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37 | I Série - Número: 056 | 13 de Março de 2009

A questão das caricaturas do profeta e a liberdade de expressão e, posteriormente, a intervenção de Israel no Líbano geraram um profundo desconforto no seio da instituição, que atravessou a sua primeira grande crise.
Com a recente invasão de Gaza por Israel, todas as delegações dos países árabes decidiram suspender a sua participação nos trabalhos das comissões e da Assembleia, enquanto não fosse tomada uma posição clara sobre o conflito.
Para responder a esta crise, o Bureau da APEM — constituído por um presidente, actualmente o Presidente do Parlamento Europeu, e três vice-presidentes, neste mandato os Presidentes dos Parlamentos jordano, italiano e marroquino — decidiu enviar a Gaza uma missão, a fim de observar as consequências da guerra e realizar contactos com as autoridades de Israel e da Palestina.
O Bureau apontou como data para a deslocação o dia 22 de Fevereiro, decidindo que a missão seria integrada pelo Bureau alargado, ou seja, o presidente, os vice-presidentes e os presidentes das comissões permanentes.
Foi na qualidade de Presidente da Comissão de Cultura que, no passado dia 22 de Fevereiro, me juntei, no Cairo, aos restantes membros da delegação.
Não participaram, por razões pessoais ou políticas, os três Vice-Presidentes e a Presidente da Comissão de Direitos das Mulheres.
Reunida a delegação, o Presidente do Parlamento Europeu, Hans Gert Pottering, e líder da missão, em conjunto com o Presidente da Assembleia do Povo do Egipto, apresentou aos órgãos de comunicação social a composição da delegação e os objectivos da missão da deslocação.
Entrámos em Gaza, pela fronteira de Rafah. Fomos recebidos no território por representantes da Comissária-Geral das Nações Unidas, na United Nations Relief and Works Agency (UNRWA), que planificou e enquadrou a nossa deslocação a Gaza.
Nesta estreita faixa, entalada entre Israel, o Egipto e o Mediterrâneo, com a área de 360 km2, habitam cerca de 1,5 milhões de pessoas.
A primeira etapa da nossa visita foi o centro de armazenamento e distribuição de alimentos da UNRWA.
Hoje, 88% da população sobrevive graças ao auxílio humanitário que lhes é prestado pelas Nações Unidas.
Percorremos, atentamente, as ruas esventradas de Rafah, onde observámos edifícios bombardeados. Dois deles mereceram uma visita mais demorada: o Hospital do Crescente Vermelho, com o seu centro cultural e a escola infantil igualmente atingida, e o armazém das Nações Unidas, repleto de alimentos e de medicamentos, construído com fundos da União Europeia, Itália e Suécia e cujo telhado se encontrava completamente destruído.
Nas instalações das Nações Unidas, falámos com os responsáveis, designadamente com a ComissáriaGeral, a Sr.ª Karen Abuzaid, e o Comissário-Geral Adjunto, Filipo Grandi, que nos expuseram o modo como se processa a distribuição de alimentos e medicamentos e as dificuldades que sentem no terreno.
Dois destes problemas residem na dificuldade de articulação com Governo de Israel para a entrada e o transporte de bens e a lista de produtos cuja entrada o Governo de Israel proíbe e que são imprescindíveis à alimentação, tratamento ou educação da população.
Nas deslocações entre Rafah e a cidade de Gaza, continuámos a observar o resultado da destruição provocada pelos bombardeamentos. Para além de equipamentos públicos e habitações destruídas, as indústrias encontravam-se literalmente arrasadas.
Na área de Beit-Zeitoun, que percorremos demoradamente, um dos nossos interlocutores desabafou que se tratou de um ataque dirigido contra civis, contra a indústria, mas não contra o Hamas.
Uma intervenção cirúrgica direccionada essencialmente contra esta actividade económica e, consequentemente, contra a possibilidade desta população se autonomizar e bastar a si própria.
O bloqueio havia já paralisado 97% da actividade industrial e as pescas. Com esta guerra, foram destruídas cerca de 300 unidades industriais e ateliers de artesanato, ou seja, os 3% que restavam deste sector.
Esta actividade, a nosso ver, não representava qualquer perigo para a população de Israel e permitia ocupar a população activa, dando emprego e fornecendo subsistência aos que nelas trabalhavam. Eram o melhor antídoto para o radicalismo que naquelas paragens e com aquelas condições vai florescendo.
O nosso interlocutor contou-nos a história da sua empresa, fruto do investimento de três gerações.
Empregava 260 trabalhadores e o último plano de expansão havia sido financiado por uma instituição

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