O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

1024 | I Série - Número 018 | 19 de Novembro de 2004

 

Jacinto Ramos pertenceu à idade de "ouro" do teatro português. Estreia-se com o teatro na Sociedade Guilherme Cossoul e, juntamente com José Viana, funda o grupo de teatro da Sociedade Guilherme Cossoul. Em 1950, apadrinhado por Amélia Rey Colaço, passa a integrar a companhia Rey Colaço/Robles Monteiro no Teatro Nacional D. Maria II, onde se estreia em Curva Perigosa. Neste Teatro Nacional protagonizou ainda, entre outras peças, Sonho de Uma Noite de Verão, de William Shakespeare, Casaco de Fogo, de Romeu Correia, Menina Júlia, de Strindberg, e Os Maias, de Eça de Queiroz.
O teatro amador foi um dos campos a que dedicou especial atenção ao longo de toda a sua vida, tendo dirigido vários grupos de teatro amador, como o CITAC, em Coimbra, o grupo de teatro da Faculdade de Direito de Lisboa, o Teatro d'Hoje, o Teatro de Novos para Novos e o Teatro Experimental de Lisboa.
Jacinto Ramos foi mais do que um actor, coreógrafo, encenador. Jacinto Ramos foi um "Fazedor de Teatro".
Portugal e os Seus Poetas e Cantando Espalharei foram as suas mais destacadas incursões pela divulgação da poesia, tendo protagonizado espectáculos, em 1981 e 1985, um pouco por todo o mundo.
Jacinto Ramos, para além de actor, foi realizador e argumentista. Destacam-se, das suas participações no cinema, Pátio das Cantigas, Pai Tirano, Ladrão Precisa-se, Chaimite, A Costureirinha da Sé, Benilde ou a Virgem-Mãe ou Manhã Submersa. O seu talento invadiu as casas de todos os portugueses, através da televisão, com as telenovelas Origens, Palavras Cruzadas e A Banqueira do Povo e, ainda, pelo teatro televisivo, em Frei Luís de Sousa e Henrique IV.
O brilhantismo de Jacinto Ramos também se entregou à escrita, tendo traduzido peças de teatro e publicado um livro em parceria com Luz Franco: Esta é a Ditosa Pátria Minha Amada.
Participou na criação do Sindicato das Artes do Espectáculos e foi fundador da Associação de Apoio aos Artistas. Mais recentemente, devido à perda da sua neta de 5 anos num acidente de viação, torna-se num membro activo da Associação de Cidadãos Automobilizados.
Jacinto Ramos foi sempre um inconformado, mantendo ao longo de toda a vida uma actividade cívica e social que só está ao nível dos grandes homens.
Tendo recebido vários prémios ao longo da sua vida, a República portuguesa soube atempadamente reconhecer e condecorar este seu filho talentoso com o merecido grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada.
A memória de um País e de um povo recordará, por muitos anos, a obra e a vida deste homem, que engrandeceu a sua cultura.
A Assembleia da República e o Grupo Parlamentar do PSD expressam o seu pesar pela morte de Jacinto Ramos e enviam à família e amigos as mais sentidas condolências.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Jacinto Ramos deverá ser recordado não só pela sua obra, pela dedicação à sua arte, mas também pela preocupação que tinha pelos que lhe eram mais próximos, sobretudo pelos seus amigos e filhos, que adorava acima de tudo.
Ao longo da sua vida sempre quis ser um homem livre. Apesar de nunca ter escondido as suas tendências políticas, quis sempre afirmar-se como um homem de trabalho e não como alguém conhecido por ter esta ou aquela filiação partidária.
Na memória dos seus colegas, na memória daqueles que com ele privaram, ficará para sempre a sua criatividade e o seu empenho na divulgação da sua arte.
Várias vezes premiado pela sua carreira de actor, encenador, realizador e coreógrafo, Jacinto Ramos foi condecorado, em 1994, com o grau de Comendador da Ordem Militar de Santiago de Espada.
Em nome do Governo, apresento aos seus familiares e amigos as mais sentidas condolências.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos, então, passar à votação dos votos que acabamos de apreciar.
Proponho que votemos, em primeiro lugar, os votos n.os 220 e 223/IX e, depois, os restantes.
Assim, Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto n.º 220/IX - De pesar pelo falecimento de Yasser Arafat (PS).

Submetido à votação, foi aprovado, com votos a favor do PS, do PCP, do BE e de Os Verdes, votos contra de alguns Deputados do CDS-PP e abstenções do PSD e do CDS-PP.

É o seguinte:

Páginas Relacionadas