandes projectos que este Governo irá, de verdade, concretizar? E como os vai pagar, ou, se quiserem, como os vai financiar?
A resposta a estas perguntas, Sr.as e Srs. Deputados, é, permitam-me, «zero». Zero de ideias e múltiplos de indecisão.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - O problema é que tanta indefinição tem custado muitos milhões de contos e suscita-nos, desde há muito tempo, a urgência de uma completa e independente auditoria às contas públicas. É que, tal como acaba de descobrir o novo governo italiano, há contas e contas. E o anterior governo italiano, por sinal também socialista, enganou-se, e muito, no défice orçamental que pública e sistematicamente apresentava. Importa retirar daqui a lição e não continuar a menosprezar a proposta apresentada, já em Novembro do ano passado (relembro), pelo Partido Social Democrata.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Navegando à vista, este Governo já não nos dá qualquer esperança. É, antes, uma tormenta e é já evidente, para a maioria das e dos portugueses que a alternância é tão necessária quanto urgente.
É que as e os portugueses já perceberam que não é com este Governo que o País progride, que Portugal volta a ganhar confiança e auto-estima.
Com este Governo, Portugal já perdeu alguns anos, anos de promessas por realizar, de paixões por cumprir, de expectativas frustradas, de anseios não realizados. O que houve, sim, foram muitas palavras. Só que estas também estão gastas. O que se exige agora é acção, o que se impõe agora é um novo dinamismo, um novo caminho, um novo projecto, uma nova rota, uma nova equipa, uma nova liderança.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - A mudança é, assim, Sr.as e Srs. Deputados, inadiável. É mesmo inevitável. É que as «rugas» deste Governo já não se disfarçam com «plásticas» de remodelações. O País exige verdade e exige mudança. E todos os órgãos do Estado e, por excelência, o Sr. Presidente da República sabem que não há nenhum problema político que, na actual democracia representativa, não possa ser resolvido.
Nós, no PSD, sempre nos assumimos como a alternativa segura e credível. Nós, no PSD, queremos dizer, uma vez mais, aos portugueses que queremos ser protagonistas da mudança. Queremos mesmo pilotar a mudança.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

O Orador: - Uma mudança com projecto e com estratégia, com convicção e com acção, com vontade e com ordem, com força e com mobilização colectiva.
Permita-me, Sr. Presidente, que, em nome da bancada do PSD, deseje a todos, Sr.as e Srs. Deputados, umas boas férias, incluindo, obviamente, a este Governo.

O Sr. Guilherme Silva (PSD). - Esse está sempre de férias!

O Orador: - Sendo certo que, para sermos tão rigorosos quanto sinceros, de férias tem ele estado sempre! Já está de férias há muito tempo!
Boas férias a todas e a todos.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Barros Moura.

O Sr. José Barros Moura (PS): - Sr. Presidente, Sr. Deputado Fernando Seara, com o mesmo espírito e com as mesmas boas maneiras, aproveito para lhe desejar, e à bancada que aqui representou, boas férias. De facto, estão a precisar de algum descanso, estão a precisar de, nas férias, acertarem o discurso de forma a conseguirem torná-lo um pouco mais inteligível e, se me permite, um pouco mais eficaz.

Risos do PSD.

V. Ex.ª veio, aqui, em jeito de analista político, glosar alguns temas da análise política recorrente, e diga-se de passagem, do meu ponto de vista, sem grande imaginação, que se têm sucedido nos últimos tempos. Mas do conjunto do que disse, e abstraindo-me da temática «desgostante»,

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