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15 | I Série - Número: 066 | 19 de Março de 2011

E, Sr. Primeiro-Ministro, sejamos claros sobre esta questão. Percebo por que é que o senhor não quis falar aos portugueses.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Apresentei-o aos portugueses!

O Sr. Miguel Macedo (PSD): — É que a verdade que o senhor tinha para dizer aos portugueses era uma verdade inconveniente. O senhor não quis dizer aos portugueses que este pacote de austeridade, que foi obrigado a assumir em Bruxelas, é a antecâmara da ajuda externa que o senhor já pediu em Bruxelas.

Aplausos do PSD.

O Sr. Primeiro-Ministro não tem coragem de dizer isto aos portugueses, porque o senhor sabe que a verdade do que se passa em Portugal, no plano do que é o resultado da sua governação, é uma verdade inconveniente para si, para o Partido Socialista e para o Governo.
Portanto, de uma vez por todas, Sr. Primeiro-Ministro: o senhor escolheu o seu caminho, o senhor fechou a porta a qualquer tipo de diálogo, no quadro desta Assembleia da República, o senhor abriu o caminho de uma crise política. E, com toda a franqueza do mundo, Sr. Primeiro-Ministro, as suas promessas de diálogo, agora (repito, agora, depois de ter feito o que fez), são a prova de que o senhor quis pôr o País perante um facto consumado, não são ofertas de diálogo genuínas, porque correspondem a uma hipocrisia política que tem de ser denunciada.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco de Assis.

O Sr. Francisco de Assis (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, Sr.as e Srs. Deputados: O PSD anda há uma semana a contestar o Governo, baseando-se em argumentos de ordem procedimental»

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E substancial!»

O Sr. Francisco de Assis (PS): — » e fugindo em absoluto do debate sobre a questão de fundo, a questão substancial.

Vozes do PS: — Muito bem!

O Sr. Francisco de Assis (PS): — A declaração do líder do partido ontem e as declarações que aqui foram proferidas agora pelo líder parlamentar do PSD evidenciam a verdadeira vontade do PSD: o PSD quer abrir uma crise política em Portugal, neste momento! O PSD tomou essa decisão, e tomou essa decisão por uma razão muito simples: o que é que mudou, nos últimos tempos, que leva o PSD a deixar a posição responsável que assumiu noutros momentos, quando concorreu para a viabilização de dois Orçamentos do Estado, quando concorreu para a viabilização de um projecto de resolução de sustentação do PEC, no ano passado? O que mudou foi uma coisa muito simples, que os portugueses, aliás, acompanham e percebem: o líder do PSD começou a sentir-se acossado internamente.

Aplausos do PS.

A solução foi muito simples. O raciocínio é absolutamente elementar. O actual líder do PSD temeu que se abrisse uma crise no interior do PSD, por isso, como solução e como resposta, resolveu abrir uma crise em Portugal. A questão é tão simples como isto! O PSD, para não abrir uma crise no seu próprio seio, não hesita em abrir uma crise em Portugal!