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11 | I Série - Número: 046 | 3 de Fevereiro de 2011

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Demasiadas vezes as pessoas têm a impressão de que o óbvio não é feito, de que quanto mais tempo passa mais difícil é resolver os problemas, de que quando estão em causa delimitações de território ou de poder é impossível mudar.
Este tema do acordo para a reorganização administrativa de Lisboa demonstra exactamente o contrário, ou seja, que é possível, e isso está a ser feito.
Na verdade, este é um processo ímpar, porque os dois maiores partidos portugueses, a partir dos seus eleitos locais e das suas estruturas distritais, trabalharam em conjunto e deram à cidade e aos seus cidadãos uma solução que melhora as suas vidas.
Os partidos políticos não são inimigos; muito mais do que adversários, são responsáveis conjuntos pela realização do bem comum e por, com as suas diferenças, conseguirem melhorar a governação e a vida das pessoas.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. António Leitão Amaro (PSD): — De facto, PS e PSD deram o exemplo de como o trabalho conjunto, a cooperação entre partidos pode avançar a qualidade da governação pública e da vida das pessoas.
Este é também um processo ímpar porque as decisões não foram nem arbitrárias nem infundadas, pois os decisores do PS e do PSD antecederam as suas propostas de decisão de estudo técnico e científico, realizado por entidade independente, que, para nosso orgulho, é uma organização universitária pública portuguesa, ou seja, os políticos cooperaram e basearam a sua decisão em estudo técnico que assegura o rigor e a racionalidade da decisão.
É também um processo ímpar porque envolve a sociedade civil e os agentes interessados. A participação e o envolvimento público existiu e vai intensificar-se, tendo este Parlamento a responsabilidade de lhe dar corpo e expressão quando o assunto aqui chegar.
Mas este é também um processo ímpar porque foi um processo completo, que não tocou apenas na delimitação territorial, mas também na busca de uma mais eficiente repartição de competências entre município e freguesias.
Perante este processo político exemplar, a pergunta relevante que cumpre fazer hoje, neste Parlamento, é a de saber se também nós, que vamos ter uma palavra essencial e final neste processo, vamos estar à altura deste processo exemplar.
Por isso, Sr. Deputado Miguel Coelho, queria perguntar-lhe se o Grupo Parlamentar do Partido Socialista está disponível para, com o PSD e também com todos os outros grupos parlamentares, continuar este exemplo, fazendo aprovar, com rigor mas sem entropia, a reorganização administrativa do concelho de Lisboa nas duas vertentes: delimitação territorial das freguesias e repartição das competências.
Mas também gostaria de saber se o PS está disponível para iniciar, a partir deste Parlamento, um diálogo alargado a todo o País sobre o problema da organização das autarquias locais. Mas, note-se, um debate alargado que, tal como este processo exemplar, seja não um processo de cúpula mas que envolva todos os agentes e responsáveis políticos locais, que seja um processo aberto à sociedade, que envolva não só políticos mas também técnicos, que introduza e utilize critérios racionais, rigorosos, como base de decisão e não decisões a régua e esquadro tomadas a partir de um gabinete em Lisboa.
A terminar, pergunto-lhe se o seu grupo parlamentar está disponível para que, juntos, todos continuemos a construir este exemplo.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (Luís Fazenda): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Coelho.

O Sr. Miguel Coelho (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado António Leitão Amaro, muito obrigado pelas suas questões.
Como o Sr. Deputado disse, em democracia os partidos não são inimigos, são adversários. Temos projectos políticos diferentes sobre o modo como queremos governar a cidade de Lisboa e sobre as soluções concretas que apresentamos para problemas concretos, mas isso não nos impediu de termos tido a