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68 | I Série - Número: 020 | 3 de Novembro de 2010

Neste debate, os senhores querem fingir que não fizeram uma negociação, como quem passa pelos intervalos da chuva. Mas fizeram-na, Sr. Deputado! A confissão do PSD, neste debate, é óbvia: se fossem governo, fariam exactamente o mesmo!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Fariam muito pior!

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — É esta a confissão do PSD!

Aplausos do BE.

Mais: o que é extraordinário é que um Sr. Deputado da sua bancada venha clamar contra os cortes no abono de família, cortes, esses, acordados em Maio, entre o PS e o PSD. E, Sr. Deputado, a fotografia não foi de telemóvel, nessa altura!

Risos do Deputado do BE Francisco Louçã.

Foi mais do que isso! Este Orçamento confirma e agrava estes cortes.
Deixo-lhe, por isso, a questão muito simples e muito concreta, Sr. Deputado José Pedro Aguiar Branco: qual é a posição que o PSD vai assumir? Vai desfazer o mal que foi feito ou vai permitir que avancem as medidas que penalizam a maioria dos portugueses e das portuguesas?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Bernardino Soares.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Aguiar Branco, nesta bancada, já percebemos qual é a táctica do PSD para este debate orçamental: é disfarçar a gravidade do voto com o impacto do discurso. Mas não vai conseguir, Sr. Deputado. Sabe porquê? Porque o que conta no final é o voto, não é o discurso.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O que contará, no final deste debate na generalidade, é quem vai aprovar o Orçamento. E quem vai aprovar o Orçamento é o PS e o PSD! E desta situação não fugiremos, nem sairemos, e o Sr. Deputado sabe muito bem disso. Aliás, o Sr. Deputado — e, há pouco, um companheiro seu de bancada — falaram no Estado social, até com um tom crítico. Enfim, é justo criticar o Governo pelo que tem estado a fazer ao Estado social»! Mas pergunto: o PSD tem alguma divergência com o Governo em relação às medidas que afectam o Estado social? Estive a ver as propostas que o PSD apresentou para a negociação e não vi lá nada que tivesse a ver com salários, com prestações sociais, com reformas»

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Bem observado, bem observado!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Nada! Zero! Portanto, o Sr. Deputado bem pode agora falar — tal como o seu companheiro Adão Silva — do Estado social, mas o que se verifica é que o PSD não tem nenhuma divergência com as medidas que o Governo colocou neste Orçamento e que, por isso, vai viabilizá-lo.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — O Sr. Deputado pode dizer-nos se o PSD está ou não de acordo com o corte nos salários, se está ou não de acordo com o congelamento das reformas.

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