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21 DE JANEIRO DE 2012

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O Sr. António Braga (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Naturalmente que a apresentação de um

voto desta natureza, que invoca uma figura muito polémica e com um currículo marcadamente de participação

em situações que todos conhecemos na história recente das democracias quer portuguesa quer espanhola,

permite olharmos de outro modo, com a grandeza dos democratas e com a grandeza da liberdade, para o

crescimento que a própria democracia permite a estas personalidades e à sua própria subjugação ao processo

e ao método da assunção do voto democrático, correspondendo, por isso, também a um combate, em certo

sentido, na defesa dos valores da própria subjugação ao direito de participação e ao direito de corresponder

ao resultado eleitoral, que corresponde, exatamente, à afirmação da vontade das populações.

É neste sentido, em homenagem à democracia, à sua capacidade de acolhimento e de inclusão daqueles

que migram de posições ideológicas muito distantes das nossas, que o Partido Socialista, reconhecendo toda

a polémica em volta deste currículo e reconhecendo também o esforço que quer Espanha quer Portugal

fizeram na consolidação dos seus processos democráticos, naturalmente, não deixará de votar a favor deste

voto de pesar.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado José de Matos Correia.

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs. Deputados: Foi sintomática esta

abertura da discussão deste voto de pesar, porque traduziu bem a diferença entre uma esquerda responsável

e uma esquerda radical, entre aqueles que sabem o que é a democracia e aqueles que veem na democracia,

apenas, a capacidade de exercer os seus disparates e os seus dislates políticos.

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — O Bloco de Esquerda fê-lo, uma vez mais; já estamos habituados

a isso, mas preferíamos que não fosse assim.

O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Manuel Fraga foi um homem que marcou a vida de Espanha, nas

últimas décadas.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — De que maneira!…

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — E marcou-a sempre de uma forma positiva. Marcou-a durante o

período do franquismo, quando tentou, por dentro, mudar o franquismo, como muitos tentaram em Espanha, e

outros em Portugal.

Protestos da Deputada do PCP Rita Rato e do Deputado do BE Luís Fazenda.

Fez a diferença, em Espanha, quando integrou o governo de transição e soube, dessa forma, acalmar as

zonas políticas de Espanha que eram contra a transição política.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Muito bem!

O Sr. José de Matos Correia (PSD): — Fez a diferença quando foi, reconhecidamente, um dos pais da

Constituição espanhola; fez a diferença, quando fundou a Aliança Popular e permitiu que a direita participasse,

de forma ativa, na transição democrática; fez a diferença, quando veio para a rua, no dia 24 de fevereiro, nas

manifestações, ao lado dos líderes comunistas e socialistas, protestando contra o que Tejero Molina tinha feito

véspera e defendendo uma Espanha democrática e para todos.

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