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38 | I Série - Número: 003 | 18 de Setembro de 2010

Com o seu desaparecimento, o povo português perdeu um incansável resistente que dedicou toda a sua vida à luta dos trabalhadores, contra a opressão fascista, contra a exploração, pela liberdade e pela democracia, na defesa dos seus ideais.
António Dias Lourenço nasceu, em 1915, em Vila Franca de Xira e aos 17 anos aderiu ao PCP.
No inicio da década de 40, assumiu um importante papel na organização dos «Passeios no Tejo», que foram determinantes para o aparecimento do movimento neo-realista.
Em 1942, António Dias Lourenço, então com 27 anos, passou à vida clandestina e assumiu a responsabilidade das tipografias e da distribuição da imprensa do PCP.
Ainda durante a década de 40, participou nos organismos dinamizadores das grandes greves de Julho e Agosto de 1943 e de Maio de 1944. A sua luta e empenho foram também determinantes na organização das grandes acções de massas que marcaram o 1.º de Maio de 1962 e na luta pela conquista das 8 horas de trabalho nos campos.
Eleito para o Comité Central do PCP em 1943, do qual foi membro até 1996, Dias Lourenço integrou ainda o Secretariado e a Comissão Politica do seu Partido e foi responsável pelo Jornal Avante!, entre 1957 e 1962, e seu director desde a publicação do primeiro número legal, em 1974, até 1991.
Dias Lourenço passou 17 anos nas prisões fascistas e, perante a tortura, a que resistiu heroicamente, disse, em entrevista: «Eu já sabia que eles gostavam de ver a cara dos presos sob a tortura. E resolvi construir para a minha cara um ligeiro sorriso constante. Mesmo debaixo das dores, mantive sempre um sorriso — A mim não me hão-de ver a cara torturada.» Em Dezembro de 1954, escapou do Forte de Peniche lançando-se das muralhas ao mar, deixando assim marcada, na história da resistência à ditadura, uma das mais audaciosas fugas das prisões fascistas.
António Dias Lourenço foi Deputado na Constituinte e à Assembleia da República entre 1975 e 1987.
A Assembleia da República manifesta o seu pesar pelo falecimento de António Dias Lourenço e endereça à sua família e ao Partido Comunista Português sentidas condolências.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação do voto que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Srs. Deputados, vamos guardar 1 minuto de silêncio.

A Câmara guardou, de pé, 1 minuto de silêncio.

Srs. Deputados, passamos ao voto n.º 60/XI (2.ª) — De condenação pelas acções levadas a cabo pelo Governo francês que visam a expulsão de cidadãos ciganos (BE).
Cada grupo parlamentar dispõe de 2 minutos para fazer a sua discussão.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr.as Deputadas: O Governo francês está a levar a cabo uma operação de expulsão da comunidade cigana. Esta acção do Governo de Sarkozy faz ecoar em nós a memória dos momentos mais dramáticos da história da Europa.
Não há justificação para este autêntico ataque aos direitos fundamentais. Por mais que Sarkozy o negue, os ciganos são expulsos por serem ciganos.

O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Muito bem!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — A Sarkozy pouco importa que sejam cidadãos e cidadãs da Europa. A França da liberdade, igualdade e fraternidade mobilizou-se contra estas medidas indignas e os protestos chegam de todo o lado.
Em matérias como esta não pode haver equívocos sobre o lado que escolhemos, não há meio-termo, não pode haver contemplações, Sr.as e Srs. Deputados. Por isso, apresentamos este voto e apelamos à Assembleia da República para a sua aprovação e condenação das expulsões persecutórias. Só assim

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