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I SÉRIE — NÚMERO 39

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A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Estas medidas — corajosas, volto a dizer — vão representar, só por si,

uma poupança de 200 milhões de euros, pelo menos, sem prejudicar os utentes. Ficam os utentes

salvaguardados e fica o Estado salvaguardado!

O que lhe pergunto, Sr. Primeiro-Ministro, é se o Governo vai continuar com este seu propósito de

introduzir medidas geradoras de contenção, sem prejudicar os utentes. Falo, nomeadamente, da dispensa de

medicamentos em unidose, em dose individual…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Vou concluir, Sr.ª Presidente.

Como estava a dizer, gostava de saber se o Governo vai continuar com o propósito de introduzir medidas

geradoras de contenção, sem prejudicar os utentes, nomeadamente a da dispensa de medicamentos em dose

individual e a da racionalização de vários regimes de comparticipação, que, como sabemos, à semelhança do

regime aplicável às doenças crónicas, se encontram absolutamente desagregados e sem qualquer

uniformidade.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Ainda para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, já hoje se falou aqui muito de rigor,

de responsabilidade e de verdade. Uma questão fundamental para a credibilidade de quem governa e de

todos os responsáveis políticos é precisamente a verdade, o rigor, ou seja, não dizer uma coisa hoje e outra

coisa amanhã, não dizer antes das eleições algo diferente do que se diz depois das eleições.

O Sr. Primeiro-Ministro, antes das últimas eleições, era um grande activista das redes sociais, agora, é

menos, mas retirei, precisamente do seu Twitter, antes das eleições, dez frases curtas que o Sr. Primeiro-

Ministro ali inscreveu, com a sua assinatura. Vou relembrar-lhe algumas.

No dia 1 de Junho, escrevia o Sr. Primeiro-Ministro, que, na altura, claro, não o era: «Ninguém nos verá

impor sacrifícios aos que mais precisam. Os que mais têm terão que ajudar os que têm menos»…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Foi o que se viu!…

O Sr. António Filipe (PCP): — Em 12 de Maio, escrevia o Sr. Primeiro-Ministro: «Escusam de vir agitar

mentiras! O PSD quer que as pessoas sejam tratadas como merecem, seja na área pública ou na privada».

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ora…, está à vista!…

O Sr. António Filipe (PCP): — Presumo que o Sr. Primeiro-Ministro entende que este Orçamento é o que

os portugueses merecem…!

No dia 10 de Maio, escrevia o seguinte: «Para salvaguardar a coesão social, prefiro onerar escalões mais

altos do IRS de modo a desonerar a classe média e baixa». O Sr. Primeiro-Ministro acha que este Orçamento

vai desonerar a classe média e baixa?!…

Dizia também o Sr. Primeiro-Ministro: «Aceitarei reduções nas deduções no dia em que o governo anunciar

que vai reduzir a carga fiscal às famílias».

Vozes do PCP: — Ohhh!…

O Sr. António Filipe (PCP): — Agora, não aceita nem uma coisa nem outra!!

A 5 de Maio, escreveu o Sr. Primeiro-Ministro: «Portugal não pode ter 700 000 desempregados». Não

podia, pois não, Sr. Primeiro-Ministro?! Agora, pelos vistos, já pode ter muito mais…!

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11 DE NOVEMBRO DE 2011 39 O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Pode ter um milhão!
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