O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

32 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008

As soluções morfológicas impostas às escolas, e que estão, efectivamente, a gerir as escolas, afastam todas as decisões substantivas que os professores querem pôr em prática.
A escola pública portuguesa é, hoje, fortemente administrada por um aparelho central, concentrado e desconcentrado, de feição, inclusivamente, autoritária, que viabiliza, como nunca foi possível depois do 25 de Abril, uma acção mais directa da equipa governativa, que interfere, cada vez mais, sem outras mediações, no interior das escolas para tudo decidir.
Mas a realidade socioeducativa das escolas não pode mudar de acordo com estes emaranhados legislativos.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Luísa Mesquita (N insc.): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Esta é a razão objectiva e fundamental da oposição à mudança e não qualquer conceito abstracto ou abstruso.
Sugiro ao Partido Socialista que aproveite a discussão de hoje para desenvolver alguma preocupação no seu seio e contrariar as intenções demiúrgicas e atomizadoras de verdades únicas e infalíveis do Ministério da Educação.
Ainda é tempo de pôr fim à mistificação e não confundir, Sr. Deputado João Bernardo, autonomia com meros executores periféricos das decisões concentradas do Ministério da Educação, este, sim, incólume a qualquer mudança, porque não a admite.

O Sr. Presidente: — Ainda para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Duarte.

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de começar por registar, em nome do Partido Social Democrata, a relevância do debate que aqui travamos hoje.
Com efeito, o tema do modelo de gestão das nossas escolas é um tema pertinente e, diria mesmo, prioritário para uma mudança no sistema de ensino, que nós, no Partido Social Democrata, consideramos fundamental, tendo em vista aquilo que desejamos para o nosso futuro enquanto País.
Mas, se enalteço o mérito da iniciativa do tema que aqui é trazido, não posso, evidentemente, concordar com a substância do projecto que nos é apresentado pelo Partido Comunista Português.
O PSD promoveu este debate, há mais de dois anos, nomeadamente trazendo um projecto de lei a esta Assembleia da República em que apresentava, de forma linear, absolutamente clara e cristalina, aquela que era a nossa visão para uma escola diferente, uma escola melhor para o nosso sistema.
A verdade é que, à época, a proposta que apresentámos manifestava discrepâncias, diria, quase absolutas com aquela que é a visão do Partido Comunista Português. Temos, de facto, uma visão diametralmente oposta da escola que desejamos para o futuro. Infelizmente, a proposta que apresentámos, à época, foi, naturalmente, rejeitada pelo Partido Comunista Português, pelo Bloco de Esquerda, pelo Partido Ecologista «Os Verdes» e também pelos votos — imagine-se! — do Partido Socialista.
Contudo, aquilo que vale a pena dizer aqui, a propósito deste projecto de lei do Partido Comunista Português, é que ele incorre no mesmo erro da proposta que o Partido Socialista, através do Governo, aprovou, há umas semanas, sobre esta mesma matéria.

O Sr. Miguel Tiago (PCP): — O vosso projecto também era muito parecido com o do PS!

O Sr. Pedro Duarte (PSD): — E o erro é simples: tenta alterar o modelo de gestão das escolas, esquecendo-se daquilo que é provavelmente o essencial. E aquilo que é essencial é que a verdadeira gestão das escolas não está nas escolas, o verdadeiro director/conselho executivo, órgão unipessoal/órgão colegial — enfim, chamem-lhe o que quiserem —, a verdadeira direcção das nossas escolas continua a estar na Avenida 5 de Outubro, no Ministério da Educação.
Hoje, como ontem, e ao contrário daquilo que o PSD propôs, em devido tempo, continuamos a ter um sistema altamente centralista e, como, aliás, já hoje aqui foi dito, um sistema que tende para um dirigismo,

Páginas Relacionadas
Página 0023:
23 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 O Sr. Presidente: — Para uma declaraçã
Pág.Página 23
Página 0024:
24 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 na direcção e gestão dos estabeleciment
Pág.Página 24
Página 0025:
25 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 O Sr. José Paulo Carvalho (CDS-PP): — N
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 As nossas escolas não suportam já m
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 O Sr. João Bernardo (PS): — O modelo ap
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 Vozes do PS: — Muito bem! O Sr.
Pág.Página 29
Página 0030:
30 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 Com o novo regime de autonomia, adminis
Pág.Página 30
Página 0031:
31 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 estratégico, com poder efectivo, as
Pág.Página 31
Página 0033:
33 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 para uma unicidade absolutamente in
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 Por um lado, e em primeiro lugar, numa
Pág.Página 34
Página 0035:
35 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 Aplausos do PSD. O Sr. Presid
Pág.Página 35
Página 0036:
36 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 A lei do PS é uma lei antidemocrática,
Pág.Página 36
Página 0037:
37 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 A Sr.ª Ana Drago (BE): — Portanto, o q
Pág.Página 37
Página 0038:
38 | I Série - Número: 005 | 26 de Setembro de 2008 O Sr. Presidente: — Não havendo mais in
Pág.Página 38