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1 DE JULHO DE 2011

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O Sr. António Filipe (PCP): — No entanto, no debate de hoje o Sr. Primeiro-Ministro enunciou-nos uma

novidade, que é a de que os portugueses vão ficar sem metade do subsídio de Natal de 2011. Essa, sim, é

uma notícia concreta. Contudo, essa notícia não constava do memorando da tróica, não constava do programa

eleitoral com que o PSD se apresentou aos portugueses nem do programa eleitoral do CDS, que faz parte

deste Governo, e não constava do Programa do Governo que nos foi apresentado para apreciação. Portanto,

se este Programa do Governo era verdadeiramente um PEC 5, o Sr. Primeiro-Ministro anunciou aqui hoje um

PEC 6, de onde consta mais essa medida.

Aplausos do PCP.

Se o Sr. Primeiro-Ministro consegue vislumbrar no Programa do Governo essa medida através de uma

formulação vaga que aqui encontrou, faça favor de nos dizer que outras medidas negativas constam do

Programa do Governo e que não são visíveis à vista desarmada.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. António Filipe (PCP): — Faço um desafio concreto, Sr. Primeiro-Ministro: Estaleiros Navais de Viana

do Castelo.

No momento em que este Governo iniciava funções, a administração dos Estaleiros Navais de Viana do

Castelo anunciava o despedimento de cerca de metade dos seus trabalhadores. Dos seus cerca de 700

trabalhadores, 380 correm o sério risco de despedimento, se o Governo não tomar uma atitude muito concreta

relativamente a esta questão.

O Governo, que diz que o mar é um grande desígnio e que tem um Ministério precisamente dedicado ao

mar, que refere a produção nacional como um objectivo fundamental para o nosso País, perante o anúncio do

despedimento de 380 trabalhadores de uma empresa estratégica como são os Estaleiros Navais de Viana do

Castelo, incumbidos da fabricação dos patrulhões oceânicos que são fundamentais para o patrulhamento de

toda a nossa vasta zona costeira, não diz rigorosamente nada.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Sr. António Filipe (PCP): — É indispensável que hoje o Sr. Primeiro-Ministro se pronuncie sobre esta

matéria, porque, se o Governo não disser que esse despedimento não vai por diante, ficamos a saber que o

projecto do Governo para a privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo passa pelo despedimento

de cerca de metade dos seus trabalhadores.

Peço ao Sr. Primeiro-Ministro que se pronuncie sobre esta matéria.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra à Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, quero falar-lhe das alterações das

leis laborais.

Verifico, Sr. Primeiro-Ministro, que no Programa que nos apresentou, apesar de ser em muitas áreas

copy/paste do Memorando de Entendimento da tróica, não está referida a questão da facilitação dos

despedimentos. No entanto, no acordo que assinou, no programa da tróica, está bem claro, na página 21, que

há uma redução de 30 para 10 dias do valor das indemnizações por despedimentos e que esta medida é para

entrar em vigor em Julho.

O que lhe pergunto, Sr. Primeiro-Ministro, é o seguinte: abandonou a medida? Não acredito muito. Tem

vergonha do acordo que assinou? Vai abandonar esta medida que está tão clara na página 21 do acordo com

a tróica?

Sr. Primeiro-Ministro, há coisas que os portugueses e portuguesas precisam saber com muita clareza. O

Sr. Primeiro-Ministro tem a obrigação de explicar aos portugueses e portuguesas como é que a facilitação dos

Resultados do mesmo Diário
Página 0012:
e que estão em conformidade com o Memorando de Entendimento acordado com a União Europeia e com o Fundo Monetário
Pág.Página 12
Página 0016:
partidos que subscreveram o Memorando de Entendimento firmado com a União Europeia e com o Fundo
Pág.Página 16
Página 0017:
, com atenção particular ao Partido Socialista, que, enquanto governo, subscreveu um Memorando de Entendimento
Pág.Página 17
Página 0022:
, que trouxe à evidência que o perímetro de apoio ao Memorando de Entendimento celebrado
Pág.Página 22
Página 0027:
que poderemos enfrentar nos próximos seis meses para o resultado dos 5,9% que constam do memorando
Pág.Página 27
Página 0036:
que era previsível: a que consta do Memorando de Entendimento subscrito com a tróica. As medidas previstas
Pág.Página 36
Página 0039:
de fora o cumprimento do que consta do Memorando de Entendimento. O facto de não haver uma repetição exaustiva
Pág.Página 39
Página 0040:
no Memorando de Entendimento e obrigará também os portugueses à austeridade adicional.
Pág.Página 40
Página 0044:
. O que está no compromisso do Memorando de Entendimento será cumprido por nós e, neste particular, resulta de um acordo
Pág.Página 44
Página 0048:
que Portugal assinou um memorando de entendimento com as instituições europeias. É um memorando
Pág.Página 48
Página 0061:
das medidas inscritas no Memorando de Entendimento mas também no compromisso de ir além do exigido
Pág.Página 61
Página 0081:
no Memorando de Entendimento, que foi subscrito por 85% da representação parlamentar desta Câmara
Pág.Página 81