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45 | I Série - Número: 109 | 19 de Julho de 2008


Aplausos gerais.

Sr.as e Srs. Deputados, vamos entrar no período regimental de votações.
Antes de mais, vamos proceder à verificação do quórum de deliberação, utilizando o cartão electrónico.
Os Srs. Deputados que, por qualquer razão, não o puderem fazer, terão de o sinalizar à Mesa e, depois, fazer o registo presencial, para que seja considerada a respectiva presença na reunião.

Pausa.

O quadro electrónico regista 200 presenças, às quais se acrescentam 10, perfazendo 210 Deputados, pelo que temos quórum para proceder às votações.
Vamos começar por apreciar, em conjunto, os votos n.os 165/X (PS) e 166/X (PSD) — De pesar pelo falecimento de Bronislaw Geremek.
Cada grupo parlamentar dispõe de 2 minutos.
Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado José Vera Jardim.

O Sr. José Vera Jardim (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A morte trágica de Geremek foi sentida em toda a Europa, e também entre nós, por todos os que se revêem nos ideais de defesa da liberdade e da democracia.
Geremek espelha na sua história de vida a trágica história da Europa da segunda metade do século XX, em especial do seu país, a Polónia.
Lutador pelos ideais em que acreditou e membro do partido comunista a seguir à guerra, partido que abandonou aquando dos acontecimentos da Primavera de Praga e da sua posterior repressão, foi um dos obreiros da transição para a democracia no seu país e, depois, da sua adesão às instituições europeias.
Intelectual ilustre, apoiou a luta dos operários Gdansk e, depois, a fundação do sindicato Solidariedade e esteve presente em todo o processo, muito sensível, da realização de eleições livres e da implantação de um poder democrático.
Não pactuou com a opressão, nunca, e põe sempre a liberdade como valor cimeiro na sua actuação como político, tendo ainda recentemente, pouco antes da sua morte, recusado vergar-se à aplicação de uma lei iníqua e violadora das liberdades.
Por isso, é oportuno, é essencial que o Parlamento preste uma sentida homenagem à sua memória.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Henrique Rocha de Freitas.

O Sr. Henrique Rocha de Freitas (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A morte de Geremek é, obviamente, uma perda irreparável para a Polónia, mas também uma perda fundamental para todos nós, europeus. Com a sua morte, perde a Europa e perdem todos aqueles que acreditam na política com elevação e nos valores da justiça, da democracia e da liberdade.
Como ele próprio dizia: «Para mim, a Europa é uma essência platónica».
Mas quem foi este homem? Foi uma criança judia salva do gueto de Varsóvia, foi um brilhante historiador da França medieval, foi membro do partido comunista polaco, foi alguém que conviveu com relevantes figuras da Igreja Católica polaca, como os Cardeais Glemp e Wyszynski, foi alguém que desempenhou um papel primordial no movimento sindical Solidariedade, foi o «arquitecto» da transição pacífica para um regime democrático na Polónia pós-1989, foi ministro dos negócios estrangeiros, foi membro do Parlamento Europeu.
É, pois, desta figura lendária da oposição comunista e de um dos principais «arquitectos» que, com Walesa, democratizou a Polónia que aqui falamos. Foi um dos principais «arquitectos» porque soube compreender a mentalidade dos adversários comunistas e a realidade internacional da década. Uma realidade de desencanto do mundo, de alienação do homem, de triste opacidade da era comunista.
Ele que viu os limites do possível mesmo quando a oposição à ditadura exigia a arte do impossível, quando a liberdade significava, naquela década, também libertação.

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