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70 I SÉRIE — NÚMERO 31

é que as normas que o Ministro das Finanças agora invoca para não transferir o dinheiro para as regiões

foram colocadas na lei de enquadramento orçamental pela Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite!

Até nisso há uma grande convergência entre a Sr.ª Deputada, o Governo e o Sr. Ministro das Finanças!...

Não vou pedir-lhe, Sr.ª Deputada, para «dizer qualquer coisa de esquerda», como naquele filme do

cineasta italiano, mas diga qualquer coisa de divergente com as opções fundamentais da política do Governo.

Aplausos e risos do PCP.

O Sr. Presidente: —Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela Ferreira Leite.

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Bernardino Soares, realmente, há

uma grande impossibilidade de o Sr. Deputado fazer um discurso oposto àquele que fez e, portanto, ver

motivos de convergência entre o Partido Comunista e o PSD… Seria algo de muito difícil!

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: —Excepto na Madeira…!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Relativamente à diferença com o PS, os senhores lá saberão! Não

é a mim que compete ver as convergências ou as divergências. A mim compete-me dizer que, podendo não

estar em desacordo com os objectivos do Governo, estou em total desacordo com os caminhos que segue

para lá chegar.

Vozes do PSD: —Muito bem!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Disse-o na minha intervenção, a despeito do Sr. Deputado

Francisco de Assis,…

A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Claro que disse! Disse isso tudo!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Na altura, estavam todos distraídos!

Disse-o exactamente porque estamos em total desacordo e em pontos opostos. Por exemplo, discordo

completamente que os apoios tenham sido dados às empresas da forma como foram durante a crise.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ahhh!, já é alguma coisa…

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Concordo e defendo que eles devam ser dados às pequenas e

médias empresas, em conjunto, a todas elas sem discriminações.

Discordo completamente que tenham sido dados apoios na área de abertura de linhas de crédito a

empresas, linhas de crédito às quais nem todas as empresas tinham acesso e que as ajudaram a endividar-se

ainda mais. Não utilizaram os recursos para libertar os problemas de tesouraria das empresas, de forma a elas

sobreviverem e não criarem mais desemprego.

A culpa do grave nível de desemprego em Portugal é, em parte, deste Governo socialista devido à forma

como combateu a crise, à forma como não fomentou o desenvolvimento e à forma como insiste num modelo

esgotado de desenvolvimento económico. Sei que o Sr. Deputado Bernardino Soares não concorda nem com

um nem com outro modelo, mas os modelos são completamente diferentes.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Tem de demonstrar isso!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — O modelo do Partido Socialista está esgotado, não tem hipóteses

de sobrevivência, mas insistem nele teimosamente.

Com este caminho não tenho dúvidas de que este Orçamento é mais um passo para o nosso descrédito e

para o nosso subdesenvolvimento.

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