O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

2138 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002

 

página III-19 e a comparação com as 42 páginas que, a partir do capítulo V, página 7, são dedicadas à Madeira.
Com um défice estimado de 5%, os senhores garantiam que libertariam as energias contidas na sociedade civil, rentabilizariam os fundos comunitários de modo nunca visto e que o País cresceria 1% a 1,5% acima da média da União Europeia! Com um défice que conseguiram fazer chegar aos 4,1%, os senhores estão a empurrar os índices de confiança dos portugueses para o seu nível mais baixo desde que há registos. O Governo admite, pela primeira vez, perder parte dos fundos comunitários e Portugal, também pela primeira vez desde há muito, cresce menos do que o resto da Europa e está em riscos de entrar em recessão!

O Sr. António Costa (PS): - Muito bem!

A Oradora: - Pois é, Sr. Primeiro Ministro, esta campanha eleitoral foi uma fraude! Com dois tipos de consequências: a principal é que os portugueses sabem que o Governo mentiu para chegar ao poder; o povo desengana-se sobre a política e os políticos. Experiências destas fazem mossa na nossa democracia!

Aplausos do PS.

A segunda consequência é que, com a inversão total das promessas, desapareceu qualquer "visão" para o País, o mal-estar generaliza-se e os portugueses desesperam, na ausência de uma liderança e de um rumo! Foi por isso que o senhor hoje nos trouxe aqui um sonho, tornou a repetir os diagnósticos que nós todos temos, mas o senhor tinha era de trazer as soluções, e elas não estão nem nas GOP, nem no PIDDAC, nem no seu discurso.

Aplausos do PS.

Por outras palavras, e no que a este último ponto respeita, estou a dizer-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que cumprir as metas do Pacto de Estabilidade e Crescimento politicamente acordadas na União Europeia é um objectivo de política mas não pode ser "o" objectivo para o País! Talvez por insuficiência técnica da equipa governativa - citando o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, "quem não tem cão caça com gato"! -, os senhores não foram capazes de substituir, até agora, os miríficos cenários eleitorais por um programa de Governo minimamente competente e credível; decidiram, assim, que o País viveria (ou morreria) para o défice! A esse destino tudo se deve sacrificar, e não há outra luz que nos oriente! Assim tem sido durante estes seis meses! E o senhor sabe-o, por isso nos trouxe hoje os seus sonhos, o que o senhor queria para 2006! Pois é, Sr. Primeiro Ministro, é que nem todos os gatos podem fazer de cães, por muito competentes que sejam enquanto gatos!

Aplausos do PS.

No entanto, à medida que a poeira assenta, os portugueses começam a ver mais claro e sobretudo a não gostar do que vêem! Os portugueses começam a achar estranho que Portugal seja o único país que, correndo o risco de perder fundos estruturais, faz alterações nos métodos de cálculo, agravando o défice em um ponto percentual! Acham estranho este ser o único país que abdica de derrogações autorizadas, optando por um défice de 4,1 em lugar de 3,5! Acham estranho que, apesar da recomendação explícita do Dr. Vítor Constâncio, o Governo tenha abdicado de pressionar o Eurostat para garantir que os critérios que fossem utilizados por Portugal fossem utilizados por todos os outros países no cálculo de alguns dos indicadores! Os portugueses acham estranho que o Governo queira fazer deles os mais puros, austeros e transparentes da União Europeia! Mas, porquê nós - perguntam-se os portugueses quando se comparam com os franceses ou os alemães? Os portugueses ficam atónitos ao pensarem que, com os critérios italianos, o défice de Portugal poderia ser zero!
As datas de cumprimento e as penalizações associadas foram outro dos temas fortes do Governo. O Secretário-Geral do PS foi insultado de irresponsável por advogar a flexibilização dos prazos. Felizmente, reputados economistas mundiais e, por fim, a própria Comissão Europeia - "o défice é tão estúpido" diz o Presidente da Comissão! - vieram dar-lhe razão. E ainda bem para Portugal que o espectro das sanções foi afastado, o que só abona a favor da sensatez revelada pela Comissão.
Segue-se o próximo episódio: está em debate, na União Europeia, a possibilidade de o défice vir a ser ajustado ao ciclo económico e/ou de virem a ser retiradas do cálculo despesas consideradas essenciais ao desenvolvimento do País, eventualmente as despesas de investimento. O debate está em curso: a Alemanha, a França, a Itália tomam posições, vários Comissários já se pronunciaram em favor destas teses. Note-se que, retirado o investimento público, o défice de 2001 para Portugal passaria a ser zero! Pergunta-se: qual a posição do Governo português neste contexto? Resposta do Governo: "Portugal não vê com bons olhos qualquer flexibilização de critérios; défice é défice, tanto faz ser de despesa corrente como de investimento" - acabei de citar! Foi neste sentido a afirmação do Sr. Secretário de Estado do Orçamento, que acabou por ser totalmente corroborada - são da Sr.ª Ministra de Estado e das Finanças estas palavras - em sede de Comissão Parlamentar, no passado dia 16 de Outubro! Estes factos ficam para registo, sendo de sublinhar que, pelo menos, já mereceram a atenção do Sr. Presidente da República. Valha-nos isso!
Esperamos sinceramente que o Governo, ao tratar estas questões com tanta falta de cuidado (chamemos-lhe assim), não tenha aberto uma "caixa de Pandora" que o venha a condicionar mais do que esperava. Acompanharemos com toda a atenção a evolução do cálculo do défice de 2002 e 2003. Não queremos, por um minuto sequer, duvidar de que a transparência e pureza de princípios, presentes nos cálculos para 2001 não sejam agora escrupulosamente respeitadas!
À medida que o tempo passa, no entanto, ocorrem dois movimentos: por um lado, o bode expiatório do défice vai-se relativizando pela própria evolução na União Europeia; por outro lado, vai sendo cada vez mais difícil, relativamente ao ano em curso e às perspectivas para o futuro, continuar a viver à custa dos malefícios do governo anterior, sobretudo quando se tem maioria absoluta.

Páginas Relacionadas
Página 2114:
2114 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   admitidas, as seguintes
Pág.Página 2114
Página 2115:
2115 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   da verdade, do rigor, d
Pág.Página 2115
Página 2116:
2116 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Segundo: o
Pág.Página 2116
Página 2117:
2117 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   É um Orçamento cujo déf
Pág.Página 2117
Página 2118:
2118 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Aplausos do PSD e do CD
Pág.Página 2118
Página 2119:
2119 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Honório Novo (PCP
Pág.Página 2119
Página 2120:
2120 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Portanto, faltando à ve
Pág.Página 2120
Página 2121:
2121 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   falar na questão da con
Pág.Página 2121
Página 2122:
2122 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Permita-me, também, que
Pág.Página 2122
Página 2123:
2123 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   à posição do Partido So
Pág.Página 2123
Página 2124:
2124 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   própria Comissão Europe
Pág.Página 2124
Página 2125:
2125 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Aplausos do PSD e do CD
Pág.Página 2125
Página 2126:
2126 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Foi propaga
Pág.Página 2126
Página 2127:
2127 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Protestos do PCP.
Pág.Página 2127
Página 2128:
2128 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   que vai manter, renovar
Pág.Página 2128
Página 2129:
2129 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Sr. Presidente, se me d
Pág.Página 2129
Página 2130:
2130 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   faz que as áreas escolh
Pág.Página 2130
Página 2131:
2131 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   mas esqueceu-se que est
Pág.Página 2131
Página 2132:
2132 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Tem a palavra, Sr. Depu
Pág.Página 2132
Página 2133:
2133 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   aligeirar a carga fisca
Pág.Página 2133
Página 2134:
2134 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Guilherme Silva (
Pág.Página 2134
Página 2135:
2135 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   que tomámos a favor da
Pág.Página 2135
Página 2136:
2136 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Lino de Carvalho
Pág.Página 2136
Página 2137:
2137 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   feito aqui e o que a Sr
Pág.Página 2137
Página 2139:
2139 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Fernando Pedro Mo
Pág.Página 2139
Página 2140:
2140 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Aplausos do PS. É
Pág.Página 2140
Página 2141:
2141 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Mas a Sr.ª Deputada tam
Pág.Página 2141
Página 2142:
2142 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Risos do PSD e do CDS-P
Pág.Página 2142
Página 2143:
2143 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   A Oradora: - Era isto q
Pág.Página 2143
Página 2144:
2144 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   e de correcção dos dese
Pág.Página 2144
Página 2145:
2145 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Mas sejamos
Pág.Página 2145
Página 2146:
2146 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   rendimento disponível,
Pág.Página 2146
Página 2147:
2147 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   No que concerne aos pag
Pág.Página 2147
Página 2148:
2148 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Sr. Jorge Neto (PSD):
Pág.Página 2148
Página 2149:
2149 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   fugir à tradição, depoi
Pág.Página 2149
Página 2150:
2150 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   efeitos negativos de um
Pág.Página 2150
Página 2151:
2151 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   aqueles que não compree
Pág.Página 2151
Página 2152:
2152 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   Despesas em Bens e Serv
Pág.Página 2152
Página 2153:
2153 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   O Orador: - Sr.ª Minist
Pág.Página 2153
Página 2154:
2154 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   no passado, e com isso
Pág.Página 2154
Página 2155:
2155 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   de que Alberto João Jar
Pág.Página 2155
Página 2156:
2156 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002   propostas de lei de Orç
Pág.Página 2156