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32 | I Série - Número: 035 | 7 de Janeiro de 2011

Mas espanta ainda mais, pela cegueira sectária de vistas curtas, a espantosa convergência táctica com as preocupações do candidato Cavaco Silva.
O PS é um partido que não tem dúvidas sobre as causas económicas e os fundamentos ideológicos da crise global de 2008 nem sobre os seus efeitos em Portugal, mas na resposta à crise pautamos a nossa actuação pelo primado dos princípios da legalidade democrática, da transparência e da responsabilidade nos seus planos político, financeiro e criminal.
O BPN é um caso de irresponsabilidade financeira, é, aliás, um símbolo de um modelo económico baseado no desvario do crédito fácil e em aplicações financeiras de risco.
O BPN é o símbolo de uma geração de gestores nascidos do caldo político das maiorias absolutas de Cavaco Silva.

Aplausos do PS.

E é, no plano daquilo que cabe aos tribunais apurar, um caso de polícia com responsabilidades pessoais que cabe à justiça determinar com toda a independência, celeridade e respeito pelas garantias de defesa.
Para o PS, o BPN sempre foi um caso, por um lado, de justiça e, por outro, de credibilidade do sistema financeiro. Por isso, sabemos quem são os rostos do BPN, mas nunca pretendeu o PS transformá-lo num caso de política, num caso de campanha eleitoral.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Eduardo Cabrita (PS): — Em 2008, o modelo de desenvolvimento assente na especulação financeira e imobiliária, multiplicando o crédito irresponsável e operações de engenharia financeira criativa, conduziu à maior crise global das economias desenvolvidas: primeiro, pondo em causa, no mundo e entre nós, a confiança no sistema financeiro; depois, levando à recessão simultânea, em 2009, de todas as economias desenvolvidas; a seguir, à salvação dos mercados irresponsáveis e à limitação dos danos colaterais para as famílias e empresas, através da intervenção dos Estados com a consequente explosão dos défices públicos, até à actual crise da zona euro.
O BPN foi, à dimensão portuguesa, parte deste percurso especulativo com práticas ilegais associadas. As dificuldades do banco já tinham sido identificadas antes da falência do Lehman Brothers e de duas das maiores sociedades de crédito imobiliário americanas, mas estes factos tornaram inevitável o choque com a realidade. É nesta narrativa da crise global e do seu impacto em Portugal que se insere a história do BPN e não na cortina de fumo madeirense, que nos trouxe aqui o Sr. Deputado Hugo Velosa.

Aplausos do PS.

A crise de credibilidade do sistema financeiro não foi antecipada por esses oráculos televisivos genericamente endeusados como «os economistas», nem por esses tão mitificados mercados, perante os quais é tão reverente o candidato Cavaco Silva, designadamente pelas agências de rating, que sempre deram nota máxima às instituições financeiras que abriram falência, bem como aos produtos financeiros agora apelidados de activos tóxicos.
Esta é a crise que demonstrou uma falha ideológica no modelo de capitalismo liberal. Por isso, na Europa, as pequenas economias mais desreguladas — a Islândia e a Irlanda, tão cantada pelo PSD, curiosamente ambos países do norte com pouco Sol — foram as primeiras vítimas qual pequenos Lehman Brothers ou qual grandes BPN.
Porque a memória de alguns economistas e políticos é fraca, convém não lançar bruma sobre a crise de 2008 e sobre as suas causas. Por isso, não aceitamos este back to business as usual de que nos fala a direita. Também aqui a direita, se não quiser ler Stiglitz ou Paul Krugman, pode ter à cabeceira a confissão de incrédulo fracasso de Alan Greenspan.

Vozes do PS: — Muito bem!

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