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83 | I Série - Número: 056 | 13 de Maio de 2010

Naturalmente que, para o PSD, para o Grupo Parlamentar do PSD, não é fácil, nesta ocasião, fazer expressar aqui aquilo que sente. Somos efectivamente um partido, somos efectivamente um grupo parlamentar enlutado.
Os que passamos por esta Câmara, deixamos, uns mais e outros menos, alguns traços. O Dr. Mário Montalvão Machado, não apenas como Deputado e presidente do grupo parlamentar mas também como Conselheiro de Estado, inicialmente Presidente da Comissão Política do PSD do Porto, membro da 1.ª comissão política de Sá Carneiro e Presidente da Mesa do Congresso do PSD, fez todo este percurso sempre com uma grande elevação e com uma ética que é completamente rara mas que permite que se possa aqui dizer que é daqueles que «da lei da morte se foi libertando» e que deixou um exemplo e uma referência não apenas para todos nós, sociais-democratas, mas para os portugueses em geral e aqui em particular, nesta Câmara, como Deputado.
Desejamos e dirigimos à família enlutada as mais profundas condolências, muito em particular a um Deputado, que é também aqui um exemplo e que lhe segue as pisadas, o Dr. António Montalvão Machado.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Vera Jardim.

O Sr. José Vera Jardim (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Tive a honra de conhecer, em tempos já longínquos, o Dr. Montalvão Machado.
Em primeiro lugar, sob as vestes de advogado. Iniciava eu, então, os primeiros passos nessa profissão e já o Dr. Montalvão Machado, nos anos 60, era um conhecido advogado do Porto. Foi um homem que, para além de ser um advogado lutador e com grande prestígio, no Porto e no País em geral, não se dedicou apenas à sua profissão como modo de vida, mas voltou-se para a defesa das liberdades.
O Dr. Montalvão Machado, como vários da sua geração, como já aqui foi recordado, foi daqueles advogados que deu testemunho de defesa das liberdades públicas num período muito difícil. Foi de uma geração que viveu a esperança do pós-guerra, esperança rapidamente desaparecida em Portugal, mas que nem por isso deixou de participar activamente em todos os momentos importantes daquilo a que se chamava antigamente a oposição democrática e que vivia fundamentalmente destes lutadores pela liberdade.
Mais tarde, vim a conhecer o Dr. Montalvão Machado aqui, no Parlamento. Ao serviço da política, em que já estava, aliás, desde o início da fundação do partido então conhecido como PPD, e mercê da sua amizade muito íntima com Francisco Sá Carneiro — que eu conhecia bem e com quem privei em várias organizações desse tempo do salazarismo e até mais do marcelismo — , o Dr. Montalvão Machado veio, posteriormente, a ocupar lugares de muito relevo na política nacional, e aquele que, para mim, foi mais visível foi nesta Assembleia, na sua qualidade de líder, de Presidente do Grupo Parlamentar do PSD.
O Dr. Montalvão Machado tinha uma característica que recordo com muita saudade: era um homem de uma extrema afabilidade. Por vezes julga-se que um homem muito afável pode deitar a perder alguma parte de convicções. Não, não é assim! Quem tem convicções profundas, enraizadas numa luta ao serviço das liberdades é, por natureza, a meu ver, um homem afável, um homem que respeita os outros, que respeita as opiniões dos outros. E é esse o traço, para mim, característico do Dr. Montalvão Machado.
Depois, como já foi dito pelo Dr. Guilherme Silva, veio a ocupar no partido e na vida pública nacional vários cargos de grande relevo.
Acho que o País, em geral, e esta Assembleia, em especial, perdem alguém que já nos tinha deixado na política activa há uns anos mas que é um testemunho muito importante do que foi a vida, o sacrifício, a tenacidade e a coragem de uma geração de lutadores, em que o Dr. Montalvão Machado ocupou certamente um dos lugares cimeiros.
Por isso, em meu nome e, naturalmente, em nome do Partido Socialista, deixamos aqui esta homenagem e endereçamos ao Grupo Parlamentar do PSD e à família do Dr. Montalvão Machado os nossos profundos votos de lástima pela sua morte.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Mota Soares.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Penso que, com o falecimento do Dr. Mário Montalvão Machado, desapareceu um homem completo. Um homem completo na

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