O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

19 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008

dizê-lo, combater os problemas da economia real. É porque esta questão da crise financeira vai suscitar no horizonte, e a curto prazo, seriíssimos problemas na economia real, não só dificuldades de acesso ao crédito das empresas, não só de afrouxamento económico se não mesmo de recessão.
Eu sinto, Sr. Secretário de Estado, se não tivesse mais argumentos para aduzir neste momento, que Paul Krugman, recentemente laureado com o Prémio Nobel das Ciências Económicas, apesar de elogiar o plano europeu e o plano britânico pela sua sagacidade e pela sua acutilância, aliás, muito melhor segundo Krugman quando comparado com o Plano Paulson, não é, apesar de tudo, suficiente para afastar o cenário da recessão. É Paul Krugman que o diz e penso que ele, hoje, merece, seguramente, ser ouvido.
Sr. Secretário de Estado, é bom também recordar que há um histórico em toda esta situação. Ora, quando esquecemos um histórico, muitas vezes atendemos à «árvore e esquecemos a floresta».
O histórico desta situação é que esta crise começou há muito tempo. Começou primeiro com a crise imobiliária, com o subprime, depois passou à crise do preço das matérias-primas, a crise dos combustíveis, e só a seguir surgiu a crise financeira. Mas é uma crise que se acentua ao longo dos tempos.
É bom também recordar que muitos experts, nomeadamente na área económica, designadamente aqui, em Portugal, defenderam, urbi et orbi, que esta era uma crise com o epicentro nos Estados Unidos da América e que estava confinada apenas aos Estados Unidos da América, que não era um problema europeu.
Rapidamente constataram o erro em que tinham incorrido. Bastou o Northern Rock, no Reino Unido, falir para perceberem que o problema não era exclusivo dos Estados Unidos da América.
A propósito de Northern Rock é bom, de facto, trazê-lo aqui à colação. Hoje em dia está em voga elogiar encomiasticamente Gordon Brown. Eu não quero, naturalmente, tirar o mérito ao Primeiro-Ministro inglês; ele tem, seguramente, qualidades indiscutíveis na área da finança pública e o seu trabalho, ao longo de 10 anos, no governo inglês nessa área específica do Ministério das Finanças assim o revela.
No entanto, é bom não esquecer que os problemas surgiram, particularmente na Europa, em primeiro lugar, no Reino Unido com a falência do Northern Rock.
Há pessoas que não sabem, mas não esqueçamos — e é bom dizê-lo aqui — que o sistema de supervisão britânico é muito diferente do continental. No sistema de supervisão britânico aglomera-se o risco sistémico com o risco do mercado. Aqui, no continente há uma «separação das águas» nessa matéria. É bom também dizer que, quando o Northern Rock faliu, o próprio Gordon Brown admitiu a necessidade de revisão da supervisão financeira no Reino Unido.
Portanto, o mérito de Gordon Brown, que, aliás, não quero escamotear, no plano apresentado que acabou por ser replicado pela Eurogrupo e mais tarde pela Europa a 27, e até pelos Estados Unidos da América, com George Bush agora a modificar o Plano Paulson, tem a ver também com a experiência intrínseca do próprio Primeiro-Ministro britânico — e não é uma experiência de sucesso!… De qualquer forma, não ponho em causa a validade do plano de Gordon Brown. Naturalmente que o plano dual de recapitalização dos bancos, por um lado, e do financiamento através das garantias de acesso ao crédito pronto é o plano adequado para a generalidade dos países europeus.
Aliás, indago — é uma questão académica que aqui coloco — se eventualmente amanhã o nosso plano, esta medida que aqui for aprovada, não terá de evoluir para um plano dual idêntico ao de Gordon Brown. Isto é, se, para além da concessão das garantias, não será necessário também pensar na recapitalização dos bancos. Dir-me-ão que não, mas é uma questão que deixo aqui em aberto.
Aliás, nos vários países europeus há soluções diferenciadas. De qualquer forma, é bom dizer que aprovamos esta medida.
Esta medida insere-se numa coordenação internacional. Creio que uma das grandes lições a extrair desta crise financeira é a de que, efectivamente, respostas avulsas, descoordenadas e desgarradas não resolvem o problema.
Na verdade, antes mesmo da decisão do Eurogrupo, no dia 11 de Outubro, verificámos que algumas respostas individualizadas para acorrer a situações de aflição dos bancos em termos de tesouraria não resolveram o problema. Verificámos que algumas respostas, também individualizadas, por parte de alguns governos, no sentido de garantir os depósitos bancários não resolveram o problema.
Nos dias de hoje, é fundamental haver coordenação e cooperação entre todas as instituições. É preciso — e, aí, Gordon Brown tem razão — criar novos paradigmas no mundo financeiro que, desde logo, salvaguardem a integridade, a responsabilidade, a transparência, modos de gestão bancária sãos e, sobretudo, uma nova

Páginas Relacionadas
Página 0005:
5 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 José Hélder do Amaral José Paulo Ferr
Pág.Página 5
Página 0006:
6 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 dos principais índices accionistas, inclu
Pág.Página 6
Página 0007:
7 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 o reconhecimento dessa falta de robustez
Pág.Página 7
Página 0008:
8 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 essas 300 000 pessoas sobre a situação do
Pág.Página 8
Página 0009:
9 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Então nã
Pág.Página 9
Página 0010:
10 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 mesmo, o CDS apresentou uma proposta no
Pág.Página 10
Página 0011:
11 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Jorge Neto (PSD): — Dizia-se que e
Pág.Página 11
Página 0012:
12 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Secretário de Estado do Tesouro e
Pág.Página 12
Página 0013:
13 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 nas intervenções que vamos ouvindo, tem-
Pág.Página 13
Página 0014:
14 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para
Pág.Página 14
Página 0015:
15 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 que hoje aqui está a ser discutida, que
Pág.Página 15
Página 0016:
16 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 Aplausos do BE. O Sr. Presidente:
Pág.Página 16
Página 0017:
17 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — É o secto
Pág.Página 17
Página 0018:
18 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 tomassem as medidas necessárias e que no
Pág.Página 18
Página 0020:
20 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 arquitectura financeira a nível mundial.
Pág.Página 20
Página 0021:
21 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 em relação à matéria em apreço. O que
Pág.Página 21
Página 0022:
22 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 hoje a discussão e votação nesta Câmara
Pág.Página 22
Página 0023:
23 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 É um regime excepcional em relação àquel
Pág.Página 23
Página 0024:
24 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 Aplausos do PCP. O Sr. Presidente:
Pág.Página 24
Página 0025:
25 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 o seu caminho. Assistimos, nos último
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 estabilidade e a equidade e de, em conse
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 vindo do Governo. Relativamente à que
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 este Governo que, durante o ano de 2008,
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Secretário de Estado do Tesouro e
Pág.Página 29
Página 0030:
30 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 Os Srs. Deputados falaram também em oper
Pág.Página 30
Página 0031:
31 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Ricardo Martins (PSD): — Muito bem
Pág.Página 31
Página 0032:
32 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 não lhes dá jeito, em que nos desautoriz
Pág.Página 32
Página 0033:
33 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 conhecer melhor». Passo por cima desse p
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | I Série - Número: 014 | 17 de Outubro de 2008 O Sr. Presidente: — Para uma intervenção
Pág.Página 34