O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

30 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010

Numa altura em que o desemprego já afecta mais de 730 000 trabalhadores e os problemas sociais não param de crescer, o Governo aprovou dois decretos-leis que revelam não só a sua insensibilidade social mas também que PS e PSD querem que sejam os mais pobres, os mais desprotegidos do nosso país a pagar as asneiras e a crise do sistema financeiro.
O Decreto-Lei n.º 70/2010, que altera as regras de atribuição de um conjunto muito vasto de prestações sociais — como o subsídio social de desemprego, os apoios à natalidade, a acção social escolar, a comparticipação de medicamentos, o pagamento de taxas moderadoras e, entre outros, os apoios à habitação social — , não visa combater as fraudes e os abusos, visa, isso sim, retirar 200 milhões de euros a apoios essenciais para milhares de famílias!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exactamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Com este Decreto-Lei, о Governo alarga os membros do agregado familiar cujos rendimentos contam para a atribuição de prestações sociais e altera, de forma gravosa, a fórmula de cálculo.
De acordo com um exemplo referido pela CGTP, numa família de quatro elementos, dois adultos e dois menores, com rendimentos de 800 €, a capitação era de 200 €. Com estas novas regras passará a ser de 296 €. Assim, o Governo aumenta, artificialmente, o rendimento per capita para impedir o acesso a estas prestações sociais.
Outro aspecto nefasto deste Decreto-Lei é o facto de passarem a ser considerados rendimentos que até aqui não eram contabilizados para a atribuição destas prestações. De facto, rendimentos como bolsas de estudo e de formação, que visam permitir o acesso à educação, podem impedir que um outro membro do agregado familiar receba uma prestação tão importante como o subsídio social de desemprego ou uma comparticipação nos medicamentos que compra.
As pensões por acidentes de trabalho e doenças profissionais, que são da responsabilidade das entidades patronais e que visam reparar um acidente ou uma doença profissional, também contam, escandalosamente, como rendimentos.
Os apoios dados na habitação social, tais como a renda apoiada ou a renda social, passam a ser considerados como rendimentos e, assim, o facto de viver em habitação social pode determinar que uma família seja excluída destes apoios.
Verdadeiramente vergonhosa é a situação de um idoso que possui um pequeno terreno agrícola, onde pratica uma agricultura de subsistência. Para o Governo e para os partidos de direita esse terreno é considerado rendimento, logo pode impedir que este idoso tenha comparticipação na compra dos remédios.
Quanto ao rendimento social de inserção, o Governo cede em toda a linha ao populismo e à demagogia do CDS.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Em vez de combater as situações de fraude e de abusos, o Governo, com o aplauso da direita, ataca todos os beneficiários desta importante prestação social. Não só reduz o montante desta prestação — importa referir que o valor mçdio do rendimento social de inserção ç de 89 € — como acaba com todos os apoios complementares às grávidas, às pessoas com deficiência e aos idosos com elevada dependência.
Importa, por fim, referir que estas regras se aplicam a quem já está a beneficiar destas prestações. O Governo assume que pretende fazer a reavaliação de todas as prestações, o que pode levar à exclusão de milhares de famílias que já as recebem.
O objectivo deste Decreto-Lei é claro: não visa impor mais rigor na atribuição das prestações, não visa impedir que os mais ricos acedam a estas prestações, o objectivo é poupar 200 milhões de euros.
Ontem mesmo, a Sr.ª Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social, confrontada com a questão de quantas pessoas ou famílias deixariam de receber estas prestações para atingir a poupança de 200 milhões de euros, pura e simplesmente, não respondeu. E não respondeu porque não quer admitir que para atingir

Páginas Relacionadas
Página 0013:
13 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 à língua e à cultura portuguesas, tornando
Pág.Página 13
Página 0014:
14 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Para que se entenda: a Lei n.º 12-A/2008 s
Pág.Página 14
Página 0015:
15 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 necessariamente uma gestão distante e desp
Pág.Página 15
Página 0016:
16 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Aplausos do CDS-PP. O Sr. Presidente
Pág.Página 16
Página 0017:
17 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Par
Pág.Página 17
Página 0018:
18 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Quero também falar-lhe de uma outra matéri
Pág.Página 18
Página 0019:
19 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Com isto também a Sr.ª Deputada devia cong
Pág.Página 19
Página 0020:
20 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 A Sr.ª Ana Drago (BE): — » são um ornamen
Pág.Página 20
Página 0021:
21 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Por outro lado, relativamente à questão do
Pág.Página 21
Página 0022:
22 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Penso que devemos, ao longo do próximo ano
Pág.Página 22
Página 0023:
23 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 É lamentável que em plena época de exames,
Pág.Página 23
Página 0024:
24 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Par
Pág.Página 24
Página 0025:
25 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Vozes do PSD: — Exactamente! O Sr.
Pág.Página 25
Página 0026:
26 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Sr. Presi
Pág.Página 26
Página 0027:
27 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Protestos do PSD e do CDS-PP. O Sr.
Pág.Página 27
Página 0028:
28 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 qual é, Sr. Deputado? A de a actual Minist
Pág.Página 28
Página 0029:
29 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 de gestão de proximidade, que tem contacto
Pág.Página 29
Página 0031:
31 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 este montante o Governo se prepara para im
Pág.Página 31
Página 0032:
32 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdad
Pág.Página 32
Página 0033:
33 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Isso nã
Pág.Página 33
Página 0034:
34 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Par
Pág.Página 34
Página 0035:
35 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 transparência na nossa democracia. Temos t
Pág.Página 35
Página 0036:
36 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Pedro Soares (BE): — » em propagand
Pág.Página 36
Página 0037:
37 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Aplausos do PSD. O Sr. Presidente (G
Pág.Página 37
Página 0038:
38 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Mas para apresentar iniciativas neste âmbi
Pág.Página 38
Página 0039:
39 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Aplausos do CDS-PP. Aliás, convém ta
Pág.Página 39
Página 0040:
40 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — »
Pág.Página 40
Página 0041:
41 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 exemplo, reduzindo a despesa dos contribui
Pág.Página 41
Página 0042:
42 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 introduzir alterações no sentido do ataque
Pág.Página 42
Página 0043:
43 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É positi
Pág.Página 43
Página 0044:
44 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O ponto que queremos salientar é que não p
Pág.Página 44
Página 0045:
45 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Por outro lado, o PCP propõe diversos aume
Pág.Página 45
Página 0046:
46 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Portanto, o que defendemos, não havendo ne
Pág.Página 46
Página 0047:
47 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 do limite das despesas nessas campanhas. N
Pág.Página 47
Página 0048:
48 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Foi o qu
Pág.Página 48
Página 0049:
49 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Podemos e devemos conjugar adequadamente a
Pág.Página 49
Página 0050:
50 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Luís Pita Ameixa (PS): — O PCP insi
Pág.Página 50
Página 0051:
51 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 máximos das despesas eleitorais. E acompan
Pág.Página 51
Página 0052:
52 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito be
Pág.Página 52
Página 0053:
53 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O desafio que devemos fazer perante os nos
Pág.Página 53
Página 0054:
54 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Luís Fazenda (BE): — Portanto, há q
Pág.Página 54
Página 0055:
55 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 Como há muitas coisas que não estão no pro
Pág.Página 55
Página 0056:
56 | I Série - Número: 071 | 24 de Junho de 2010 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E é esta
Pág.Página 56