O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3218 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004

 

conciliação com as responsabilidades profissionais, mas é insuficiente o cumprimento dessa legislação e as entidades empregadoras têm de ser dissuadidas de impedir as mães e os pais de utilizarem, em benefício dos filhos e do conjunto da sociedade, a protecção conferida pela lei.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Muito bem!

A Oradora: - Quanto ao planeamento familiar, desejamos que duas medidas em especial sejam adoptadas pela forma adequada em cada caso. A primeira tem a ver com a dispensa de medicamentos pelas farmácias. A lei impõe uma lista de medicamentos que as farmácias devem obrigatoriamente dispensar. Dessa lista deve passar a constar, sem depender da vontade dos farmacêuticos, os meios de contracepção e de planeamento familiar que são vendidos em farmácias. Não deve ser possível às farmácias não vender livremente preservativos, anovulatórios ou contracepção de emergência.
O segundo aspecto tem a ver com a contracepção cirúrgica. A Lei n.º 3/84, no seu artigo 10.º, determina as condições em que a esterilização voluntária pode ter lugar.
Nos termos do artigo 7.º do Decreto-Lei n.º 259/2000, de 17 de Outubro, a contracepção cirúrgica deve ser assegurada no prazo máximo de três meses, no caso de risco obstétrico acrescido, isto é, nos casos terapêuticos, prazo longo de mais. E que dizer dos casos em que a contracepção cirúrgica é pedida por livre escolha das pessoas que, nos termos da lei, têm direito a esse acesso? Devem tomar-se providências para que a contracepção cirúrgica seja realizada em prazos muito mais curtos.

Vozes do PSD: - Muito bem!

A Oradora: - Há, pois, como se vê, um vasto campo de intervenção prática no terreno, que está para além dos estudos, das leis e dos diagnósticos, o qual deve ser desenvolvido e aprofundado.
Interessa a todos o desenvolvimento harmonioso dos jovens, dos casais e das crianças. Interessa a todos que as pessoas desejem ter filhos, que tenham condições para os educar e que a maternidade e a paternidade sejam fonte de realização pessoal e garante do desenvolvimento e bem-estar.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Estas preocupações no domínio da protecção da família, da maternidade e da paternidade, da promoção da educação para a sexualidade e do controlo da fecundidade são permanentes e são independentes do teor da lei que permita ou não o aborto.
Sabemos que este debate não encerra esta última questão, nem queremos ou sugerimos que o faça. O debate está, de facto, reaberto. Façamo-lo com toda a serenidade que o assunto merece e sem arrogância. Nós, pelo menos no Grupo Parlamentar do PSD, não estamos zangados com ninguém.
Quando os portugueses e as portuguesas, em referendo, se voltarem a pronunciar, terão, possivelmente, escolhido um outro caminho, ou não. A eles e a elas, que aqui representamos, caberá, então, decidir.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados Odete Santos, Luís Fazenda e Luísa Portugal.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Odete Santos, dispondo para o efeito de 3 minutos.

A Sr.ª Odete Santos (PCP): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Leonor Beleza, apreciei a parte final da sua intervenção, ou seja, o apelo que fez ao debate sereno. Só que, até este momento, não houve, nem penso que venha a haver, qualquer debate por parte das bancadas do PSD e do CDS-PP, que se comportam de forma muito displicente.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Muito bem!

A Oradora: - Penso que a intervenção de V. Ex.ª explicou isso. É que, pelos vistos, não vai haver da parte do PSD qualquer intervenção que toque o fundo desta questão.
A Sr.ª Deputada disse que não se iria pronunciar sobre a questão material (também penso que mais ninguém do PSD irá falar das consequências graves do aborto clandestino). Percebo a sua atitude a este respeito: é que, se calhar, não estará muito à vontade para falar destas questões.
O PSD, em 22 anos, esteve, salvo erro, 16 no governo, governando agora há 2. Portanto, durante todo esse tempo teve e tem na sua mão os mecanismos necessários para fazer aquilo que entende que devia ser feito em matéria de educação sexual e de planeamento familiar, pois teve e tem a iniciativa legislativa e regulamentar.

Páginas Relacionadas
Página 3204:
3204 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Secretário (Duarte
Pág.Página 3204
Página 3205:
3205 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Sr.ª Odete Santos (PCP)
Pág.Página 3205
Página 3206:
3206 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   perdem a vida. É este qua
Pág.Página 3206
Página 3207:
3207 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   abortos, o que é pura man
Pág.Página 3207
Página 3208:
3208 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   que quer impedir a forma
Pág.Página 3208
Página 3209:
3209 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Os portugueses devem ter-
Pág.Página 3209
Página 3210:
3210 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Aplausos do PS. Que
Pág.Página 3210
Página 3211:
3211 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   chegou ao seu bairro ou à
Pág.Página 3211
Página 3212:
3212 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   cuidados de saúde assegur
Pág.Página 3212
Página 3213:
3213 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   conclusões do relatório.
Pág.Página 3213
Página 3214:
3214 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   grande importância, que i
Pág.Página 3214
Página 3215:
3215 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Marques Guedes
Pág.Página 3215
Página 3216:
3216 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Hoje, continua a descreve
Pág.Página 3216
Página 3217:
3217 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Marques Guedes
Pág.Página 3217
Página 3219:
3219 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Reconheço que, a nível da
Pág.Página 3219
Página 3220:
3220 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Oradora: - Estou a fala
Pág.Página 3220
Página 3221:
3221 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Luís Fazenda (PSD):
Pág.Página 3221
Página 3222:
3222 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Vicente Jorge Silva
Pág.Página 3222
Página 3223:
3223 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   PSD está a fugir. Fal
Pág.Página 3223
Página 3224:
3224 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   estive a falar de alguma
Pág.Página 3224
Página 3225:
3225 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Oradora: - Serve apenas
Pág.Página 3225
Página 3226:
3226 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Sr. Ricardo Gonçalves (
Pág.Página 3226
Página 3227:
3227 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   penalização do aborto…
Pág.Página 3227
Página 3228:
3228 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   nenhuma circunstância, pr
Pág.Página 3228
Página 3229:
3229 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   A Sr.ª Odete Santos (PCP)
Pág.Página 3229
Página 3230:
3230 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   que, ao mesmo tempo que c
Pág.Página 3230
Página 3231:
3231 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   complexas as questões mai
Pág.Página 3231
Página 3232:
3232 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   Aplausos de Deputados do
Pág.Página 3232
Página 3233:
3233 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   em especial o PSD, vieram
Pág.Página 3233
Página 3234:
3234 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   generalidade. O Sr.
Pág.Página 3234
Página 3235:
3235 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   O Orador: - O aborto é um
Pág.Página 3235
Página 3236:
3236 | I Série - Número 058 | 04 de Março de 2004   a recorrer à interrupção
Pág.Página 3236