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39 | I Série - Número: 039 | 15 de Janeiro de 2011

Victor Alves foi, sabidamente, um dos rostos mais importantes, por todas as razões, do 25 de Abril. Foi um homem que entregou a sua vida por essa causa — e isso bastaria para que esta Assembleia o homenageasse de maneira muito intensa.
Além do mais, Victor Alves foi também um daqueles homens de Abril que soube ser isso no seu melhor, fazendo-o de uma maneira muitíssimo discreta, muitíssimo apagada, sem vontade de quaisquer honras pessoais. É esse espírito de liberdade indomável e de amor ao serviço público que nós evocamos quando pensamos em Victor Alves. Por isso, a melhor homenagem que lhe podemos prestar é a de, enquanto Deputados, nos mantermos totalmente fiéis à sua firmeza de convicções pelo 25 de Abril e à modéstia e ao desinteresse pessoal no exercício das funções públicas.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José Ferreira Gomes.

O Sr. José Ferreira Gomes (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD acompanha este voto de pesar pelo falecimento de Victor Alves, um militar que a minha geração aprendeu a respeitar no seu envolvimento na preparação do 25 de Abril e pelas funções que desempenhou, nos anos seguintes, pelo seu papel em terminar um regime já anacrónico e incapaz de oferecer esperança a uma sociedade bloqueada.
Foram homens como Victor Alves que ensinaram aos portugueses a ter esperança e que permitiram que fossem os portugueses a construir o seu futuro na liberdade democrática, que hoje conhecemos.
À Família enlutada apresento, em nome do PSD, os sentidos pêsames, neste momento em que quero deixar uma palavra e, principalmente esta palavra de celebração e de homenagem por uma vida de serviço público.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Marques Júnior.

O Sr. Marques Júnior (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Gostaria de, em primeiro lugar, saudar a sua Esposa, a minha amiga Teresa, e Família.
Creio que o essencial está no voto e no testemunho que sua Mulher leu, no dia do funeral, e que está apenso ao voto.
Gostaria também de pessoalmente agradecer a todos os grupos parlamentares o terem subscrito o voto de pesar, o que só por si representa, de forma inequívoca, a homenagem da Assembleia da República.
Falar depois daquilo que já foi dito e, em especial, daquilo que consta do voto sobre Victor Alves não é fácil, mas eu gostaria de sublinhar algo que nenhum voto conseguirá traduzir fielmente: é o que resulta, com muita força, do sentimento da amizade.
Victor Alves era um grande amigo, daqueles que cultivava a amizade como um elemento nobre, essencial ao Homem e à vivência em sociedade. Este sentimento fez dele o Homem que mais procurou os consensos para que a Revolução triunfasse. E essa acção foi decisiva, principalmente, nos momentos mais difíceis. O diálogo era a arma do revolucionário que, depois de Abril, utilizava para que a Revolução triunfasse.
Nós nunca saberemos o que ficámos a dever ao Victor Alves, mas é minha convicção que ele foi dos militares mais importantes para o êxito do 25 de Abril. Victor Alves, como diz o voto, encarnava como poucos os verdadeiros e genuínos ideais da Revolução.
Gostaria ele, como todos nós, que Portugal hoje, passados estes anos, não vivesse dias tão difíceis, como vive, porque encarava como grande objectivo do Programa do Movimento das Forças Armadas de que foi o coordenador, sendo Melo Antunes o seu autor principal, digo eu, valorizava como um dos principais objectivos do Programa do MFA as classes mais desfavorecidas e sofria com o facto de não termos conseguido, apesar de tudo o que a Revolução fez, que as classes mais desfavorecidas da nossa sociedade continuassem sem usufruir dos grandes ideais e, até, da utopia do 25 de Abril.
Creio que a maior homenagem que podemos fazer ao Victor Alves é manter a nossa convicção, o nosso esforço, a nossa determinação para conseguir alcançar esse objectivo, cumprindo, portanto, um dos grandes objectivos do 25 de Abril.

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