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10 | I Série - Número: 037 | 23 de Janeiro de 2009

fazer. Manuela Ferreira Leite disse que, a ser Primeira-Ministra, a primeira coisa que faria seria «riscar o TGV», acabar com o projecto.
Mas, para falar verdade, à líder do PSD falta dizer que, na Figueira da Foz, na Cimeira Durão Barroso-José Maria Aznar, foi ela que, como Ministra das Finanças, assinou o compromisso entre os dois Estados para a construção de todo o sistema de alta velocidade. E não assinou apenas uma linha TGV, assinou cinco, com calendário e tudo. E, no final, brindaram com espumante o evento. Jornais, rádios e televisões registaram pro memoria essas imagens de satisfação e gáudio!

Aplausos do PS.

Portanto, parar, deixar cair os braços, é a proposta permanente que o PSD faz ao País. E se essa atitude já não divide o País, essa atitude divide apenas agora o PSD.
Diz Pedro Passos Coelho, a este propósito, «A nossa ligação à alta velocidade europeia e, portanto, o TGV Lisboa/Madrid, é um projecto estrategicamente relevante e seria um erro trágico ficarmos desligados».
E o que dirá Rui Rio que tanto se bate pela ligação Porto/Vigo? Sim, o Presidente da Câmara do Porto, que tanto critica o Governo, ainda que sem razão, pelo atraso neste projecto – imagine-se! –, o que dirá agora? Estamos curiosos! Ficamos curiosos para ouvir Rui Rio! E o Presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernando Ruas, que tanto invectiva o Governo por causa da ligação Aveiro, Viseu, Salamanca, o que dirá agora? Até agora ainda ninguém os ouviu, não porque tivessem mudado de opinião — creio eu — mas talvez porque ainda não saíram do estado de choque.
Sabemos, no entanto, o que já disse e assinou o Deputado Guilherme Silva, em nome da delegação parlamentar portuguesa, na semana passada, no Fórum Hispano-Português, com Ana Maria Pastor, do Partido Popular espanhol, Vice-Presidente do Congresso dos Deputados.
E foi isto que disse Guilherme Silva: «Instam-se os dois governos a acelerar os projectos de ligações rodoviárias e ferroviárias, aumentando, na medida do possível, as dotações orçamentais para poder cumprir o previsto nos projectos prioritários na Rede Transeuropeia de Transportes que afectam ambos os países». E repetiu à Lusa: «apesar da pressão económica actual é vital que se continuem a intensificar as ligações rodoviárias e ferroviárias entre Portugal e Espanha». Não podíamos estar mais de acordo.

Aplausos do PS.

Esta memória não é um ataque à líder do PSD. É prova de que, como candidata a Primeira-Ministra, é ouvida aqui pelos seus e, como exemplificarei, também é ouvida lá fora, por governantes e Deputados e, portanto, precisa de cuidar da sua credibilidade.
Disse Andrés Ayala, do Fórum Hispano-Português, porta-voz do Partido Popular espanhol, a este propósito, das palavras de Manuela Ferreira Leite, que são «incompreensíveis e surpreendentes» porque, continua, «o projecto TGV é uma questão de Estado acima das questões partidárias, foi inicialmente negociado por governos do PSD, em Portugal, e do seu partido» – o dele, Partido Popular espanhol – «em Espanha, e foi aprovado por subsequentes governos».
E Francisco Rodrigues, Deputado do Bloco Nacionalista Galego, também referiu: «as declarações da líder do PSD são especialmente inadequadas e merecem críticas. É um projecto fundamental do ponto de vista económico e das relações económicas entre Portugal e Espanha e, no seu caso,» – dele – «entre Portugal e a Galiza».
Acresce dizer, neste contexto, que, afinal, ninguém mandou nenhum jornalista da Lusa a Espanha ouvir os socialistas espanhóis, não só porque é mentira mas também porque a agência é independente e distinta de qualquer governo, facto que será estranho para a líder do PSD e para a sua teoria da «democracia intermitente», a tal que se pode interromper de seis em seis meses.

Aplausos do PS.

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