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4833 | I Série - Número 088 | 14 de Maio de 2004

 

não se limitava a ser proprietário.
Com o seu gesto de delegar uma soma enorme para uma fundação que operará no domínio da saúde, o Sr. António Champalimaud pode ter surpreendido muita gente, mas não os que o conheciam. Demonstrou, mais uma vez, que para ele o dinheiro merecia respeito, ser bem aplicado e onde é mais necessário.
O país precisava de ter mais homens assim.
À sua família, o Grupo Parlamentar do CDS-PP apresenta os seus votos de sentidas condolências.

Vozes do CDS-PP: - Muito bem!

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, os considerandos com que o PSD e o CDS-PP sustentam o voto apresentado não são de um voto de pesar, são, antes, uma tentativa, que repudiamos, de reescrever a história, de branquear responsabilidades e uma tentativa de que outros, para aprovar o voto, renegassem os seus juízos e convicções de sempre.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Ao votarmos contra o texto apresentado pelo PSD e pelo CDS-PP não nos afastamos, contudo, por um segundo, de uma atitude de respeito humano pelos sentimentos dos familiares e amigos do falecido.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): - É lamentável!

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): - Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, as razões aduzidas pela maioria PSD/CDS-PP para este voto de pesar e de homenagem são no essencial os da construção de uma fortuna, é isso que está na essencialidade da homenagem apresentada. Entendemos que, sem outras causas, exceptuando um gesto filantrópico de última hora, não é essa a verdadeira homenagem que esta Câmara pode prestar. Não nos revemos em conceitos como os da sociedade de mercado, em que o lucro é o "bezerro de ouro", logo em Portugal, que é o país com a maior desigualdade social da União Europeia…
Esse elogio ao capitalismo e ao tipo de capitalismo que consta do voto da maioria nunca poderemos subscrever.
Sr.ª Presidente, não estenderemos, por isso, as nossas condolências à aprovação deste voto e, com toda a convicção e com todo o respeito, votaremos contra.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.

O Sr. António José Seguro (PS): - Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, pronunciarei umas breves palavras para dizer que é normal que nem todos concordemos com todo o percurso do cidadão perante cuja vida esta Câmara se vai hoje curvar.
Reconhecemos positivamente o sentido de empresário, de industrial, e associamo-nos exclusivamente ao sentido de pesar que a maioria apresenta, votando favoravelmente o voto, mas quanto ao sentido desse mesmo voto e não quanto aos considerandos.

A Sr.ª Presidente (Leonor Beleza): - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares (Luís Marques Mendes): - Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, desejo também, em nome do Governo, associar-me a este voto de pesar e sublinhar, nesta ocasião, a pertinência da sua aprovação.
O Sr. António Champalimaud foi alguém que não tive o gosto de conhecer pessoalmente, mas isso não me inibe de poder sublinhar o exemplo de um empresário, de um industrial, de alguém que é um exemplo de capacidade de arriscar, de inovar, de ser teimoso no melhor sentido da palavra, de criar riqueza e de com isso, goste-se ou não das suas ideias, ter dado um contributo inegável para o progresso e para o desenvolvimento do País. E isto é sempre importante sublinhar.
Não quero também deixar de acentuar o enorme significado, ontem conhecido, de no seu testamento ter decidido instituir uma fundação a que atribuiu o nome dos seus pais.

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