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43 | I Série - Número: 066 | 19 de Março de 2011

Em 1975, aderiu ao Partido Socialista, tendo desempenhado um papel activo e construtivo no âmbito político a par da sua actividade profissional como bancário.
Entre Dezembro de 1980 e Dezembro de 1983, foi vereador da Câmara Municipal do Porto.
Foi também Deputado do PS na Assembleia da República, eleito pelo círculo do Porto, durante quatro legislaturas, entre 1983 e 1995. Exerceu, posteriormente, o cargo de vice-governador civil do Porto entre 1995 e 1999.
Como Deputado destacou-se na defesa da autodeterminação do povo timorense, causa que abraçou com firmeza e tenacidade.
Como militante político desempenhou variadíssimos cargos no seu partido de sempre, o PS, destacando-se o de Presidente da Federação Distrital do PS/Porto.
Igualmente de assinalar é o contributo que prestou para o associativismo cultural. Foi fundador da Associação Cultural «Novos Tempos», no Porto, que tem como objecto a divulgação e valorização da cultura, da arqueologia e do artesanato, a defesa do meio ambiente e a preservação do património.
Raúl Brito marcou-nos com o seu dinamismo e activismo no âmbito da sua intervenção cívica e política. É uma perda para a sociedade portuguesa que hoje assinalamos.
A Assembleia da República, reunida em Plenário, manifesta o seu profundo pesar pelo falecimento de Raúl Brito e expressa aos seus familiares as mais sinceras condolências.

O Sr. Presidente: — Passamos ao voto n.º 109/XI (2.ª) — De pesar pelo falecimento do Professor Joaquim Pinto Machado (PS, PSD e CDS-PP).
Para apresentar o voto, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria de Belém Roseira.

A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, desapareceu também, no princípio desta semana, o Sr. Professor Joaquim Pinto Machado.
Homem e vulto importante da nossa vida colectiva, desempenhou variadíssimas funções ao longo da sua vida: como médico, como Professor de Medicina, como Director da Faculdade de Medicina do Porto, como investigador, como pedagogo e como promotor da modernidade no currículo da medicina.
Pinto Machado foi um homem de causas e sempre pautou a sua actuação pela dignidade, pela coragem, pela afirmação de carácter e pelo investimento na construção, em vez da destruição.
Foi um homem que se bateu pela democracia quando era difícil. Foi um homem que se bateu pelo prestígio da medicina portuguesa. Foi um homem que compreendeu que esse prestígio deveria ser construído durante a formação dos médicos, para que ela fosse uma formação integral.
Foi um homem que lutou contra os preconceitos das hierarquias nas carreiras, considerando que o sistema de saúde assenta na medicina familiar, que não deve nada, do ponto de vista da hierarquia, do respeito social, às especialidades hospitalares, e foi uma pessoa que investiu na ligação à comunidade como fonte na qual deve assentar um verdadeiro trabalho de investimento social.
Foi Governador de Macau, foi o Secretário de Estado do Ensino Superior e da sua acção foi possível extrair a difícil concórdia na relação entre o Ministério da Educação e o da Saúde para a direcção dos serviços hospitalares e foi sempre um indivíduo que interveio civicamente, defendendo sempre a sua opinião e a sua posição, mesmo quando ela era incómoda e poderia afectar alguns interesses.
Tive o privilégio de ter uma última conversa com ele há cerca de três semanas, durante o centenário da Faculdade de Medicina do Porto, e pude mais uma vez admirar como, mesmo no fim da vida, que ele sabia que estava próximo, foi capaz de ter sempre um discurso de bondade, de afirmação pela positiva, de compreensão da importância da nossa acção, que deve constituir um referencial.
Como disse, Pinto Machado investiu sempre na construção e não na destruição, ensinou-nos a nunca desistir, a batermo-nos pelas causas e valores em que acreditamos, onde quer que estejamos, quaisquer que sejam as funções que desempenhamos e quaisquer que sejam as pessoas de quem discordamos.
Desapareceu um homem bom e um homem de bem, mas não desaparece a sua memória, que connosco fica como exemplo.
Por isso, por tudo isto, por muito mais, por tudo o que fica por dizer, endereçamos à família do Sr. Prof.
Pinto Machado o nosso sentido pesar, bem como às instituições em que investiu ao longo da sua vida exemplar.

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