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5916 | I Série - Número 108 | 03 de Setembro de 2004

 

Por outro lado, também não esperava este volte-face, porque o PS vem falar em responsabilizar o actual e o anterior Governo. Ora, não sei se têm algum contencioso com o Deputado Augusto Santos Silva (se ele fala ou não com o Partido Socialista) ou se, de facto, ele próprio mudou a sua opinião. Porque, se bem me lembro, quando se discutiu a chamada "lei do cinema", o Sr. Deputado Augusto Santos Silva (estão aqui várias testemunhas desse debate) impediu-me, quase que brandindo a Constituição, de responsabilizar anteriores governos. Agora que já é conveniente, voltam a responsabilizar o anterior governo.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): - Exactamente!

O Orador: - Eu não quero ver, porque não acredito - VV. Ex.as pertencem a um grande e nobre partido -, que haja oportunismo da parte do Partido Socialista, mas é um facto que aguardamos com expectativa o vosso congresso para ver se se organizam.
Diria, em suma, que o que hoje vos faltou foi uma certa humildade socrática e um certo optimismo, mas, se não conseguiram fazer uma cara mais alegre, ao menos que tivessem dado só ares.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Deputada Cristina Granada.

A Sr.ª Cristina Granada (PS): - Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados: Ficámos a saber que para o Sr. Deputado Gonçalo Capitão a trapalhada na colocação de professores não passa de "uma borbulha atrás da orelha".

Risos do PS.

Pena é que a maioria se centre nas questões administrativas, esquecendo as pessoas no meio do processo, porque é no respeito pelas pessoas que está a humanização, de que aqui também já se falou.
No final da primeira quinzena de Julho, dava-se como garantida a publicação das listas de colocação de professores para a primeira quinzena de Agosto. Posteriormente, foi-se tendo conhecimento, pela comunicação social, que a equipa que tratava da colocação de professores estava a ser reforçada, no sentido de estarem as listas afixadas entre 28 e 30 de Agosto - isto porque havia, entre outras questões, 36 000 reclamações a tratar, 24 000 destas tendo fundamento, como nos disse a Sr.ª Ministra. Hoje, as escolas apenas sabiam que tinham de iniciar actividades a 16 de Setembro; soubemos agora pela Sr.ª Ministra que podiam alargar o prazo até ao dia 23.
Esquece-se, então, que os professores têm família? Esquece-se que estas pessoas necessitam de adequar a sua vida à colocação profissional, que nunca recusam e nunca rejeitam? Um professor que se desloca precisa de organizar a sua família em função desse facto. Uma escola que recebe professores deslocados sabe que o professor vai ter de proceder a inúmeras tarefas de instalação, que deverá adaptar-se às novas circunstâncias, às pessoas, à escola, aos alunos, aos funcionários, entre muitas outras questões.
Outros professores, nomeadamente os de quadro de zona pedagógica ainda sediados na escola em que exerceram funções no ano lectivo que terminou, aguardando nova colocação, participam, ainda assim, mas sem qualquer motivação, com alguma probabilidade, na preparação do ano escolar de uma escola onde provavelmente não ficarão. Pior: muitos professores que venham a leccionar o 11.º ano de escolaridade, por não estarem colocados, e para quem decorrem, neste momento, acções de formação relativamente ao conhecimento e à preparação do trabalho no próximo ano lectivo com os novos programas para o 11.º ano, não vão usufruir, por esta razão, da mesma formação, ficando assim comprometido o seu trabalho - o acompanhamento adequado dos seus alunos.
Para um professor, iniciar as actividades escolares passa por muitas questões: reuniões de preparação das actividades escolares; reuniões de departamento, de grupo ou áreas curriculares; reuniões de tomada de conhecimento e integração no projecto educativo; tomada de conhecimento dos materiais e dos manuais adoptados; tomada de conhecimento das turmas e da sua especificidade; detecção de casos especiais de crianças e jovens com necessidades educativas especiais; leitura e análise, isoladamente ou em conselho de turma, do cumprimento da matéria pelos professores do ano anterior.
Compete ainda aos professores proceder à formação de professores novos relativamente às normas em curso na escola; proceder à formação de professores relativamente a novas metodologias ou outras acções de formação, de interesse e utilidade para o trabalho na escola ou no agrupamento de escolas; reorganizar e dinamizar projectos que a escola mantém, com ou sem acompanhamento da tutela, como é o caso, nomeadamente, dos inúmeros projectos que decorrem relativamente à educação sexual (uma velha questão).

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