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8 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011

estudarem; milhares de desempregados perderam o apoio para sobreviverem. Mas os 2000 milhões que foram usados para medidas anti-crise foram aplicados, em 1%, na criação de emprego e em generosos 61% para acudir à finança. Se perguntarmos, então, se temos um Governo responsável, a resposta é evidente: temos um Governo de facção, ao sabor dos privilégios. Tem que ser parado.

Aplausos do BE.

O Governo aplaude o sucesso dos quatro maiores bancos que se vangloriam de ir pagar menos de 10% de IRC. O Governo favorece a antecipação de dividendos para a fuga aos impostos; cria regimes de excepção nas mais-valias; organiza uma cosmética orçamental com o fundo de pensões da PT e, este ano, vai repetir o gesto com os fundos de pensões da banca. É um Governo de facção, que sabota a recuperação económica de que precisamos para resistir à chantagem externa.
Esse é o terceiro resultado desta política suicidária: aceitar a chantagem externa. É claro que Portugal não determina a União Europeia, nem tem força bastante para impor as emissões de títulos europeus para reorganizar os mercados financeiros. Mas nesta «União Europeia que vai de mal a pior», conduzida pelos «dislates da senhora Merkel», como escreve Mário Soares, José Sócrates chama «momento histórico» ao dia em que o Governo alemão enuncia o seu diktat para o aumento da idade da reforma ou sobre os orçamentos nacionais dos outros países. Ao aceitar entregar a Europa à Senhora Merkel, o Governo deixa cair o nosso país.
Dizia, ontem, Jaime Gama que temos um Banco Central Europeu inexistente. Será inexistente na resposta à crise, mas é, certamente, pernicioso no ataque contra a economia — esse Banco Central, cujas regras foram dogmaticamente definidas pelos governos, que, agora, dele se queixam.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Esta agenda europeia quer modificar para todo o sempre o Estado social e confunde-se, por isso, com o Fundo Monetário Internacional.
É certo que, entre nós, a direita rejubila com a hipótese da tutela do FMI, pois assim poderia impor a contratação sem contrato ou o salário de subsistência que o PSD tem vindo a propor. E são muitos os dirigentes da direita, e mesmo do PS, que apelam a essa intervenção: urgente, imperativa, brutal.
Ora, os acordos entre o PS e o PSD têm sido a matriz do fracasso do Governo e dessa intervenção.
Adiantam a sua política, condenam Portugal à recessão, que, em efeito dominó, diminui a capacidade de pagamento externo e, por isso, cria mais recessão.
«Uma década perdida», dizia Cavaco Silva ontem. Sim, uma década perdida por governos do PS e também do PSD e do CDS. Mas a direita aplaudiu, enlevada, como se estivesse esquecida de si própria e, aliás, esquecida do homem que presidiu, em concertação estratçgica, durante parte da dçcada perdida,»

Aplausos do BE.

Protestos da Deputada do PS Rosa Maria Albernaz.

» mas agora tambçm uma economia perdida que continua a destruir a sua gente.
Ora, o acordo entre o PS e o PSD gerou o PEC 1, garantiu que isso resolveria o problema dos juros da dívida. Fizeram, depois, o PEC 2, garantindo que este resolveria os juros e corrigiria o PEC 1. Fizeram, depois, o Orçamento, para resolver os juros e corrigir o PEC 1 e o PEC 2. E já anunciam um novo PEC. Em todos eles, o ajustamento orçamental foi feito pelos cortes sociais. Portugal ficou pior do que nunca e o Governo quer continuar, com o apoio do PSD, a piorar Portugal.
«Há limites para o sacrifício», dizia Cavaco Silva, o mesmo Presidente que tutelou o acordo PS-PSD para o Orçamento. Mas a direita entusiasmou-se com o fervor de quem assiste a uma aparição divina. No entanto, o PSD votou a favor da redução dos salários e do aumento de impostos — sacrifícios! O PSD quer menos investimento — sacrifícios! O PSD votou a favor do corte do abono de família — sacrifícios!