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I SÉRIE — NÚMERO 10

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autor do abominável acto pretendeu impedir a disseminação e a frutificação dos valores que estão na base

das nossas democracias, ceifando prematuramente a vida de dezenas de jovens empenhados na participação,

na construção da sociedade democrática.

Os actos bárbaros de um extremista radical recordam-nos, pois, que as democracias têm uma

responsabilidade colectiva de prevenção da disseminação do ideário anti-democrático e assente no ódio.

Efectivamente, os extremismos políticos, religiosos ou de outra natureza, ao rejeitarem o recurso à razão, o

pluralismo e o respeito pela dignidade e autonomia do outro, ameaçam a vida em sociedade e devem, por

isso, merecer a mais firme condenação.

Os valores que dão forma às liberdades, às democracias e às sociedades abertas têm de ressurgir

fortalecidos e reafirmados na sua indispensabilidade depois desta tragédia, cabendo a todos os que prezam

esses valores cerrar fileiras na sua defesa intransigente. Essa é a melhor das homenagens que podemos

prestar às vítimas, que na sua maioria procuravam, em ambiente pacífico e aberto, cultivar o empenho na

participação na vida cívica e democrática. Nas palavras do Primeiro-Ministro da Noruega, proferidas no dia dos

ataques, a resposta tem de passar por mais democracia.

Nestes termos, a Assembleia da República condena veementemente os atentados do passado dia 22 de

Julho e afirma as suas mais sentidas condolências ao povo norueguês, às vítimas e seus familiares, ao Partido

Trabalhista da Noruega e à sua organização de juventude (AUF).

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, vamos votar o voto que acabou de ser lido.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Queria informar os Srs. Deputados que, uma vez que votaremos mais dois votos de pesar, no final das

respectivas leituras e votações, guardaremos 1 minuto de silêncio.

Passamos ao voto n.º 5/XII (1.ª) — De pesar pelo falecimento de Salvador Fernandes Caetano (PSD e

CDS-PP).

Peço ao Sr. Deputado Secretário o favor de ler o voto.

O Sr. Secretário (Abel Baptista): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados, o voto é o seguinte:

Salvador Fernandes Caetano, destacado empresário português, faleceu no passado dia 27 de Junho, aos

85 anos de idade.

Evidenciou-se desde cedo no meio empresarial pelo seu dinamismo e pela sua capacidade de iniciativa,

sendo o fundador do Grupo Salvador Caetano.

Nasceu a 2 de Abril de 1926, em S. Lourenço, freguesia de Vilar de Andorinho, Vila Nova de Gaia, tendo

começado a trabalhar aos 11 anos de idade. Aos 18 estabelece-se por conta própria e aos 20 anos cria a

empresa Martins, Caetano & Irmão, Lda., uma fábrica de carroçarias para autocarros, que seria o embrião do

Grupo Salvador Caetano e da própria Toyota Caetano Portugal, SA.

Em 1967 obtém o primeiro contrato de exportação de autocarros, para Inglaterra, e um ano depois torna-se

representante exclusivo da Toyota em Portugal (automóveis e empilhadores). Em 1971 inaugura a unidade

industrial de montagem de automóveis em Ovar.

Em 1972 é criada a rede oficial de concessionários Toyota do Grupo Salvador Caetano e em 1981 é

fundada a holding da família Caetano, a Fogeca. No ano seguinte, inicia a representação da marca BMW

através da então criada Baviera, sendo responsável pela importação e distribuição de todos os produtos BMW.

O crescimento da empresa e a expansão dos negócios alargam-se a todo o País e, mais tarde, ao estrangeiro,

passando igualmente pela diversificação de produtos e de actividades.

Em 1996, ao comemorar os 50 anos de actividade, Salvador Fernandes Caetano tinha criado ou adquirido

50 empresas, dos mais diversos sectores de actividade, tendo gerado dezenas de milhares de postos de

trabalho, directa e indirectamente.

Salvador Fernandes Caetano foi distinguido com o Grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola e

Industrial pelo Governo português, foi agraciado pelo Governo japonês com a Ordem do Tesouro Sagrado e

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