O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3250 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003

 

que têm uma posição muito activa no tráfego jurídico português. Relativamente a estas, gostaria de saber se a Sr.ª Ministra não se impressiona pela circunstância de justamente as representações empresariais, com a CIP à cabeça (falemos claro), assumirem, preto no branco, uma discordância quanto ao modelo de privatização apresentado na proposta do Governo, por considerarem que esse modelo de privatização não corresponde a um maior dinamismo futuro no domínio do notariado e no domínio registral, antes, porventura, contribuirá para o enquistamento das piores soluções hoje criticáveis.
Por isso pergunto-lhe: por que é que a Sr.ª Ministra não ponderou - e não acha que ainda vale a pena ponderar? - o que deva ser feito, primeiro, em matéria de simplificação dos actos, segundo, em matéria de reflexão sobre as exigências, porventura excessivas, do duplo controle da legalidade, justamente ao nível do controle preventivo da legalidade dos actos, e, terceiro, no que diz respeito à melhor utilização dos meios informáticos e de digitalização dos dados, essa revolução tranquila que queremos fazer, ao nível de um registo nacional de pessoas e bens, com possibilidade de, enfim, identificação centralizada dos dados, de meios de acesso descentralizado e universal de toda essa potencialidade?
Em conclusão, Sr.ª Ministra: quando refere que está o Governo disponível para, em sede de especialidade, aceitar melhorias na sua proposta, não queria a Sr.ª Ministra ser um pouco menos autista, se me permite a expressão, e reconhecer que, basicamente, a vossa proposta recolheu mais críticas do que aplausos…

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Sr. Deputado, conclua, por favor.

O Orador: - Vou concluir, Sr.ª Presidente.
… e, consequentemente, mostrar-se, em sede de especialidade, inteiramente aberta a uma solução verdadeiramente ambiciosa para a reforma global do regime do notariado e dos registos, aceitando, assim, o contributo, do meu ponto de vista e do desta bancada, muito útil e imprescindível, apresentado no projecto de lei do PS? É neste sentido que vai a abertura da proposta do Governo? Quer a Sr.ª Ministra declará-lo explicitamente?

Vozes do PS: - Muito bem!

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Para responder, tem a palavra a Sr.ª Ministra da Justiça.

A Sr.ª Ministra da Justiça: - Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Isilda Pegado, agradeço a sua intervenção, porque ela vai permitir-me, se não se importa, explicitar um ou dois aspectos que continuam a parecer-me muito relevantes e importantes. A reforma que o Governo aqui traz é uma reforma para os cidadãos…

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - É para os cidadãos pagarem mais!

A Oradora: - É uma reforma também para a melhor prestação de serviços públicos de qualidade.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - É para os cidadãos pagarem IVA!

A Oradora: - É uma reforma que tem a ver com estes objectivos e que, naturalmente, nos orgulha trazer aqui, a este Parlamento.

Protestos da Deputada do PCP Odete Santos.

Sr.ª Deputada Odete Santos, os funcionários nem sequer saem da função pública, se quer saber!

Protestos da Deputada do PCP Odete Santos.

Vozes do PS e do PCP: - Oh!…

A Oradora: - Além do mais, dou-lhe um quadro com os regimes que existem nos outros países.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Mas, como eu estava a dizer, Sr.ª Deputada Isilda Pegado, esta reforma está vocacionada e corresponde a um objectivo fundamental, o de melhor servir os cidadãos. Todos nós conhecemos, e com certeza que me dispensam de as enumerar, as dificuldades que todos temos, os cidadãos e as empresas, em obter em tempo útil os actos que a lei exige. A reforma tem também este objectivo, o de prestar um melhor serviço, o de prestar um serviço de qualidade sem que - e isto é muito importante referir - o Estado tenha de abdicar de continuar a conferir fé pública aos actos que o profissional liberal vai exercer, mantendo sempre as características de oficial público por delegação do próprio Estado.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - Exactamente!

A Oradora: - Recordo, aliás, que, num dos inquéritos que fizemos sobre esta matéria, os cidadãos, maioritariamente - cerca de 74% -, apoiavam a privatização do notariado, porque queriam que o Estado continuasse a garantir a fé pública…

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - A fé!…

A Oradora: - … dos actos praticados na actividade notarial. A segurança e a certeza jurídicas estão consagradas nesta proposta, e este é um aspecto que, para nós, é muito importante.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Sr. Deputado Jorge Lacão, naturalmente, concordará que, para qualquer reforma, também é necessário voluntarismo, mas é igualmente necessário sentido da responsabilidade. Esta reforma é gradual, equilibrada e feita com bom senso - aliás, recordo-lhe que o projecto de lei apresentado pelo PS também consagra a privatização do notariado.
Logo, neste ponto, estamos - porque corresponde à verdade - de acordo.
Falou o Sr. Deputado em simplificação e em desburocratização. Sr. Deputado, referi isso na minha intervenção. Reformar e privatizar a função notarial nada tem a ver com o outro aspecto fundamental da actividade governativa, que é a que o Sr. Deputado referiu: desformalizar em alguns casos; desburocratizar noutros; modernizar

Páginas Relacionadas
Página 3245:
3245 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   ORDEM DO DIA A Sr
Pág.Página 3245
Página 3246:
3246 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   Ou seja, ao mesmo tempo
Pág.Página 3246
Página 3247:
3247 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   urgente para deixar de
Pág.Página 3247
Página 3248:
3248 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   a informação que tenho
Pág.Página 3248
Página 3249:
3249 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   A Sr.ª Odete Santos (PC
Pág.Página 3249
Página 3251:
3251 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   noutros; olhar bem para
Pág.Página 3251
Página 3252:
3252 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   O Sr. Presidente (Manue
Pág.Página 3252
Página 3253:
3253 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   A crise da justiça nos
Pág.Página 3253
Página 3254:
3254 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   Propomos que só o regis
Pág.Página 3254
Página 3255:
3255 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   Há um aspecto que gosta
Pág.Página 3255
Página 3256:
3256 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   Acha que faz sentido, h
Pág.Página 3256
Página 3257:
3257 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   Há-de perceber que não
Pág.Página 3257
Página 3258:
3258 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   mas sem pôr em causa aq
Pág.Página 3258
Página 3259:
3259 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   as conservatórias demor
Pág.Página 3259
Página 3260:
3260 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   Vozes do PSD: - Muito b
Pág.Página 3260
Página 3261:
3261 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   aquilo que se retira ao
Pág.Página 3261
Página 3262:
3262 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   A Oradora: - … com o re
Pág.Página 3262
Página 3263:
3263 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   notários e não apenas d
Pág.Página 3263
Página 3264:
3264 | I Série - Número 077 | 23 de Janeiro de 2003   O que lhe pergunto é o
Pág.Página 3264