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61 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — Não se serve o País, nem se serve a esquerda,»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — A extrema-esquerda!

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — » num debate com esta responsabilidade, ocultando um factor fundamental dos dias que vivemos: a crise internacional em que a Europa e o mundo se encontram, que marca profundamente a nossa vida e que exige de todos nós uma atenção para os problemas do País e, também, da Europa.
Quem consegue estar num debate desta importância, durante todas estas horas, sem pronunciar nada de importante ou de significativo acerca da questão europeia e da crise internacional não falta apenas à verdade, faz algo mais grave: cria a ilusão de que uma qualquer alteração de política interna, uma simples mudança governamental é capaz, tem condições para ultrapassar as dificuldades que se vivem no nosso País.
Todavia, não foi isso que o Bloco de Esquerda quis fazer. O que o Bloco de Esquerda pretendeu foi obter apenas uma espécie de «troféu de caça» na sua corrida a dois, com o PCP, para ver quem consegue atacar mais fortemente e de forma mais incisiva o Governo do Partido Socialista.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Mas que «lugar-comum«»!

O Sr. Ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento: — De facto, com esta moção de censura, o Bloco de Esquerda não pretendeu servir o País nem servir a esquerda.
Não se serve o País olhando apenas para os traços negros da realidade como se a esses traços negros se pudesse reduzir o País. Não escondemos as dificuldades da crise, as dificuldades de financiamento, os problemas do endividamento, a necessidade de melhorar a competitividade da nossa economia e a nossa coesão social, mas também não actuamos como se não existisse o País que trabalha, que inova, que compete cá dentro e lá fora. Esconder o que avançámos na qualificação, na ciência, na administração só serve para desarmar o País e para inferiorizar Portugal e os portugueses!

Aplausos do PS.

Foi com estranheza que ouvimos o líder do Bloco de Esquerda associar-se ao coro dos que falam na «década perdida». Mas, Sr.as e Srs. Deputados, como é possível fazer esse discurso sem ter em atenção o que, efectivamente, aconteceu nessa década, sem ter em atenção que Portugal estava, antes da crise, a percorrer um caminho de recuperação significativa, de crescimento de exportações, de produtividade, de emprego e que foi a crise económica que lhe pôs fim, infelizmente? Como é possível falar desta década e esquecer o investimento que foi feito em factores decisivos para o progresso do País, como os da ciência ou da educação? Isso nunca tinha sido feito no nosso País! Como é possível falar de uma «década perdida» e esquecer o combate que se fez, pela primeira vez de forma consequente, à dependência energética do nosso País? Ou esquecer ainda o facto de termos recuperado, depois de muitos anos, a capacidade de pôr as exportações a crescer mais do que a economia? A dificuldade de lidar com a realidade — a tal realidade lá de fora —, Srs. Deputados do Bloco de Esquerda, é de tal maneira gritante que até é possível ouvi-los aqui atacar aquela que foi uma das medidas mais importantes dos últimos anos da nossa democracia, do ponto de vista da modernização. Refiro-me à criação dos centros escolares por todo o País, com a colaboração do Governo e de autarcas de todas as cores políticas — as que têm autarcas, é claro! —,»

Risos do PS.