I SÉRIE — NÚMERO 3
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representantes do povo português apoia partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento firmado
com a União Europeia e com o Fundo Monetário Internacional.
Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — É certo que muitas escolhas estão abertas ao debate democrático, e devem
ser discutidas por todos, mas esperamos genuinamente que a Oposição contribua para a solução dos grandes
problemas nacionais.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Também aqui tem de vigorar a regra da responsabilidade, o sentido da realidade e o compromisso
nacional, para que Portugal não falhe — e Portugal não falhará!!
Aplausos do PSD e do CDS-PP, de pé.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Primeiro-Ministro, Srs. Deputados, passamos agora à fase dos pedidos de
esclarecimento.
A Mesa registou 18 inscrições para pedidos de esclarecimento, pelo que peço rigor no tempo, de modo a
começarmos a Legislatura com os nossos trabalhos bem ordenados.
Tem a palavra, em primeiro lugar, a Sr.ª Deputada Maria de Belém Roseira.
A Sr.ª Maria de Belém Roseira (PS): — Sr.ª Presidente, tentarei responder ao seu apelo.
Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, as minhas primeiras palavras são de saudação pelo início formal das
suas funções aqui, na Assembleia da República, e para lhe desejar, a si e a todos os membros do Governo, as
maiores felicidades na condução dos destinos do País — penso que Portugal precisa disso. Para além das
felicidades pessoais, que devem ser desejadas nestas circunstâncias, desejo também felicidades políticas.
Gostaria de afirmar, para que fique claro, que o Grupo Parlamentar do Partido Socialista tem plena
consciência da delicadeza do momento que estamos a viver e de que essa delicadeza reclama de nós, de
todos nós, sentido de responsabilidade e, também, sensibilidade. Em nosso entender, este não é um momento
para rupturas. É um momento para conjugação de esforços, na estrita defesa dos interesses de Portugal, dos
supremos interesses de Portugal e dos portugueses!
E esse sentido de responsabilidade — tendo nós a clara noção do contexto nacional, europeu e
internacional em que vivemos, por alguns negado ou omitido, mas que nós sempre afirmámos como muito
constrangedor — reclama de nós a afirmação peremptória, clara e que não deixe margem para dúvidas, de
que honraremos o compromisso que subscrevemos com as instituições europeias internacionais,
defenderemos a moeda única e o projecto europeu, sem prejuízo da afirmação de um quadro estratégico mais
amplo, no domínio das nossas relações internacionais.
A história do Partido Socialista, ligada à defesa intransigente dos ideais democráticos e da integração de
pleno direito no espaço europeu, aponta-nos, claramente, essa direcção. Mas, num quadro de direito
democrático, a questão da legitimidade também se coloca. Têm VV. Ex.as
inteira legitimidade para governar e
os Deputados do Partido Socialista a legitimidade conferida em função de um programa eleitoral com base no
qual se apresentaram ao eleitorado e que têm a obrigação de respeitar.
Cabe-nos, pois, fazer uma oposição responsável e construtiva, apresentar alternativas sempre que
discordarmos das soluções propostas e contribuir, na coerência da nossa matriz referencial, para o
aperfeiçoamento da decisão final.
Ao longo deste debate, teremos, evidentemente, oportunidade de apresentar as nossas dúvidas e exprimir
as nossas divergências com total transparência.
Neste contexto, e tendo o Sr. Primeiro-Ministro anunciado medidas que não constam do Programa do
Governo, programa esse para o qual esta sessão foi agendada, gostaria de referir o seguinte: considero que
têm VV. Ex.as
toda a legitimidade para tomar as decisões que entenderem e nós reservamos a nossa posição
de voto para depois de conhecermos os estudos que sustentam e fundamentam essas propostas.
Resultados do mesmo Diário
e que estão em conformidade com o Memorando de Entendimento acordado com a União Europeia e com o Fundo Monetário
Pág.Página 12
, com atenção particular ao Partido Socialista, que, enquanto governo, subscreveu um Memorando de Entendimento
Pág.Página 17
, que trouxe à evidência que o perímetro de apoio ao Memorando de Entendimento celebrado
Pág.Página 22
que poderemos enfrentar nos próximos seis meses para o resultado dos 5,9% que constam do memorando
Pág.Página 27
que era previsível: a que consta do Memorando de Entendimento subscrito com a tróica. As medidas previstas
Pág.Página 36
de ser em muitas áreas copy/paste do Memorando de Entendimento da tróica, não está referida
Pág.Página 37
de fora o cumprimento do que consta do Memorando de Entendimento. O facto de não haver uma repetição exaustiva
Pág.Página 39
no Memorando de Entendimento e obrigará também os portugueses à austeridade adicional.
Pág.Página 40
. O que está no compromisso do Memorando de Entendimento será cumprido por nós e, neste particular, resulta de um acordo
Pág.Página 44
que Portugal assinou um memorando de entendimento com as instituições europeias. É um memorando
Pág.Página 48
das medidas inscritas no Memorando de Entendimento mas também no compromisso de ir além do exigido
Pág.Página 61
no Memorando de Entendimento, que foi subscrito por 85% da representação parlamentar desta Câmara
Pág.Página 81