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72 I SÉRIE — NÚMERO 31

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Eduardo Cabrita, se eu tivesse

querido arranjar um discurso oco e de prosápia, tinha tido em si um grande exemplo!...

Aplausos do PSD.

O Sr. Deputado nunca me ouviu dizer que se poderiam baixar os impostos de repente, mas ouviu-me dizer

agora — e di-lo-ei sempre que for necessário — que, na situação actual, a pior coisa que pode fazer-se à

economia é aumentar os impostos. É absolutamente fatal!

Se se aumentarem os impostos, prejudica-se a própria economia. No entanto, o Governador do Banco de

Portugal já percebeu que, depois de se ter chegado a um nível tão elevado de défice, a única forma de se

atingir um nível razoável em 2013 é aumentar os impostos.

Portanto, tal significa que se está a preparar um caminho sem saída — foi o que eu disse. Se o senhor

chama a isto ser derrotista e pessimista e se chama ao discurso contrário ter esperança, pergunto-lhe se há

algum português que coma esperança!?

A Sr.ª Teresa Morais (PSD): — Exactamente!

A Sr.ª Manuela Ferreira Leite (PSD): — Ou se é possível desenvolver-se o País só na base da esperança!

O seu é um discurso na base do engano, na base do desconhecimento da realidade, na base de estar a tomar

medidas sem tomar em consideração quais são as consequências concretas para o País.

A forma como se combateu a crise teve consequências nefastas no futuro do crescimento do País, porque

não é possível corrigir a actual situação através de medidas erradas. Portanto, não há coisa pior do que tomar

medidas com base num irrealismo, numa esperança, num divagar sobre algo que não existe, que é a última

coisa que um político honesto e sério tem de fazer perante os problemas do País.

Essa correcção não está feita e é pena que não esteja.

Discurso derrotista? Chame-lhe o que quiser, direi sempre que é preciso falar verdade às pessoas e fazer

políticas com base na seriedade e na situação real. Não é isso que eu vejo, mas exactamente o contrário. E os

factos provam isso mesmo!

Pergunto: onde é que se vê o desenvolvimento do País? Qual é a perspectiva de crescimento do País? Só

os vê em discursos, Sr. Deputado Eduardo Cabrita! É bom que continue a falar, e a falar muito alto, porque

pode ser que as pessoas se convençam… A mim não convencerá, com certeza.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: —Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Strecht.

as

O Sr. Jorge Strecht (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Membros do Governo, Sr. e Srs.

Deputados: Portugal atravessa hoje, fruto da grave crise económica internacional, crescentes dificuldades no

plano económico e social, em particular no que toca ao desemprego e à pobreza, dificuldades que importa

superar.

O nosso país está hoje confrontado com um dos maiores desafios das últimas décadas: reequilibrar as

suas contas públicas, relançar a actividade económica, dinamizar os mercados de trabalho e aprofundar os

direitos sociais dos cidadãos.

Este é o principal desafio que Portugal tem pela frente nos próximos anos e que exige o envolvimento de

todos sem excepção — do Governo, das oposições, dos parceiros sociais e, diria mesmo, dos cidadãos em

geral.

Queremos, por isso, saudar o Governo pelo Orçamento do Estado que hoje apresenta na Assembleia da

República e que, sendo um Orçamento necessariamente condicionado pelo contexto de crise mundial que

vivemos, é, como já aqui referiu o Sr. Primeiro-Ministro, um Orçamento de responsabilidade e de confiança,

que encerra como objectivo nuclear o crescimento económico e o emprego, a par da promoção do equilíbrio

das contas públicas.

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