O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

24 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009

O Sr. Presidente: — Ainda para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria de Belém Roseira.

A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — Sr. Presidente, na sequência do debate e das várias intervenções que foram feitas, gostaria de dizer algumas coisas.
Em primeiro lugar, a Assembleia da República está na plenitude dos seus poderes e deveres. Agora, há algo muito interessante, que resultou da discussão desta tarde e relativamente ao qual, porventura, quem esteja a assistir a este debate ficará com uma enorme perplexidade. É que este projecto foi acusado, pelo PSD e pelo CDS-PP, de ser, encapotadamente, um projecto que promete e pretende promover a eutanásia e foi acusado, pelo Bloco de Esquerda, de ser um projecto que falha, precisamente porque não assume a eutanásia.
Ora, Sr.as e Srs. Deputados, gostava de referir aqui, de uma forma muito clara e sem nenhum subterfúgio, que a distorção tem limites e, hoje, foram feitas muitas distorções relativamente àquilo que está inscrito neste projecto. Por escassez de tempo, vou referir-me apenas a duas distorções.
Primeira distorção: a de que a representação dos menores ou a sua manifestação de vontade seriam completamente ultrapassadoras da identificação do melhor interesse para o menor. É falso! Rigorosamente falso! Lamento muito que os colegas que intervieram não tenham a noção da remissão que é feita para a decisão do pai, quando estiver em causa, por decisão do menor, algo que possa pôr em perigo a sua vida ou a sua saúde e lamento muito que não tenham presentes os poderes-deveres paternais e não saibam que o direito maternal e paternal é um direito potestativo, o que significa que é um poder-dever e implica que não possa ser exercido pelo seu titular como queira mas pelo modo exigido pela função do direito (Manuel de Andrade, Teoria Geral da Relação Jurídica).

Aplausos do PS.

Aliás, Srs. Deputados, devo dizer-vos que, nestas circunstâncias, e quando não é defendida a vida do menor, é sempre o Ministério Público que decide e o Ministério Público e o tribunal têm sempre decidido no sentido da vida.
Portanto, esta distorção é completamente falsa, gravíssima e absolutamente inaceitável.
Segunda distorção: a de que os direitos dos médicos não são respeitados. Os Srs. Deputados omitiram completamente a existência do privilégio terapêutico, omitiram completamente o direito de objecção de consciência e omitiram completamente o facto de o médico se poder recusar a seguir a vontade do doente, se ela for contrária à lei, à ordem pública e às boas práticas.

Aplausos do PS.

Portanto, Srs. Deputados, há limites para a distorção, há limites para a falta de cultura e há limites para a falta de estudo. Até porque, Srs. Deputados, se estudassem, se lessem os pareceres do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida»

O Sr. Alberto Martins (PS): — Isso dá trabalho!

A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — Isso dá muito trabalho, mas eu estou habituada a trabalhar muito, como é demonstrável e objectivável!

Aplausos do PS.

Protestos do CDS-PP.

Estou a falar de mim própria — penso que é um dado objectivo — e peço aos Srs. Deputados que me reconheçam o direito de falar de mim própria. Eu estudo, eu leio, eu trabalho, eu ouço e eu vejo!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Não é a única!

Páginas Relacionadas
Página 0007:
7 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados,
Pág.Página 7
Página 0008:
8 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Mas mais coisas mudaram também: o nível de h
Pág.Página 8
Página 0009:
9 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Toma-se, pois, expressamente, partido a favo
Pág.Página 9
Página 0010:
10 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Aplausos do PS. O Sr. Presidente: —
Pág.Página 10
Página 0011:
11 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: —
Pág.Página 11
Página 0012:
12 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Há duas semanas, o Partido Socialista, numa
Pág.Página 12
Página 0013:
13 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Mas está
Pág.Página 13
Página 0014:
14 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 O Sr. Carlos Andrade Miranda (PSD): — A pe
Pág.Página 14
Página 0015:
15 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Sr.as e Srs. Deputados: Para compreenderem
Pág.Página 15
Página 0016:
16 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 O projecto de lei que o Partido Socialista
Pág.Página 16
Página 0017:
17 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecime
Pág.Página 17
Página 0018:
18 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 O Sr. Presidente: — Para responder, tem a
Pág.Página 18
Página 0019:
19 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Na sua aparência, este projecto de lei é so
Pág.Página 19
Página 0020:
20 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Também me parece que não se pode facilitar
Pág.Página 20
Página 0021:
21 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Saúde e nos serviços convencionados e este
Pág.Página 21
Página 0022:
22 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 para todos os cidadãos, em condições de igu
Pág.Página 22
Página 0023:
23 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Exactamen
Pág.Página 23
Página 0025:
25 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — Sr.a
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Aplausos do PSD. O Sr. Presidente: —
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 086 | 29 de Maio de 2009 Termino como comecei, referindo que a Assem
Pág.Página 27