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17 DE DEZEMBRO DE 2011

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o que não será feito à custa do Estado mas, evidentemente, à custa do trabalho dos portugueses, das

empresas em Portugal.

Espero que o Sr. Deputado não leve a mal mas vou aproveitar o pouco tempo de que ainda disponho para

responder ao Sr. Deputado Francisco Louçã.

Sr. Deputado Francisco Louçã, há pouco, confrontou-me com uma suposta visita que eu teria feito à sede

E.ON a propósito da privatização da EDP. Deixe-me dizer-lhe, porque não há nenhuma razão para alimentar

qualquer dúvida a este respeito, que nunca visitei a sede E.ON nem nunca me desloquei à sede da E.ON.

Vozes do PSD: — Ah!…

O Sr. Primeiro-Ministro: — É público, porque a reunião foi pública, que, quando estive em Berlim, na visita

bilateral ao Governo alemão, o Presidente da E.ON pediu para ser recebido por mim e eu recebi-o. De resto,

tratou-se de uma audiência pública que conteve comunicação social e em que o Presidente da E.ON me quis

manifestar o interesse directo da empresa na privatização da EDP.

Sr. Deputado, é tudo! Não há nem mais nem menos. Não alimente, por favor, qualquer equívoco a este

respeito.

Vozes do PSD e do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não tive, não tenho nem terei, muito menos depois de ter sido despoletado o

processo de privatização, qualquer contacto com alguma das empresas concorrentes à privatização da EDP. É

a transparência que o exige. A decisão que o Governo vier a tomar será tomada em Conselho de Ministros,

depois de receber o relatório que será feito pelos assessores financeiros que estão, como advisers da

operação, a fazer a apreciação das propostas e a negociação que deve ser realizada.

Não há nada mais transparente do que isto, Sr. Deputado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Montenegro.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, permita-me que comece por uma

nota prévia para assinalar a intervenção do líder do Partido Socialista, o Deputado António José Seguro.

O Sr. Deputado António José Seguro falou de propostas e de iniciativas e disse, en passant, de uma forma

algo tímida, que devíamos pagar a dívida, colocando em causa a postura do Governo português na sua

relação com os nossos parceiros europeus.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Bem lembrado!

Protestos do PS.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Ora, Sr. Primeiro-Ministro, relacionando tudo isto, penso que se perdeu

uma boa oportunidade para perceber se o líder do Partido Socialista, Sr. Deputado António José Seguro,

preconiza ou não, na forma de relacionamento do Estado português com os seus parceiros, que devemos

assustá-los com a utilização da bomba atómica e pôr os nossos credores a tremelicar das pernas.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

Esta é uma questão política importante, Srs. Deputados, e, do nosso ponto de vista, precisa, naturalmente,

de uma clarificação.

Queremos acreditar que esta não é a visão do Secretário-Geral do Partido Socialista, mas é importante que

o País perceba se é ou não a posição política do Partido Socialista.

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