O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 15

32

movimento que promoveu a petição, a Associação de Defesa do Património da Região de Beja e a Assembleia

Municipal de Beja, enquanto mobilizadoras da contestação.

Esta petição não é uma petição qualquer: o número de peticionários corresponde a 52% da população do

concelho de Beja e a 77% da população da cidade de Beja. Isto, por si só, clarifica o significado deste assunto

para as populações do distrito de Beja.

As alterações que, no último ano, foram introduzidas na linha do Alentejo e têm associadas um retrocesso

na qualidade do serviço prestado pela CP aos utilizadores do distrito de Beja. O encurtamento em 5 minutos

do período de deslocação entre Beja e Lisboa não compensa o incómodo do transbordo, a impossibilidade de

compra de um bilhete único nem a desadequação de horários relativamente às necessidades dos utentes.

Não contestamos a intervenção de modernização na linha — aliás, defendemos a sua extensão a toda a

linha do Alentejo —, contestamos, sim, a desqualificação da ligação a Beja, promovida pelo governo do PS.

Desde o início da intervenção que o PCP alertou para que, por detrás do encerramento temporário da linha,

que não era inevitável, estava um ataque ao serviço ferroviário do distrito de Beja. Entendemos que as

populações do distrito de Beja têm direito ao acesso a transportes públicos de qualidade, adequados às suas

necessidades. Entendemos que tem de se olhar para a via-férrea como estruturante para a região.

Não é compreensível que seja construído um aeroporto, com uma vertente de articulação com os

aeroportos de Lisboa e Faro, e não se invista na ferrovia como instrumento dessa articulação. Não é

compreensível que, estando localizado na região o maior empreendimento agrícola do País, o Alqueva, a

ferrovia não seja um instrumento ao serviço da potenciação desse projecto.

Por isso, o PCP, através do seu projecto de resolução, defende o seguinte: que se garanta a manutenção

do serviço intercidades Lisboa/Beja/Lisboa, com ligação directa; que se garanta a ligação Beja/Algarve com a

manutenção de circulação até à Funcheira; que se garanta a adequação dos horários das ligações às

necessidades dos utentes; que se criem condições para melhorar o serviço prestado, nomeadamente através

da requalificação e electrificação da linha do Alentejo; e que se concretize a infra-estrutura ferroviária de

ligação Sines/Badajoz, com passagem por Beja, garantindo, assim, a plena articulação de uma rede de

caminho de ferro no território do Alentejo e sul do País, ligando as cidades de Beja e Évora ao litoral

alentejano e a Espanha.

O investimento na qualificação da linha é fundamental para aumentar a utilização deste meio de transporte

e, por esta via, melhorar a saúde financeira da exploração desta linha. Isto é provado pela requalificação

realizada na ligação a Évora, que permitiu incrementar bastante a utilização deste meio de transporte. Os

especialistas têm-se pronunciado sobre a necessidade de intervir para melhorar a prestação financeira e do

serviço.

Aquilo que defendemos não pode ser visto como um gasto mas como um investimento para melhorar o

serviço e a rentabilidade.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. João Ramos (PCP): — O próprio Governo admitiu que a intervenção de electrificação da ligação a

Évora permite «reduzir em mais de 60% os prejuízos que a CP tinha com o serviço ferroviário da linha do

Alentejo». Fica claro que uma intervenção na restante linha que liga Casa Branca à Funcheira permitiria uma

muito maior redução desse prejuízo. Por isso, não se pode entender a recusa em intervir.

O que defendemos pode até não implicar um investimento adicional. A construção de uma nova linha entre

Sines e Badajoz deveria passar por Beja, como é defendido por muitos, incluindo o PCP, sem que isso

representasse custos adicionais significativos. Perante isto, podemos afirmar que a requalificação e

electrificação da linha entre Beja e Évora não dependem de questões financeiras mas, sim, de vontade

política.

Este projecto de resolução corresponde a um compromisso eleitoral sobre esta matéria. No âmbito da

campanha eleitoral, os partidos que suportam o Governo, PSD e CDS-PP, assumiram que viabilizariam esta

iniciativa do PCP, então anunciada. O próprio PSD reivindicava no seu manifesto eleitoral a «elaboração de

um projecto de electrificação da linha ferroviária Lisboa/Beja/Funcheira».

Vozes do PCP: — É verdade! Bem lembrado!

Páginas Relacionadas
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 15 30 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
Pág.Página 30
Página 0031:
3 DE SETEMBRO DE 2011 31 menor e porque estamos a falar de um equipamento fundament
Pág.Página 31
Página 0033:
3 DE SETEMBRO DE 2011 33 O Sr. João Ramos (PCP): — Pois, meus senhores, eis
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 15 34 O Sr. Rui Paulo Figueiredo (PS): — Term
Pág.Página 34
Página 0035:
3 DE SETEMBRO DE 2011 35 O Sr. Mário Simões (PSD): — E percebi, Sr.as e Srs.
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 15 36 Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados:
Pág.Página 36
Página 0037:
3 DE SETEMBRO DE 2011 37 Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O que acabá
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 15 38 servem, deixam mal o País, causam prejuízos gr
Pág.Página 38