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35 | I Série - Número: 051 | 30 de Abril de 2010

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Machado, agradeço a questão que
me colocou.
Sr. Deputado, o que está diante de nós, depois da cerimónia fraterna ontem celebrada entre o PS e o PSD,
é claramente a emergência, em todo o seu esplendor — e em todo o seu esplendor não apenas mediático mas
também programático —, do bloco central. O que está em causa, manifestamente, é essa união extraordinária
entre o PS e os partidos à sua direita, com especial destaque para o PSD, em torno de uma concepção da
sociedade, de uma concepção da economia, de uma concepção da crise e da resposta à mesma.
Por isso, não nos surpreende que, com este arco de coligação, uma visão ressalte da reunião de ontem,
que é justamente a de que a resposta à crise deve passar prioritariamente pela penalização dos
desempregados e pela diminuição das prestações sociais. Mais, o Sr. Ministro de Estado e das Finanças
admitiu hoje mesmo a possibilidade de aumento da carga fiscal. Pergunto aos Srs. Deputados do PS se é
desse tipo de entendimentos que nos falam quando nos desafiam para entendimentos, porque se trata, de
forma clara, de um aumento da carga fiscal, justamente o contrário daquilo que seria necessário para a retoma
da economia e para a redinamização da nossa sociedade.
Sr. Deputado Jorge Machado, não temos dúvidas de que a atitude do Governo e as atitudes do PS e do
PSD de apoio ao Programa de Estabilidade e Crescimento significam um ataque, inédito nesta Casa e na
nossa democracia, ao subsídio de desemprego. Essa é, por acaso, a primeira das medidas que ontem se
decidiu acelerar. E é justamente por isso que emergem cada vez mais vozes críticas dentro do PS a criticar
estas mesmas medidas. Sei que isso incomoda o PS, mas associo-me claramente a essas vozes críticas,
sobretudo àquelas que disseram, com todas as palavras, com todas as letras, que há hoje uma deriva de
direita no Governo e no PS.

O Sr. José Gusmão (BE): — Exactamente!

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Quero sublinhar também que o outro lado deste acordo para a
reconstituição, para a reemergência em grande força, do bloco central são, claramente, as privatizações,
chegando-se ao ponto inédito no nosso País de se privatizar os CTT. Creio, Sr. Presidente e Srs. Deputados,
que aquilo que está em causa já não é sequer vender os anéis, é pura e simplesmente alienar os dedos.
Trata-se, desse ponto de vista, de uma medida não só de impacto social gravíssimo mas também
economicamente errada. O PS e o PSD, um dia, arrepender-se-ão de ter apoiado esta medida errada do ponto
de vista económico e social.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, concluídas as declarações políticas, passamos ao debate de
urgência, requerido pelo CDS-PP, sobre a situação financeira e as suas consequências na economia nacional.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, peço a palavra para interpelar a Mesa sobre a
condução dos trabalhos.

O Sr. Presidente: — Faça favor, Sr. Deputado.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, vamos iniciar um debate de urgência sobre um
tema essencial, muito importante»

Pausa.

Sr. Presidente, a minha interpelação visava questionar a Mesa sobre a presença do Governo neste debate.
Vejo, no entanto, que, como de costume, o Governo chega atrasado, mas desta vez chegou.

O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, uma vez que o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares acaba de
entrar na Sala, a interpelação perdeu o objecto.

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