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6187 | I Série - Número 135 | 16 de Junho de 2006

 

de Morais. Devo dizer-lhe que é mesmo de ir às lágrimas.

O Sr. Mota Andrade (PS): - Muito bem! Bem lembrado!

O Orador: - E o CDS, que é tão defensor das populações, esquece-se que um ministro - do ambiente, por acaso - solicitou um levantamento em Coimbra sobre esta matéria. Sabe o que é que sucedeu? Não foi eleito! E sabe o que é que aí sucedeu ao PS? Ganhou com maioria absoluta!

Aplausos do PS.

Só que, hélas, como diria o outro, um dos projectos de resolução agora em debate admite que a co-incineração divide a comunidade científica. É um avanço, só que acrescenta: "o processo é caracterizado por uma forte contestação popular".
Aqui, Sr.as e Srs. Deputados, é que está, a meu ver, o cerne da questão. É por isso que é muito útil e proveitoso recordar o que é que a democracia grega, no tempo de Péricles, nos ensinava sobre essa matéria. E sabem o que é que nos ensinava? É que os gregos olhavam sempre de soslaio os tribunos que procuravam beneficiar dos favores e do apoio do povo quando "vendiam" como verdades absolutas factos que, no mínimo, eram cientificamente discutíveis!

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - Os projectos em apreço, ao irem no sentido em que vão, devem, por isso, merecer a precaução de todos. Foi isso que nos ensinaram os gregos.
Aliás, Srs. Deputados, para os gregos, o conceito de tirania tinha aí as suas razões e as suas raízes.
É que os projectos sustentam, ao fim e ao cabo, que só há uma ciência. Qual é a ciência que entendem que existe? A que condena a co-incineração, apesar de mais de 50 instituições europeias co-incinerarem em cimenteiras. Mas isso é condenável. Porquê? Porque essa ciência é que vale. E por que é que vale? Porque tem contestação popular.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): - Não, não!

O Orador: - Vimos a contestação popular que houve quando o Sr. Ministro Nobre Guedes solicitou um levantamento popular em Coimbra. Onde é que está o Sr. Ministro Nobre Guedes, que não foi eleito exactamente por essa razão?

Vozes do PS: - Bem lembrado!

O Orador: - Ora bem, a Comissão Científica Independente, suportada por cientistas insuspeitos, que produziram um estudo insuspeito, vai em sentido contrário? Claro que por ser uma comissão científica independente aos argumentos já aqui arrolados evidentemente não tem a resposta possível: não servem. E por que é que não servem? Porque são da Comissão Científica Independente, tudo o resto é redondilha.
Mas o que é que importa que essa Comissão Científica Independente tivesse sustentado o que sustentou, se a verdade que se quer transmitir para que se beneficie de favores reindicativos não pode ser essa? De que é que vale eles dizerem isso?! Pretende-se obter outro efeito, que já se viu qual é.
No mais, Srs. Deputados, para sermos sérios, pouco interessa saber, ao fim e ao cabo, se o País continua a produzir, à vista de todos, e da forma como se sabe, mais de 250 t de resíduos industriais perigosos.

Vozes do PCP e do BE: - 250 000 t!

O Orador: - Isto é certo ou não? Existem ou não mais de 250 t de resíduos industriais perigosos que são produzidos todos os dias?
Qual é a solução? Adiar o problema! Qual é o pretexto? A Comissão Científica Independente não serve e as populações revoltam-se.

Aplausos do PS.

Srs. Deputados, nem todos os fins justificam os meios!!

Vozes do PSD e do CDS-PP: - Pois não! É verdade!

O Orador: - É óbvio, cristalinamente óbvio, que, face à gravidade da situação existente, a questão não pode ser resolvida nestes termos nem por esta via simplista de uns que são "bons" e dos outros que são

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