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5252 | I Série - Número 095 | 17 de Junho de 2004

 

família e, evidentemente, ao Partido Socialista, o nosso profundo pesar e solidariedade.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares, Caros Colegas: Em nome de Os Verdes, gostaria também de me associar a esta justíssima homenagem que estamos a prestar hoje ao Prof. Sousa Franco.
Conheci-o de modo breve, enquanto exerceu funções na Assembleia da República e enquanto membro do governo de António Guterres.
Penso que a forma trágica como o seu desaparecimento ocorreu não deixou ninguém indiferente e leva-nos a questionar sobre o modo brutal e muitas vezes excessivo como o combate político tem de ser travado. Mas também nos deixa uma marca fortíssima de alguém que participou de corpo e alma numa campanha, com uma total entrega, com uma enorme paixão e também com algo particularmente bonito, ou seja, uma imensa alegria e um imenso encantamento.
Penso que o Prof. Sousa Franco, sendo alguém que não se preocupava propriamente com o "politicamente correcto", mas que agiu sempre de acordo com as suas convicções mais profundas em defesa dos valores que pautaram toda a sua vida, por uma sociedade mais fraterna e mais justa, na campanha eleitoral, particularmente dura, revelou-se como uma pessoa extraordinariamente afável, bem humorada, pedagógica no modo como se dirigiu aos cidadãos portugueses.
É esse o exemplo de um cidadão comprometido, ao longo da vida, com a causa pública. Esse cidadão, académico, investigador, professor, imprimiu com a sua obra mudanças enormes, designadamente no Tribunal de Contas, transformando esse imenso, gigante, e burocrático órgão num órgão prestigiado e moderno.
Sousa Franco, um católico empenhado com a vida, não viveu fechado num gueto, mas fez das suas convicções religiosas e políticas um guia de acção ao serviço dos outros, ao serviço da causa pública, como forma de transformar uma sociedade, que queria mais justa e mais solidária.
Hoje assinalamos o desaparecimento desse cidadão, de convicção, de entrega e de humildade, marcante para todos nós, e é a essa pessoa a quem, em nome de Os Verdes, quero prestar homenagem.
Não queria também deixar de manifestar a minha enorme admiração pela Dr.ª Matilde Sousa Franco, cuja coragem e seriedade são uma lição para todos nós.
À sua família enlutada e ao Partido Socialista, que perdeu aquele que seria um grande Deputado no Parlamento Europeu, quero, pois, manifestar o meu pesar.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Em nome do Governo, associo-me também ao voto de pesar pelo falecimento do Prof. Sousa Franco.
A morte do Prof. Sousa Franco representa o desaparecimento de alguém que tomou o serviço público como uma opção de toda uma vida - julgo que uma das marcas mais impressivas da personalidade do Prof. Sousa Franco -, serviço público esse que, com enorme brilhantismo, prestou, quer como Deputado, governante, professor, quer como cidadão.
Como governante e Deputado, bateu-se de uma forma sempre determinada e teimosa pelas suas ideias. Poderia ser polémico, controverso, a ninguém deixava, em qualquer circunstância, indiferente. É a melhor prova de que se batia pelas suas próprias ideias e de que assumia as suas próprias convicções. Merece, por isso, o nosso enorme e profundo respeito.
Como professor, dedicou toda uma vida a uma das actividades mais nobres que existem: a de transmitir conhecimentos aos mais novos, às novas gerações. Fê-lo, como aqui já foi recordado (e muitíssimo bem), com enorme brilhantismo. Foi um dos maiores académicos, um dos melhores professores de Portugal. Merece, por isso, também, o nosso reconhecimento.
Como cidadão, foi alguém que não precisou, durante anos, da actividade política partidária normal para exercer uma actividade cívica e política constante e permanente, na busca de soluções na afirmação dos seus ideais. É, pois, também credor do nosso respeito e admiração por este exemplo de cidadania.
Morreu de forma inesperada, brutal, dramática, comovendo todos: os seus amigos, os seus adversários ou aqueles que simplesmente o conheciam da actividade pública.
Morreu quando, em obediência a estes princípios da sua intervenção cívica e política, protagonizava mais um combate, desta vez para servir Portugal no Parlamento Europeu. Fica-nos, por isso, sobretudo, o seu exemplo, o exemplo da sua obra, do seu pensamento e da sua acção. Aqui lhe presto, por todas estas razões, a minha e a nossa homenagem.
À Dr.ª Matilde de Sousa Franco e ao Partido Socialista renovo o nosso sentido pesar, as nossas

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