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75 | I Série - Número: 046 | 3 de Fevereiro de 2011

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.

O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, de forma bastante rápida, quero fazer um comentário.
Ouvidas as bancadas do PS e do PSD, temos de concluir que nenhuma dessas bancadas consegue encontrar uma justificação, um interesse que seja para a existência de taxas moderadoras. Na realidade, o que faz o PS e o PSD quererem manter as taxas moderadoras é o facto de elas serem a antecâmara dos pagamentos. E não se venha dizer, como disse o Sr. Deputado Serpa Oliva, que o utente só paga 4,6 €. Não ç verdade! Pagou os 110 € que, eventualmente, essa consulta tenha custado ao hospital, porque o Serviço Nacional de Saúde é integral e exclusivamente pago pelo dinheiro do Orçamento do Estado, que é financiado pelos nossos impostos.
Portanto, nós pagamos toda a saúde. Qualquer pagamento adicional não é sequer um co-pagamento, mas um duplo pagamento. É um castigo, uma punição. Aliás, punição de que o Partido Socialista agora vai recorrer através do sistema de multas, como se o acesso a um hospital fosse mais ou menos a mesma coisa que estacionar o carro numa praça ou numa avenida de qualquer cidade do País. Isso não é sério! Isso não é acertado!

Protestos da Deputada do PS Maria Antónia Almeida Santos.

Quando um partido, um governo, consegue reduzir as isenções, na situação social em que vivemos, aos desempregados e pensionistas, quando um governo consegue fazer isto é um governo que está destinado a, mais tarde ou mais cedo, introduzir pagamentos no Serviço Nacional de Saúde. E isso é contra a paternidade que os senhores invocam do SNS. É como, no fundo, rejeitarem o «pai» do Serviço Nacional de Saúde.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente: — Também para uma nova intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Ramos.

O Sr. João Ramos (PCP): — Sr. Presidente, quero fazer somente dois comentários.
A Sr.ª Deputada Carla Barros bem pode dizer que o PSD impôs limites à aplicação das taxas moderadoras, mas isso não tira ao PSD a paternidade das taxas moderadoras. Por mais limites que lhes imponha, não consegue esconder isso.
Falou também na proposta do PSD para a eliminação das taxas em cirurgia, curiosamente partindo do princípio de que a cirurgia era algo que caía fora da decisão do doente. No entanto, muitas outras taxas caem fora da decisão do doente e em que esse princípio não é aplicado. Mas uma coisa é certa: durante o governo do PSD, as taxas moderadoras para a cirurgia, para as consultas e para as urgências aumentaram entre 30 a 40%.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. João Ramos (PCP): — A Sr.ª Deputada Luísa Salgueiro, pela maneira como fala e pelas questões que coloca, faz parecer que na saúde está tudo maravilhoso, que a saúde está cor-de-rosa. Mas o que sabemos é que nem sequer é possível contabilizar o número de portugueses que não têm médico de família — há-de andar pelas centenas de milhar — , assim como o número de idosos que não conseguem aviar a totalidade das receitas médicas porque não têm capacidade financeira para isso e das pessoas que deixam de ir à consulta porque não podem pagar os transportes.
É isto que se sente e se ouve todos os dias, além de que as taxas moderadoras continuam a existir, continuam fixadas, e de que vão também aumentar aqueles serviços aos quais já são cobradas taxas, que estão a ser aumentadas acima da inflação. Esta é que é a realidade.

Aplausos do PCP.