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5317 | I Série - Número 097 | 18 de Junho de 2004

 

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Muito bem!

O Orador: - Todos lhe somos, por isso, devedores e também por isso é inteiramente justo e sincero o pesar que a Assembleia da República, estou certo, vai manifestar pelo seu desaparecimento.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado João Rebelo.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): - Sr. Presidente, o Presidente Reagan foi, reconhecidamente, uma das figuras políticas americanas mais marcantes do século XX.
As reacções políticas e populares ao anúncio da sua morte são um sinal claro do apreço e do carinho que muitos tinham pela figura de Ronald Reagan. Grande comunicador, corajoso, confiante, sério e com grande sentido de humor, ninguém ficava indiferente ao seu lendário optimismo.
Acompanhado por uma equipa governamental "de primeira água", devolveu a confiança e o orgulho ao povo norte-americano, tão afectado pelos anos da Guerra do Vietname e pelo escândalo Watergate.
As suas políticas devolveram à economia americana a pujança e a força de décadas anteriores e contribuíram, pelo seu dinamismo, para o crescimento económico no mundo livre.
Homem de fortes convicções políticas, morais e religiosas, combateu o terror comunista soviético em todo o lado, sem descanso e com grande sucesso. Foi também ele que soube, no momento certo, dar a mão a Gorbatchev e negociar o desarmamento nuclear. Esta política de negociação em posição de força contribuiu, alguns anos depois, para a queda do comunismo e o fim da "guerra fria".
O CDS-PP apresenta ao povo americano os seus mais sentidos pêsames.

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Guilherme d'Oliveira Martins.

O Sr. Guilherme d'Oliveira Martins (PS): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Ttodos sabem que estamos nos antípodas do que foi o pensamento do Presidente Ronald Reagan. No entanto, que fique claro que, demarcando-nos de uma linguagem a nosso ver despropositada, que é a que consta dos pressupostos deste voto, manifestamos o nosso pesar pelo falecimento do Presidente Ronald Reagan, homenageando, naturalmente, a sua memória e dirigindo as mais sentidas condolências ao povo dos Estados Unidos da América.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Fazenda.

O Sr. Luís Fazenda (BE): - Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Apresenta-nos a maioria de direita uma proposta de um voto de homenagem à memória do ex-Presidente norte-americano Ronald Reagan.
Não podemos acompanhar este voto (o que, de resto, seria esperado) porque não reconhecemos as virtudes que nele são atribuídas ao ex-Presidente norte-americano. Pelo contrário, recordamos que foi um mccartista assumido; delator de colegas de profissão, enquanto presidente do sindicato dos actores; enquanto Presidente dos Estados Unidos da América, manipulou e apreciou artificialmente o dólar, o que levou à armadilha da dívida externa que ainda hoje devasta o terceiro mundo; a coberto do chamado "programa da guerra das estrelas", deu um impulso decisivo, um salto brusco no arsenal de armas de destruição maciça dos Estados Unidos, pelo que foi mais um programa de guerra do planeta e da militarização à escala global; foi um presidente que, ilegalmente, vendeu armas ao Irão para financiar a guerrilha dos "Contra" na Nicarágua; foi um presidente que invadiu Granada sem qualquer mandato internacional e contra a Carta das Nações Unidas; foi um presidente que financiou, treinou e armou todo o tipo de mujahedins, de talibãs, e que recebeu com pompa e circunstância os talibãs na Casa Branca; foi um presidente que também inaugurou o modelo neo-liberal de desmantelamento do Estado social e da intervenção económica do Estado.
São razões a mais, razões ponderosas para nos demarcarmos da linguagem típica de "guerra-fria" e do objecto deste voto.

Vozes do BE: - Muito bem!

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