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34 | I Série - Número: 010 | 9 de Outubro de 2008

não tiveram culpa nenhuma!…

O Sr. Alberto Martins (PS): — … traz-nos também uma questão fundamental para o debate.
A este propósito, lembraria a todos que o fim do fundamentalismo do mercado, com a queda de Wall Street, é, num tempo distinto, como disse Stiglitz, Prémio Nobel da Economia, «a queda do Muro de Berlim para o fundamentalismo do Estado»…

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Alberto Martins (PS): — Isto é, o fundamentalismo do mercado teve a sua correspondência em 1989, no fim do fundamentalismo do Estado.

Aplausos do PS.

Como sabemos, o fundamentalismo do Estado trouxe, na sua política, até suicidária, o fim da liberdade e mesmo, nalguns casos, o fim da igualdade.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Estão mesmo aflitos!

O Sr. Alberto Martins (PS): — O fim do fundamentalismo do mercado traz uma grande injustiça em termos da igualdade e das medidas de equidade que são o objectivo do Estado social.
Por isso, dizemos que, no debate das ideias que hoje temos de traçar e de travar, há dois derrotados na História, os liberais, os do fundamentalismo do mercado, e outros que já o foram, os do fundamentalismo do Estado. Num caso, o fim da liberdade, noutro, o fim da igualdade e da equidade.
A via em que nos encontramos é a via do Estado regulador, o Estado social, o Estado que intervém, que estabelece uma harmonia e uma interacção entre o Estado interventor e o mercado que não é deixado entregue a si próprio.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não…!

O Sr. Alberto Martins (PS): — Se há uma lição que temos de tirar é que a ideia de que os mercados entregues a si próprios têm sempre razão é uma ideia tola — quem o diz é Sarkozy.
Portanto, os nossos liberais, sentados à nossa direita, inspirados por Sarkozy, já são desmentidos pelo próprio: o mercado entregue a si próprio é uma ideia tola.
Um candidato americano perguntava, com ironia — e é uma pergunta que poderia ter sido dirigida ao PSD: «Imaginem que a reforma da vossa mãe ou do vosso pai tinha sido colocada na Bolsa. Vejam lá o que aconteceria!» Imaginem, Srs. Deputados do PSD, que tinham de responder à questão colocada pelo candidato americano sobre a reforma do vosso pai ou da vossa mãe ter sido colocada na Bolsa! Mas, mais do que isso, Srs. Deputados do PSD, imaginem que tinham seguido aquela máxima de um dos Vice-Presidentes do vosso partido, António Borges, que diz que o subprime é uma coisa excepcional, de grande importância! Imaginem também o que teria acontecido se tivesse tido valimento o que foi defendido por vários candidatos à liderança do PSD, ou seja, a privatização da Caixa Geral de Depósitos!? Não melhor do que isto, imaginem que a Dr.ª Manuela Ferreira Leite teria de responder à questão essencial de saber que obras temos de fazer e que respondia «não posso dizer nada porque não há dinheiro»!? Então, o que poderia acontecer-lhe? Podia acontecer vir a ser repreendida, passe a expressão, por um antigo Ministro das Finanças, o Dr. Eduardo Catroga, que lhe diria «a Dr.ª Manuela Ferreira Leite também não pode dizer que não temos dinheiro para nada!» — como, pelo menos, a imprensa diz que ela disse —, comentando ele que «nós temos de dizer aos portugueses que temos dinheiro, que não somos ricos mas temos dinheiro! Temos é de aplicar bem o nosso dinheiro. O fundamental é aplicar bem o nosso dinheiro!» Assim, eu próprio, seguindo a pergunta do Dr. Eduardo Catroga, coloco-a ao PSD, sobre quais as propostas que tem. IC5: não se faz? IP2: não se faz? Ligação Viseu-Coimbra: não se faz? TGV: não se faz?