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2140 | I Série - Número 052 | 23 de Outubro de 2002

 

Aplausos do PS.

É, para além disso, perigosa, porque a quebra de confiança e a estagnação económica podem ser fatais ao País! O discurso sobre o défice e o despesismo socialista já não colhe! É como a tradição: já não é o que era! A preguiça e o seguidismo de grande parte dos vossos incondicionais, na berraria - como hoje aqui assistimos - própria de alguma imaturidade ou na defesa de interesses de capela, requer que se lhes dê outra cartilha! E que bom seria se ela fosse a de um Governo que governasse e procurasse restabelecer, se ainda for possível, a confiança e a esperança!

O Sr. Ferro Rodrigues (PS): - Muito bem!

A Oradora: - Vem agora o Sr. Primeiro-Ministro, muito suavemente, dizer que gostaria de envolver o PS no processo em curso! Falemos claro, Sr. Primeiro-Ministro! Pela primeira vez, o Orçamento foi elaborado e apresentado formalmente aqui, ao Parlamento, sem qualquer trabalho prévio, com a oposição, de discussão e de concertação, ao contrário do que o governo do Partido Socialista sempre fez.

Aplausos do PS.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Em segundo lugar, os senhores não precisam da oposição para aprovar o Orçamento! Os senhores têm uma maioria absoluta! Têm de ter a responsabilidade correspondente a esse poder, coisa que os governos anteriores nunca tiveram - tiveram sempre uma maioria relativa.
Terceiro: para que houvesse convergência na votação e no apoio às suas medidas, era preciso que houvesse também convergência sobre a estratégia que está em curso. O Sr. Primeiro-Ministro não trouxe hoje aqui uma estratégia para quatro anos; trouxe um desejo para quatro anos!

O Sr. António Costa (PS): - Muito bem!

A Oradora: - Há uma diferença abissal entre as duas coisas! O problema, Sr. Primeiro-Ministro, não é por onde vai o maior partido da oposição, é para onde é que os senhores estão a levar o País!

Aplausos do PS.

Disse V. Ex.ª, um dia, ao falar da União Europeia, que esta era um grande Boeing sem ninguém ao leme. Não sei se concordo! Disse que o PS, ao votar, na generalidade, contra este Orçamento se comportava como um grupo de terroristas. Mais um dos seus excessos, que lhe fica mal!

Protestos do PSD.

Vozes do PS: - Disse, disse!

A Oradora: - Utilizando as suas próprias imagens, Sr. Primeiro Ministro, cabe-lhe, antes de criticar o voto contra do PS, na generalidade, a este Orçamento, provar que a pequena aeronave que é Portugal está a ser conduzida para algum porto seguro. O seu discurso de hoje foi um sonho - criou-nos ainda mais preocupação. Cabe-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, provar que o cockpit não está nas mãos de um grupo de fundamentalistas do défice que nos vai despenhar no abismo da agitação social e da recessão económica! É esse o desafio do debate orçamental que se inicia.

Aplausos do PS, de pé.

Entretanto, assumiu a Presidência a Sr.ª Vice-Presidente, Leonor Beleza.

A Sr.ª Presidente: - Para formularem pedidos de esclarecimento, inscreveram-se os Srs. Deputados Hugo Velosa e Nuno Teixeira de Melo.
Tem a palavra o Sr. Deputado Hugo Velosa.

O Sr. Hugo Velosa (PSD): - Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr.ª Deputada Elisa Ferreira, antes de saber quem é que ia fazer a primeira intervenção no debate do Orçamento do Estado por parte do Partido Socialista, eu já calculava que o PS ia pregar esta partida à Sr.ª Deputada Elisa Ferreira.

Risos do PSD.

Foi uma autêntica partida!
Mas deixe-me que lhe diga que não se saiu mal no seu papel, que foi igual a si própria!

Risos do PSD.

A Sr.ª Deputada Elisa Ferreira começou numa espécie de "perdoa-me", numa questão qualquer que houve com o Sr. Primeiro-Ministro; depois, continuou, deixe-me que lhe diga, com algum mau gosto; e, a seguir, falou de crispação. Mas de onde é que vem a crispação?!

Vozes do PS: - Do Governo!

O Orador: - A Sr.ª Deputada Elisa Ferreira não ouviu a intervenção do Sr. Primeiro-Ministro! O Sr. Primeiro-Ministro lançou um desafio para que o Partido Socialista discutisse este Orçamento de uma forma responsável, serena e séria.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - No entanto, a Sr.ª Deputada não podia deixar de falar daquilo que o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista falam sempre, que é a questão da Madeira. Como deve calcular, fico muito satisfeito - por duas vezes citou o problema da Madeira, um possível favor, essas coisas todas... Sabe o que é que lhe digo, Sr.ª Deputada? Eu esperava que, nesse caso, seguisse o conselho do Primeiro-Ministro e que não seguisse o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista, que, em todas as intervenções, trazem sempre à liça esta questão sem qualquer razão. Portanto, a Sr.ª Deputada, ao voltar a falar nessa matéria, contrariou esse desafio sereno do Primeiro-Ministro.

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