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3631 | I Série - Número 065 | 19 de Março de 2004

 

O Sr. Ribeiro Cristóvão (PSD): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Uma semana depois de aqui termos prestado homenagem a dois atletas medalhados nos campeonatos do mundo de pista coberta dispu-tados em Budapeste, evocamos hoje os feitos daquele que é unanimemente considerado como o melhor atleta português de todos os tempos: Carlos Lopes.
Descendo um dia de Vildemoinhos, nos arredores de Viseu, até à então para si inóspita cidade de Lis-boa, Carlos Lopes cedo provou que era mais um beirão determinado e que só iria parar quando o sucesso consigo marcasse encontro.
Foram vários anos de luta persistente e teimosa, de muito treino e de uma enorme paciência, sempre convicto de que o seu dia haveria de chegar. Carlos Lopes foi construindo um currículo invejável, que hoje é o seu e o nosso orgulho e que o dá como exemplo em todo o mundo.
Detentor de várias medalhas, Carlos Lopes obrigou-nos muitas vezes a deitar tarde e a levantar cedo, isto porque as suas vitórias aconteceram em muitas latitudes: em Montreal ou em Munique, em Roterdão ou em Los Angeles.
Participou nos Jogos Olímpicos de Munique, de Montreal e de Los Angeles e em várias edições dos campeonatos do mundo de corta-mato, tendo em três deles ganho outras tantas medalhas.
Dos Jogos Olímpicos de Los Angeles e da medalha de ouro então conquistada numa maratona que a História guarda como uma das mais vibrantes de sempre, ainda hoje revemos o grande atleta a cortar o fio de chegada e logo envolto na bandeira portuguesa a dar uma volta de consagração com a frescura de quem estava a dar os primeiros passos dos 42 195 m que o consagraram como o mais forte dessa edição olímpi-ca; e o seu ritmo foi tão forte que lhe garantiu então um record olímpico que ainda hoje se mantém.
Carlos Lopes nunca deixou a modalidade que é a sua paixão e hoje, através da Fundação recentemente criada com o seu nome, estimula, entre outras, a prática do atletismo entre os jovens, que vêem nele um exemplo de abnegação.
No núcleo do Sporting Clube de Portugal da Lourinhã, Carlos Lopes treina e orienta, actualmente, cerca de quatro dezenas de atletas que procura contagiar com o entusiasmo que, ainda hoje, é o seu lema de vida.
Passados cerca de 20 anos sobre a sua maior conquista, a Medalha de Ouro na Maratona dos Jogos Olímpicos de Los Angeles que, em 12 de Agosto de 1984, nos tirou o sono e nos fez festejar na rua, o Grupo Parlamentar do PSD evoca essa madrugada em que nos enchemos de orgulho.
Ao atleta Carlos Lopes, presente nas galerias desta Assembleia, agradecemos esses momentos que o tempo não apaga.

Aplausos do PSD, do PS e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Este voto que hoje aqui apresentamos é, antes de mais, um exercício de extrema justiça - e oportuno - deste Parlamento.
O brilhante passado desportivo do atleta Carlos Lopes, aqui presente e que saúdo em nome da minha bancada, só por si, justificava o tributo que aqui queremos prestar-lhe. De resto, foram deixados alguns exemplos: nos Jogos Olímpicos de Montreal, a Medalha de Prata, nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, a Medalha de Ouro, na Maratona de Roterdão, um record do Mundo.
Todos os que aqui estão devem recordar, com muito orgulho, o momento em que, nos Estados Unidos, sozinho, com toda a encenação própria do País que organizava os Jogos Olímpicos nesse ano, Carlos Lopes entrou e o seu nome e o nome de Portugal ali foram evocados, para regozijo de todos os presentes mas também de todos os portugueses que, então, puderam assistir e guardaram, certamente, essa comoção e essa emoção até hoje.
Mas, independentemente deste passado desportivo de Carlos Lopes, o seu passado cívico é, igualmen-te, ímpar. Carlos Lopes representa o espírito competitivo olímpico por excelência. Carlos Lopes represen-ta, ainda hoje, neste espírito competitivo, o exemplo que quem se dedica ao atletismo e às várias modali-dades desportivas quer significar nessas actividades desportivas, sendo que, nesse passado, que todos testemunhamos e de que todos nos orgulhamos, só por si, não vemos justificação para este voto. A razão é outra: as homenagens justas são-no muito mais quando feitas em vida e Carlos Lopes é, hoje, uma pessoa ainda nova, um atleta que foi de eleição mas que se propõe dar ainda muito ao futuro de Portugal. Através de uma Fundação que tem o seu nome, Carlos Lopes propõe-se, hoje, colocar a sua experiência de vida, a sua experiência desportiva, as técnicas aperfeiçoadas, a sua vontade e, certamente, os muitos anos que ainda terá ao serviço de Portugal e do desporto, à disposição de muitos atletas jovens que permitirão que, também no futuro, possamos ter alegrias equivalentes às que nos deu e que só não poderão ser igualadas porque, na sua medalha olímpica, deu a Portugal a sua primeira medalha olímpica. E esse feito

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