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22 | I Série - Número: 044 | 28 de Janeiro de 2011

Pergunto-lhe, Sr. Ministro, se não é altura de serem transparentes e dizerem ao País, de facto, qual é o peso desta factura das decisões tomadas no passado que está hoje a onerar as finanças públicas e a criar dificuldades no bolso dos portugueses. É altura de nos dizerem qual é o montante desta factura de decisões erradas tomadas no passado, qual é o peso que isto tem.

Aplausos do PSD.

A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, há pouco proclamouse, mais uma vez, como um campeão das privatizações e até já ouvimos neste debate, da sua parte e da parte da bancada do PS, a interessantíssima acusação ao CDS e ao PSD no seguinte sentido: «vocês privatizaram muito, mas muito menos do que os governos do PS!».
Aqui temos, portanto, o que é afinal a esquerda moderna: é a esquerda que privatiza muito mais do que a direita,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — » que decreta cortes totalmente cegos na operação das empresas e de serviços públicos fundamentais para as populações e para a economia nacional, que manda fazer uma razia, dê lá por onde der, mesmo que isso signifique milhares de trabalhadores — e trabalhadores experientes, qualificados — mandados para o desemprego.
Por exemplo, há meses e meses que os senhores fazem de conta que não ouvem e não vêem, fazem de conta que não receberam nada sobre as questões que apresentámos em relação, nomeadamente, ao negócio imobiliário que envolve os CTT e a Mota-Engil no edifício Báltico, aqui em Lisboa,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora, bem»!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — » com os 4,3 milhões de euros de rendas por ano, mais os 3 milhões para adaptações do edifício. Sobre isso, os senhores fazem de conta que não ouviram, mas não hesitam em comprometer o direito das populações ao transporte público, ao serviço público postal, em penalizar as populações com preços e tarifas cada vez mais caras, prejudicando a vida das populações e prejudicando, a prazo, a sustentabilidade do País.
Aí, já os senhores encontram desperdício por toda a parte, mesmo quando aquilo que os senhores consideram desperdício é, na verdade, serviço público fundamental para o País e para as populações.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — E também não hesitam em ameaçar o futuro de empresas fundamentais para o País, estratégicas para a nossa economia, como é o caso da EMEF ou da TAP — incluindo a sua manutenção aeronáutica — ou o dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo.
A verdade, Sr. Ministro, é que os sucessivos governos vêm ateando estes incêndios do subfinanciamento, dos cortes orçamentais, do endividamento das empresas do sector empresarial do Estado e, agora, dizem que temos de os apagar com gasolina. É esta a política dos governos anteriores que o Sr. Ministro das Finanças está a continuar e a agravar.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Quando os senhores falam em cortes orçamentais, em cortes no investimento, em privatizações, os senhores falam muito em sustentabilidade, mas o Sr. Ministro das Finanças não vê que, a prazo, é o País que fica insustentável, com as políticas que os senhores estão a desenvolver?! Não vê que,

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