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3472 | I Série - Número 073 | 06 de Janeiro de 2006

 

total, como era pedido pelas grandes confederações de agricultores; como sabe, em relação ao algodão, não houve um desligamento total; como sabe, discutiu-se a questão da beterraba sacarina, relativamente à qual não fizemos um desligamento total; neste momento, a grande questão que se coloca é a do desligamento do tomate e, também aí, o Governo não vai fazer o desligamento total, exactamente por considerar que essa é uma forma de criar o abandono das terras.
Portanto, Sr. Deputado, a resposta que tenho a dar-lhe é a de que o Partido Socialista e o Governo do Partido Socialista estão preocupados com esta questão e, naturalmente, tudo farão para que o abandono da terra, o abandono dos nossos campos, não venha a verificar-se.
Gostava de terminar com uma palavra de esperança: vem aí o novo Quadro Comunitário de Apoio…

O Sr. Hermínio Loureiro (PSD): - E agora?!

O Orador: - … e nesse novo Quadro Comunitário de Apoio aquilo que o Governo do Partido Socialista apresentará, em matéria de Estratégia Nacional de Desenvolvimento Sustentável, será um quadro de orientações que articulará, de uma forma regionalizada e "territorializada", as políticas de desenvolvimento rural com as políticas de conservação da natureza, de floresta e de desenvolvimento regional. Temos a certeza de que, quando esse assunto vier a ser tratado nesta Câmara, os Srs. Deputados da oposição nos darão razão!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: - Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Arménio Santos.

O Sr. Arménio Santos (PSD): - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Há 11 meses, os portugueses foram chamados a escolher um novo Parlamento e desse modo um novo Governo, tendo dado uma maioria confortável ao Partido Socialista para governar e poder cumprir o seu Programa.

O Sr. Mota Andrade (PS): - Muito bem!

O Orador: - Os portugueses quiseram dar condições para uma governação estável e coesa, em ordem a recolocar o País nos caminhos do progresso, da criação de riqueza, do emprego, da justiça social, do optimismo perante o futuro. Era isso que os portugueses esperavam, quer aqueles que votaram no Partido Socialista quer aqueles que escolheram outros partidos, porque todos somos portugueses e todos queremos o progresso de Portugal.

Vozes do PSD: - Muito bem!

O Orador: - Mas as expectativas dos portugueses têm sido defraudadas e o capital de esperança e de confiança que normalmente acompanha um novo governo foi desbaratado sem glória nem proveito para os portugueses.
A economia portuguesa, que havia dado sinais de alguma retoma no segundo trimestre de 2005, sofreu uma quebra de 0,9% no trimestre seguinte, o investimento continua em queda e o insuspeito Banco de Portugal já corrigiu ontem, em baixa, a generalidade dos indicadores do Governo para 2006, chumbando assim as metas governativas para o ano que ainda mal começou.
Portugal está a divergir cada vez mais dos restantes países da União Europeia, em vez de convergir, e, como consequência deste atraso económico, os portugueses vêem-se confrontados com a situação de desemprego mais difícil dos últimos 20 anos.
Segundo dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional, em Outubro de 2005, o desemprego registado em Portugal abrangia 484 730 pessoas e a taxa de desemprego passou de 7,2%, no segundo trimestre desse ano, para 7,7%, no terceiro trimestre.
Daqueles desempregados, cerca de 50 000 têm curso superior, o que significa que cerca de 10% do desemprego total é de licenciados. Ou seja, o País e as famílias gastam rios de dinheiro na formação de quadros superiores, que depois se arrastam angustiados à procura de uma oportunidade de emprego e sem possibilidades de poderem contribuir para o progresso do seu país.
Dos 484 730 desempregados, cerca de 134 000 têm idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos, mais 23,9% do que no terceiro trimestre de 2004. Em termos regionais, o Norte tem a taxa mais elevada de desemprego, 8,8%. O têxtil, o vestuário, a metalurgia, o calçado, a gráfica e a química são os sectores mais atingidos pela redução de postos de trabalho.
E a exemplo da década de 70 do século passado, Portugal volta a sentir o fenómeno da emigração, com aldeias do interior a ficarem despovoadas, porque as pessoas que podem trabalhar têm de emigrar em busca de trabalho e de um ordenado que lhes dê alguma dignidade.
Este é um breve retrato da dimensão do problema que hoje mais preocupa os portugueses - o desemprego. Quase 0,5 milhões de portugueses estão desempregados, é uma situação muito séria, que não se