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I SÉRIE — NÚMERO 39

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Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, oito Srs. Deputados, a saber, Bruno

Dias, Basílio Horta, Hélder Amaral, Luís Campos Ferreira, Catarina Martins, Heloísa Apolónia, Pedro Saraiva e

Pedro Pinto.

Tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Dias.

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Economia, a sua intervenção pode ser

resumida a uma só frase: «O nosso País está à beira do abismo e o Governo quer que o País dê o passo em

frente».

Vozes do PCP: — Exactamente!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — O que os senhores querem impor ao País não é qualquer viragem, não é

qualquer mudança de rumo; é ir mais longe do que nunca na mesma «receita» e na mesma política de

desmantelamento e roubo daquilo que é de todos, dos recursos do povo e do País.

Os senhores anunciam a privatização da ANA e a alienação da rede aeroportuária, tal como propunha o

PS, tal como se fez na Grécia, com os resultados conhecidos.

Vozes do PCP: — É uma pouca vergonha!

O Sr. Bruno Dias (PCP): — Anunciam a privatização da TAP, companhia de bandeira, o maior exportador

nacional, tal como propunha o PS, tal como se fez na Grécia, com os resultados conhecidos.

Se o governo PS/Guterres tivesse privatizado a TAP, ela já não existiria, teria ido na «enxurrada» da

Swissair, como os senhores sabem, e não haveria hub nenhum, porque não haveria TAP.

Os senhores querem encerrar centenas de quilómetros de ferrovia por todo País, tal como o PS defendia,

tal como se fez na Grécia, com os resultados conhecidos.

Isto não é qualquer mudança de rumo, é «prego a fundo», é mais do mesmo, é implementar mais do que

nunca a política de roubo e agressão ao interesse nacional.

Os senhores querem deixar as populações ao abandono e impor uma espécie de recolher obrigatório,

cortando ligações fluviais, fechando o metropolitano e acabando com carreiras de autocarros.

Os senhores querem abrir um extraordinário e apetitoso negócio aos grupos económicos e, para esses, já

há dinheiro, para essas PPP o dinheiro não falta. Cá estão os milhões no Orçamento do Estado, cá está o

dinheiro para os mesmos do costume, e os sacrifícios para os mesmos que andam a pagar a factura há mais

de 30 anos!

O que defendemos, Sr. Ministro, é uma política profundamente diferente, em que se vá buscar o dinheiro

onde ele está, e não se opte por nem sequer estar já «em cima do muro», mas ser cúmplice activo neste

roubo que está a ser feito ao País e aos trabalhadores.

Quando os senhores anunciam o desmantelamento de uma parte fundamental dos serviços públicos, a

privatização dos correios e dos serviços postais, o encerramento, que já começou no governo PS e que

continua na política do actual Governo, das estações e postos dos correios, aquilo que dizemos é que já chega

de mais do mesmo!

E o que já estamos a observar no dia-a-dia é que as populações se recusam a «comer e calar», porque,

como afirmamos, há uma alternativa.

E quando dizemos que não podemos aceitar que os senhores sejam o Governo da destruição e do

desmantelamento e que o Sr. Ministro seja o ministro do desemprego e da precariedade, é porque não

podemos aceitar que continuem incólumes os interesses dos grupos económicos. E, perante a chantagem

imoral que os senhores querem impor aos trabalhadores — ou despedimos muitos, ou despedimos todos —, o

que temos de fazer é essa mudança de rumo que os senhores prometem, mas não cumprem; a mudança de

rumo que está em defender o serviço público e pô-lo ao serviço do povo e do País, da produção nacional e da

economia nacional. E isto implica, de facto, um Orçamento totalmente diferente daquele que os senhores

querem impor a este País.

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