21 DE OUTUBRO DE 2011
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permanente! Nem à mesa da Organização Mundial do Comércio, a Europa é capaz de fazer valer o seu soft
power de direitos, nem mesmo como arma contra a deslocalização. Não se afirma também como frente na
ONU. Incrível a incapacidade de a Europa ser actor decisivo na cena mundial!
A crise, Sr.as
e Srs. Deputados, interpela-nos para uma reinterpretação das causas e das causas das
causas.
Tomemos, nestes tempos de incerteza, a estratégia deliberativa e republicana, ligando interpretações de
necessidades e orientação a valores, explorando os circuitos informais da comunicação política, trazendo o
impulso das periferias para o centro, que é isso que devem fazer os parlamentos nacionais. É porque muito
mais do que guardiões da subsidiariedade, eles são os guardiões dos valores europeus.
Deixo, pois, neste dia de encerramento das comemorações da República, um desafio: até ao Conselho
Europeu da Primavera, os parlamentos nacionais deveriam levar ao Parlamento Europeu uma proposta para a
revisão dos tratados, criando um governo económico da Europa, em sentido verdadeiro e próprio; as políticas
económica, social e fiscal, a serem debatidas numa nova Convenção. Precisamos verdadeiramente de uma
acção no sentido republicano, que é o de fazer algo verdadeiramente novo!
Quero agradecer a todos que participaram, durante este ano de celebrações, num programa de reflexão e
memória, a começar pela Comissão para as Comemorações, mas incluindo os Deputados, os Funcionários do
Parlamento e também todos os cidadãos que se integraram no programa das comemorações, a sua partilha,
ao longo de todo este tempo.
A todos, muito obrigada.
Viva a República!
Viva Portugal!
Aplausos do PSD, do PS e do CDS-PP, de pé, e de Os Verdes.
Srs. Deputados, terminada esta sessão de intervenções, convido o Sr. Dr. Artur Santos Silva, que está
entre nós e que presidiu à Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, a entregar
à Assembleia da República a partitura do Hino Nacional, após o que escutaremos o Hino, com a letra de A
Portuguesa, na sua versão integral, interpretado pela Banda da Guarda Nacional Republicana, pelo Coro do
Teatro Nacional de São Carlos e pela soprano Elisabete Matos.
Neste momento, a Sr.ª Presidente deslocou-se à tribuna dos oradores, onde o Dr. Artur Santos Silva lhe
entregou a partitura do Hino Nacional, tendo toda a Câmara aplaudido.
De seguida, a Sr.ª Presidente reocupou o seu lugar na presidência e, com toda a assistência de pé, a
Banda da Guarda Nacional Republicana, que entretanto entrou na Sala e se colocou no centro do Hemiciclo, e
o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, com a soprano Elisabete Matos, colocados numa galeria,
executaram o Hino Nacional, com a letra de A Portuguesa na sua versão integral, tendo-se registado, no final,
aplausos gerais.
Sr.as
e Srs. Deputados, esta sessão fica, desde já, encerrada.
Prosseguimos a nossa cerimónia de comemorações nos Passos Perdidos com a inauguração da exposição
— primeiro dos passos, nos Passos Perdidos — A Assembleia Constituinte e a Constituição de 1911. O
comissário científico da exposição, o Sr. Professor Jorge Miranda, fará uma intervenção, seguindo-se uma
visita guiada à exposição.
Na Biblioteca, será, depois, apresentada a reedição da Constituição de 1911 anotada pelo Sr. Professor
Gomes Canotilho, que fará uma intervenção.
Haverá ainda a cerimónia de entrega e apresentação de uma serigrafia de Nikias Skapinakis,
correspondente a uma pintura doada à Assembleia da República pela Comissão Nacional das Comemorações
do Centenário da República, bem como de apresentação do livro Da virtude e fortuna da República ao
republicanismo pós-nacional pelo Sr. Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, e também pelo Sr. Professor
Gomes Canotilho.
A entrega do diploma ao vencedor do prémio O Parlamento e a República, Dr. Bruno Navarro, concluirá
este cerimonial de comemorações.